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Scaneagle, um avião não tripulado da Boeign destinado à patrulha. Ele é lançado a partir de uma base terrestre ou marinha e retorna à estação depois de concluído o serviço, como um boomerang. | Divulgação/Boieng
Scaneagle, um avião não tripulado da Boeign destinado à patrulha. Ele é lançado a partir de uma base terrestre ou marinha e retorna à estação depois de concluído o serviço, como um boomerang.| Foto: Divulgação/Boieng

Depois de passar as três últimas décadas no Brasil muito restrita ao mercado de aviação comercial, a Boeing quer aumentar a sua participação no país. A fabricante americana de aviões procura oportunidades no mercado brasileiro de defesa, segurança e satélite e também quer ampliar as pesquisas em conjunto com a Embraer, principalmente na área de biocombustíveis. 

As informações são de Donna Hrinak, presidente da Boeing para América Latina, em entrevista à Gazeta do Povo. A executiva esteve na quarta-feira (27) em Curitiba para um evento da Amcham-Curitiba (Câmara Americana de Comércio) sobre sobre competitividade e novas oportunidades de negócio na terceira onda da informação.

Donna Hrinak, presidente da Boeing para América Latina, durante o Business Day, evento promovido pela Amcham-Curitiba (Câmara Americana de Comércio).Priscilla Fiédler/Divulgação/Amcham

Donna Hrinak afirmou que, no Brasil, a Boeing já tem “excelentes negócios na área comercial”. Ela citou, por exemplo, o caso da GOL, que desde a sua fundação mantém contrato de exclusividade para só comprar aviões Boeing. Neste ano, a companhia aérea brasileira anunciou que encomendou 120 aeronaves Boeing 737 MAX, o modelo mais recente da fabricante americana, para renovação da frota até 2028. O primeiro avião deve ser entregue em julho de 2018. 

Mas, na área de defesa, a presidente da Boeing afirma que a companhia enfrenta dificuldades para fechar negócios. Apesar de a fabricante ter iniciado as suas relações com o país em 1932 fornecendo 14 caças F4B-4 para o governo brasileiro, suas vendas na área de defesa, segurança e satélite ficaram muito restritas ao período entre as décadas de 1940 e 1980.

Donna diz que as poucas oportunidades de negócios na área de defesa, principalmente depois da década de 1980, aconteceram por causa de dois motivos. O primeiro seria orçamentário. Um exemplo: há dois anos, a Boeing apresentou à Marinha um Scaneagle, um avião não tripulado destinado à patrulha. Sua função é gravar imagens que ajudem na patrulha e monitoramento. 

A Marinha testou o equipamento e, segundo a presidente da Boeing, tinha interesse em adquirir algumas unidades, mas não teve o dinheiro necessário para isso. “Esse é o tipo de negócio que esperávamos fazer do Brasil”, contou Donna Hrinak.

A segunda explicação para os poucos negócios na área de defesa dentro do Brasil está na própria política americana, de qual Donna Hrinak fez parte enquanto embaixadora dos Estados Unidos no Brasil entre 2002 e 2004. Segundo a executiva, os Estados Unidos e, consequentemente a Boeing, acreditaram por muito tempo que países latino-americanos não precisavam investir em defesa e deixaram de oferecer soluções na área para esses países.

Então, o Brasil, o pouco que investiu, acabou adquiridindo produtos de outras fabricantes. “O bom para a Boeing é que grande parte desses equipamentos está chegando ao fim da sua vida útil. Então temos oportunidade para substituir”, afirma Donna Hrinak. 

Parceirias com a Embraer

Além de visar o mercado de desefa, a Boeing quer expandir as suas parcerias com a brasileira Embraer. A fabricante americana possui um Centro de Tecnologia e Inovação instalado em São José dos Campos, no interior de São Paulo, cidade sede da Embraer. 

Uma das parceria que já está em andamento é para a produção e venda do KC390, um cargueiro bijato idealizado pela fabricante brasileira. O produção ficou sob responsabilidade da Embraer e a Boeing será a responsável por comercializar e dar suporte ao cargueiro no mercado externo.

Outra parceria que está para deslanchar é a de pesquisa em biocombustíveis. A Boeing e a a Embraer já possuem conversas na área desde 2014 e agora as companhias aguardam a nova política do governo para a área de biocombustíveis, chamada de RenovaBio, para traçar um plano de ação. 

“O grande desafio para adoção dos biocombustíveis na aviação é o preço. Não existe uma indústria de escala que produz em um preço que as empresas aéreas possam suportar. A ideia aqui no Brasil é criar essa indústria comercialmente viável, porque existem vantagens aqui que não existem em outros países”, explica a presidente da Boeing para América Latina.

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