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Vinil cresceu em 2017. | Ville Säävuori/Flickr
Vinil cresceu em 2017.| Foto: Ville Säävuori/Flickr

A hegemonia dos downloads digitais como o formato mais vendido na indústria da música durou pouco. Demorou até 2011, uma década após o lançamento do iPod original, para que suas vendas superassem as dos CDs e discos de vinil. Poucos anos depois, eles foram ultrapassados pelos serviços de streaming de música.

Agora, os downloads digitais estão novamente sendo superados por CDs e vinis, de acordo com a Recording Industry Association of America (RIAA). Todos os dados são referentes ao mercado norte-americano.

A RIAA divulgou seu relatório de receita de 2017 na quinta-feira (22), que mostra que a receita de downloads digitais despencou 25%, para US$ 1,3 bilhão, em relação ao ano anterior. A receita de produtos físicos, por outro lado, caiu apenas 4%, para US$ 1,5 bilhão.

No geral, a indústria da música nos Estados Unidos cresceu pelo segundo ano consecutivo. E com US$ 8,7 bilhões em receita total, teve o melhor desempenho desde 2008, de acordo com o relatório.

Quase todo o crescimento foi o resultado do aumento contínuo de serviços de assinatura de música paga, como o Spotify e o Apple Music. Eles cresceram mais de 50% no ano passado, chegando a US$ 5,7 bilhões, o que representa quase dois terços da receita do setor. A mídia física foi responsável por 17%, enquanto os downloads digitais representaram apenas 15%.

O presidente da RIAA, Cary Sherman, classificou a recuperação do setor como “frágil” em um artigo publicado na plataforma Medium.

“Estamos muito satisfeitos com o progresso até agora, mas para colocar os números em contexto, esses dois anos de crescimento só retornam o negócio a 60% de seu pico — sobre onde ele estava há 10 anos —, e isso ignorando a inflação”, Sherman escreveu. “E não se engane: ainda há muito trabalho a ser feito para tornar esse crescimento sustentável a longo prazo”.

As perspectivas para os downloads digitais são sombrias. É o terceiro ano consecutivo em que eles registraram queda de dois dígitos, de acordo com a RIAA. E esta é a primeira vez desde 2011 que eles ficam atrás de mídias físicas. Se a tendência continuar, eles poderão acabar seguindo o caminho das fitas Stereo 8, superadas no início dos anos 1980 pela fita cassete, que era mais barata e mais compacta.

A situação também não é promissora para as mídias físicas. As remessas de CDs continuaram o declínio de anos, caindo 6% para US$ 1,1 bilhão em 2017, segundo o relatório.

Mas as vendas de vinil subiram 10%, para US$ 395 milhões — um “ponto positivo nos formatos físicos”, observou a RIAA. É uma pequena fração das vendas globais da indústria, mas foi o suficiente para convencer a Sony, no ano passado, a começar a prensar LPs novamente após um hiato de 28 anos.

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