Executivo bilionário quer salvar rede de loja de brinquedos da falência com financiamento coletivo de US$ 800 milhões

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Isaac Larian, bilionário executivo do setor de brinquedos por trás de sucessos como Bratz, Little Tikes e as bonecas L.O.L Surprise! quer salvar a Toys R Us.

Mas antes, ele quer que você pague.

Larian, que é chefe executivo da gigante MGA Entertainment, diz que ele e outros investidores já levantaram US$ 200 milhões para adquirirem partes da varejista falida. Agora ele quer que as pessoas contribuam com US$ 800 milhões por meio do site de crowdfuncing Go Fund Me.

A campanha, que vai até 28 de maio, está sendo lançada como uma “oportunidade histórica para #SalvarToysRUS” (#SaveToysRUs, no original). Em dez horas, Larian conseguiu US$ 2 mil, a maioria em doações de US$ 5 e US$ 10. Faltam só US$ 799,998,000

“US$ 1 bilhão pode parecer uma meta impressionante, mas seria preciso uma grande quantia para criar uma oferta bem sucedida para aquisição de uma grande entidade”, Larian diz no site. Ele acrescenta que vai contribuir para a campanha com 10% dos rendimentos da linha Little Tikes pelos próximos dois meses.

A Toys R Us anunciou na semana passada que iria vender ou fechar todas suas 735 lojas nos Estados Unidos. Espera-se que as vendas de saída do mercado comecem nesta sexta (23), e os executivos acreditam que o negócio será encerrado neste verão. Larian – que na última semana fez uma oferta de compra da Toys R Us do Canadá – espera entrar no jogo antes disso.

“Crianças precisam de um lugar para brincar”, ele disse. “Eu não posso imaginar um mundo onde isso não exista mais”.

Larian tem uma “queda” pela Toys R Us, diz. O primeiro brinquedo que vendeu, um walkie-talkie, foi para a rede em 1979, e atualmente ele depende da companhia para 20% de suas vendas. Mas o que isso significa para os investidores? Com contribuições de US$ 5 a US$ 49 você ganha um adesivo, enquanto US$ 1 milhão te dá, além de outras coisas, uma carta assinada por Larian (mas nenhuma participação da empresa). Tem mais de US$ 10 milhões para doar? Larian promete que te dará brinquedos para o resto da vida (embora a escolha de quais e quantos brinquedos também deva ser dele).

A Toys R Us, que já foi a maior varejista de brinquedos, perdeu muito do seu brilho nos últimos anos. Em 2005, uma aquisição alavancada deixou a empresa atolada em dívidas bilionárias, ao mesmo tempo que as mudanças de preferências dos consumidores aceleraram seu fim. Últimas análises mostram que a companhia não conseguia competir com as grandes redes de lojas em preço e conveniência, ou oferecer uma experiência divertida que lojas especializadas menores conseguem oferecer. A Toys R Us deve US$ 7,9 bilhões a mais de 100 mil credores, incluindo Mattel, Hasbro, Lego e Crayola, de acordo com o pedido de falência.

Larian, no entanto, diz que continua a enxergar um negócio que vale a pena ser salvo. As grandes lojas da companhia têm sido, há décadas, um ponto de partida para pequenos produtores de brinquedos, ou para os grandes que buscam testar um novo produto antes de um amplo lançamento.

“O mercado de brinquedos não existe sem a Toys R Us”, ele disse ao The Washington Post na última semana. “É um grande negócio e eu vou tentar salvá-lo o máximo possível”.