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A-29 Super Tucano usado pela Força Aérea norte-americana. | Força Aérea dos EUA/Divulgação
A-29 Super Tucano usado pela Força Aérea norte-americana.| Foto: Força Aérea dos EUA/Divulgação

A Embraer subiu dez posições no ranking internacional das maiores empresas do setor militar no mundo e já ocupa a 81ª colocação. De acordo com o Instituto de Estocolmo para a Pesquisa sobre a Paz (SIPRI, na sigla em inglês), que fez o levantamentos dos dados, as vendas de armas no mundo tiveram em 2016 sua primeira alta após cinco anos em declínio.

No caso do Brasil, o comércio registrou uma alta bem superior à média mundial, com 10,8% de expansão em 2016. Entre 2015 e 2016, as vendas da Embraer relacionadas com o setor militar passaram de US$ 839 milhões para US$ 930 milhões. Hoje, esse segmento já representa 15% de todos os negócios da empresa que, em 2016, registrou lucros de US$ 168 milhões.

A classificação já apresenta a Embraer acima das japonesas NEC Corp e Mitsubishi e da RUAG, da Suíça. Em 2010, por exemplo, a companhia sequer fazia parte do ranking das 100 maiores. Em 2013, porém, a Embraer chegou a ser listada como a 62ª maior do ramo. A alta nas vendas da empresa brasileira ocorre justamente quando os pesquisadores identificam em 2016 o primeiro sinal de crescimento do comércio de armas, depois de cinco anos consecutivos de queda.

Com a crise econômica global que eclodiu em 2008, diversos países europeus passaram a reduzir seus gastos militares, levando até mesmo o governo de Donald Trump a colocar em questão alianças transatlânticas e cobrar maiores investimentos de Berlim, Paris e outras capitais europeias. Em Brasília, uma das orientações do governo foi a de estimular a exportação do setor militar, justamente para abocanhar parte do mercado que se abre com a nova demanda por armas. O governo chegou a recomendar que postos no exterior promovessem as vendas nacionais desse ramo.

Em 2016, foram as empresas americanas que mais viram uma alta de suas vendas em termos absolutos. Com um comércio de US$ 217 bilhões, elas registraram um aumento de 4% no ano passado. Só as vendas da Lockheed Martin, a maior fabricante de armas do mundo, aumentaram em 10,7% e hoje as companhias americanas representam 57% do comércio das cem maiores empresas do mundo.

Juntas, as empresas europeias registraram total de US$ 91,6 bilhões em vendas de armas, avanço de 0,2% em comparação a 2015. Mas, na Alemanha, o comércio aumentou em 6,6%. No caso da BAE Systems, do Reino Unido, a alta foi de 0,4%. As empresas de Moscou registraram um salto de 3,8% em suas vendas, com um total de US$ 26,6 bilhões. Hoje, elas representam 7,1% do comércio mundial. Mas, segundo o pesquisador Siemon Wezeman, a crise econômica russa teve um impacto no setor que deixou de registrar a mesma expansão de anos anteriores.

Ao todo, as vendas de armas e serviços militares movimentaram US$ 374,8 bilhões em 2016, segundo o SIPRI.

Se a Embraer aparece com destaque, o estudo aponta que são as empresas sul-coreanas que hoje dominam a venda para o setor militar entre os países emergentes. Em apenas um ano, o país passou a ter sete companhias entre as cem maiores do mundo com vendas de US$ 8,4 bilhões, 20,6% acima de 2015. Segundo o relatório, o que motivou essa subida foi a percepção crescente de ameaças e a meta do país de se transformar em um exportador de armamentos.

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