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Fundador da GVT e ex-presidente da Telefônica Brasil (dona da marca Vivo), o israelense Amos Genish foi anunciado nesta sexta-feira (28) como diretor-geral da Telecom Italia, controladora da TIM Brasil. O executivo se tornou um dos principais nomes do setor de telecomunicações após liderar a venda da paranaense GVT para a espanhola Telefônica por R$ 25 bilhões. Agora, ele retorna ao mercado para mudar os rumos da TIM no Brasil e na Itália.

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Desde que vendeu a GVT para a dona da Vivo, Genish está à frente do movimento para transformar as operadoras de telefonia em provedoras de serviços digitais. Ele quer que as companhias abandonem o modelo tradicional de negócio baseado em voz e passem a focar no desenvolvimento de serviços digitais, com cobrança pela convectividade.

Ao mesmo tempo, se posiciona contra serviços “over the top” e quer impor limites de franquia à internet fixa.  Em 2015, o executivo afirmou que o WhatsApp era “pirataria pura” e deveria ser combatido. Depois, baixou o tom, mas continua defendendo a isonomia tributária aos serviços “over the top”.

Ele também liderou o movimento das operadoras brasileiras que quiseram impor limite de franquia à internet fixa. Isso aconteceu no ano passado, época em que ele estava à frente da Vivo, quando a operadora lançou um pacote de franquia para a banda larga fixa. Depois, reconheceu que o movimento foi precipitado e aceitou “dialogar com o consumidor” e repensar um novo modelo para internet fixa. 

Perfil

Polêmicas a parte, o israelense ganhou notoriedade a partir do mercado paranaense, com a fundação da GVT,  junto com Shaul Shani, no fim da década de 1990, em Curitiba. Eles aproveitaram o período de privatização do setor brasileiro de telecomunicações para entrar no segmento de telefonia fixa. Conseguiram, na época, a licença para oferecer o serviço em nove estados por apenas R$ 100 mil, com a contrapartida de investir US$ 600 milhões ao longo dos anos. 

Nos anos seguintes, à frente da GVT, Genish transformou a operadora paranaense em um dos principais players do setor. Em 2009, vendeu 57,5% das ações da empresa à Vivendi por R$ 7,5 bilhões e continuou na gestão no negócio paranaense, que passou a ser controlado pelos franceses. 

Cinco anos mais tarde, liderou o processo de venda da totalidade da GVT à Telefônica Brasil por R$ 25 bilhões e se tornou presidente do braço brasileiro da operadora espanhola no país, que detém a marca Vivo. Deixou o cargo no fim do ano passado para assumir, neste ano, a direção executiva da Vivendi, na França, empresa que detém 25% das ações da Telecom Itália.

Telecom Itália

Antes mesmo da saída de Flavio Cattaneo, anunciada pela Telecom Italia na segunda-feira (24), o nome de Genish já era dado como certo para comandar a operadora italiana. Ele foi anunciado nesta sexta-feira (28) como diretor-executivo da companhia, cargo responsável por comandar a empresa. Já o italiano Giuseppe Recchi assumirá a presidência institucional.

Na direção da Telecom Italia, espera-se que Genish promova uma profunda alteração no modelo de negócios da operadora, tanto na Itália quanto no Brasil. Ele deve fazer a companhia abandonar o modelo tradicional, focado na cobrança de voz, e focar a sua atenção para serviços digitais, banda larga de ultra velocidade e TV paga. O pré-pago deve perder espaço de vez e a base de clientes pós-pago deverá ser fortalecida.

Em entrevista à Gazeta do Povo em outubro do ano passado, Genish já detalhava qual é a sua cartilha para salvar o setor de telefonia: 

Estamos mudando para um mundo onde a cobrança é pela conectividade, que pode ser usada para voz, dados, vídeo ou aplicativos. Hoje já é difícil convencer o cliente a pagar por voz, imagine daqui a cinco anos. Quem não se preparar para essa mudança vai ter dificuldade de ter um modelo sustentável.

Agora é aguardar para que essas mudanças aconteçam na Telecom Italia, em especial na TIM no Brasil. 

*Matéria atualizada sexta-feira (28), às 13h

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