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Máquina de sucos Juicero | Divulgação/Juicero
Máquina de sucos Juicero| Foto: Divulgação/Juicero

Uma das startups do Vale do Silício mais prestigiadas no ano passado e que recebeu milionários aportes financeiros foi a Juicero. A empresa tem como seu principal produto uma máquina de suco e atraiu investidores ao vender a ideia de um dispositivo conectado à Internet que transforma pacotes com frutas picadas e legumes em uma bebida refrescante e saudável. A máquina é vendida a US$ 400, mais o custo dos pacotes individuais de frutas e legumes.

CEO da Juicero defende valor de sua criação: uma máquina de fazer sucos

Doug Evans, o fundador da empresa, pode ser comparado com Steve Jobs em sua busca de perfeição. Ele declarou à imprensa que tinha força o suficiente para levantar uma empresa equivalente a duas Tesla. O braço do capital de risco de Google e outros investidores aportaram aproximadamente US$ 120 milhões no negócio.

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Mas depois que o produto chegou ao mercado, alguns investidores ficaram surpresos ao descobrir uma alternativa muito mais barata: você pode espremer os pacotes de frutas e legumes Juicero com suas mãos e colocar em qualquer máquina para fazer o suco. Espremer o saco de frutas com as mãos é ainda m ais rápido do que usar a máquina para isso.

Juicero se recusou a comentar o assunto. Uma pessoa próxima à empresa disse que startup está ciente de que os pacotes podem ser espremidos à mão, mas que a maioria das pessoas prefere usar a máquina porque o processo é mais consistente e menos confuso. O dispositivo também lê um código QR impresso na parte de trás de cada pacote de produtos e verifica a fonte para garantira a validade do produto. A data de validade também é impressa na embalagem.

Obsessão

O criador de Juicero quer revolucionar o mercado de sucos. Em 2002, Evans ajudou a iniciar a Organic Avenue, uma cadeia de bares produtos orgânicos em frascos de vidro. Depois de trabalhar no negócio por uma década, Evans vendeu o controle a um investidor, que o empurrou para fora.

O empresário, de 50 anos, segue uma dieta vegana e consome, principalmente, alimentos crus. A tecnologia era uma coisa nova para ele, mas ele a pegou rapidamente. Ele disse que passou cerca de três anos construindo uma dúzia de protótipos antes de lançar a Juicero. Em uma entrevista com o site de tecnologia Recode, ele comparou seu trabalho com a invenção de um computador pessoal convencional por Jobs.

Em reuniões de angariação de fundos, Evans prometeu uma máquina revolucionária capaz de espremer grandes pedaços de frutas e legumes. Kleiner Perkins Caufield & Byers, Alphabet e outros investidores caíram na história e financiaram a startup.

Modelo de negócio atraiu investidores

O modelo de vender a máquinas atreladas a pacotes semanalmente, como os cases de sucesso a Nespresso e da Dollar Shave Club - atraiu os investidores. “Os investidores estão muito intrigados com as empresas que combinam a venda de hardware e à repetição de compras de consumíveis”, disse o investidor Brian Frank, que não possui ações da Juicero.

Mas, após a introdução do produto no ano passado, pelo menos dois investidores da Juicero ficaram surpresos depois de perceber que as embalagens poderiam ser espremidas à mão. Eles também disseram que a máquina era muito maior do que o que Evans havia proposto.

Uma das startups mais bem avaliadas

Construído com base na promessa de tecnologia, Juicero estava entre as startups mais bem financiadas dos EUA em 2016. Em outubro, Jeff Dunn, ex-presidente da Coca-Cola entrou como CEO do negócio. Poucos meses depois, o preço da máquina subiu de US$ 400 para a partir de US$ 700.

Evans é presidente do conselho da startup. A empresa vende as embalagens de US$ 5 a US$ 8, mas limita as vendas aos proprietários de Juicero. Os produtos estão disponíveis em 17 estados americanos. Mas, agora, a empresa começa a cair em descrédito com consumidores postando que espremer o suco com a mão é muito mais rápido.

CEO da Juicero defende valor de sua criação: uma máquina de fazer sucos

Em um post publicado na plataforma Medium na quinta-feira (20), o CEO da Juicero, Jeff Dunn, se defendeu das críticas. Ele afirmou que “o valor de Juicero é mais do que um copo de suco pressionado a frio. Muito mais”.

Dunn explica que, ao preferir espremir os sacos de frutas e legumes com as mãos, o cliente não vai estar experimentando todo o valor da sua criação. “O que você vai ter espremendo os sacos com a mão é uma experiência medíocre (e talvez muito confusa) que você não vai querer repetir uma vez, muito menos todos os dias.”

O CEO diz que, entre os diferenciais da máquina Juicero, estão o sistema de segurança de alimentos que permite a startup desativar a produção do suco caso exista a comprovação de um item vencido; a prensagem consistente dos pacotes calibrados por sabor para oferecer a melhor combinação de sabor e nutrição ao cliente; dados conectados para que a startup possa gerenciar uma cadeia de suprimentos com tempo de validade de uma semana; e os lembretes que a máquina emite para que os clientes não se esqueçam de fazer o suco.

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