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Sede da Universidade Positivo, em Curitiba. | Reprodução/Facebook
Sede da Universidade Positivo, em Curitiba.| Foto: Reprodução/Facebook

O Grupo Positivo, sexta maior empresa do setor de educação do Brasil, deve encerrar o ano com receita recorde: R$ 1,04 bilhão. O valor é fruto da estratégia de verticalização e comercialização do sistema de ensino da companhia, que, além de colégios, cursos e universidades no Paraná e em Santa Catarina, conta com editora e gráfica próprias, estrutura que faz com que a metodologia e os materiais Positivo alcancem 814 mil alunos em várias parte do país. E vem mais por aí. Desde o ano passado, pela primeira vez em seus atuais 45 anos de história, o grupo saiu às compras de colégios e universidades para, aos poucos, crescer fisicamente e bater de frente com os grandes nomes do setor. 

Em 2016, o Grupo Positivo consolidou a sua posição como sexta maior empresa de educação do país ao registrar uma receita líquida de R$ 974,5 milhões, o que inclui os cursos, colégios, universidade, gráfica e editora. Ficou atrás somente de Kroton, Estácio, Somos Educação, Ser Educacional e FGV, nomes com presença nacional mais forte e com foco no ensino superior. Para este ano, a expectativa do grupo paranaense é crescer 6,7% e chegar a uma receita líquida de R$ 1,04 bilhão. 

Sistema de ensino vira principal negócio do grupo

Os resultados do Grupo Positivo são explicados pela estratégia de verticalização e comercialização do sistema de ensino da companhia. A empresa, que começou como um cursinho pré-vestibular idealizado por um grupo de oito professores, em pouco tempo se transformou em um grupo com gráfica e editora próprias para comercializar país afora os materiais e a metodologia Positivo. 

“A gente tem um business de educação nacional que é o sistema de ensino. A editora, há décadas, vende a nossa metodologia para escolas no Brasil inteiro. Isso nos permitiu crescer muito em escala empresa e, com isso, crescer muito a receita e o resultado”, afirma Lucas Guimarães, vice-presidente do Grupo Positivo. 

A ideia de ser uma escola que vende método de ensino surgiu ainda na década de 1970, época em que o cursinho foi criado em Curitiba. Escolas de fora começaram a bater na porta do curso, interessadas no sistema de ensino recorde em aprovação no vestibular. Depois de muito debate entre os sócios, que tinham receio de “entregar o ouro” para os concorrentes, houve a decisão de tornar o Positivo mais que uma escola. 

A comercialização do sistema de ensino cresceu tanto que virou o principal negócio do grupo. Hoje, são 814 mil alunos do ensino fundamental ao médio que utilizam os materiais Positivo, a grande maioria de escolas e colégios conveniados espalhados pelo país. A editora e a gráfica respondem, juntas, por 57% do faturamento do grupo, enquanto os colégios e universidades contribuem com 43%. 

A Positivo Tecnologia, antiga Positivo Informática, que nasceu dentro do Grupo Positivo para fazer computadores acessíveis a escolas, virou uma empresa de capital aberto, com balanço financeiro independente do Grupo Positivo. 

Colégios e universidades ficam restritos a Curitiba

Mas o sucesso do sistema de ensino, ao mesmo tempo que fez o grupo crescer nacionalmente através da venda dos materiais e métodos, fez a companhia ficar fisicamente restrita a Curitiba. Ate o início de 2016, o Grupo Positivo tinha dois cursinhos pré-vestibular, cinco colégios e sete polos universitários instalados em Curitiba. 

“O negócio da editora cresceu tão bem e acabou tomando tanto o nosso foco que, na parte de escolas, principalmente nos anos 1990, a gente perdeu um pouco do empreendedorismo e deixamos de ver as possibilidades que esse mercado apresentava”, afirma Lucas Guimarães. 

Solução foi sair às compras

Esse cenário, porém, mudou definitivamente no ano passado. Depois de reestruturar os seus colégios em Curitiba, com mudanças na gestão e introdução de novos produtos, o Grupo Positivo deu início ao plano de expansão: comprar colégios e universidades para crescer nacionalmente. 

A primeira aquisição foi do Colégio Posiville, de Joinville, Santa Catarina, em 2016. Neste ano, o grupo comprou a Faculdade Arthur Thomas, de Londrina, no interior do Paraná, fato que marcou a entrada da companhia no interior do estado, já que antes estava presente apenas com polos de educação superior a distância (EAD). 

“Vimos que se a gente não empreendesse em escola, não só deixaríamos de capturar as oportunidades nesse segmento, como também de criar diferenciais no nosso sistema de ensino”, explica Guimarães. “Com a retomada do crescimento das nossas escolas em Curitiba, naturalmente começamos a pensar em ir para outras praças. E para ir para outras praças, a aquisição é o melhor atalho.” 

O grupo busca entrar em cidades com boas oportunidades no setor de educação e, dentro dessas cidades, quer adquirir colégios e universidades com marcas tradicionais e que tenham força regional, além de potencial de crescimento. 

As aquisições, que não vão parar no Posiville e na Arthur Tomas, podem acontecer tanto no ensino básico quanto no superior. No caso do ensino básico, a preferência é por quem já usa o método Positivo, caso que aconteceu com o Posiville. E, no superior, não há nenhum problema em concorrer localmente com as líderes do setor, como Kroton e Estácio. 

Guimarães estima que, dentre cinco anos, com as futuras aquisições, é possível passar dos atuais 12,2 mil alunos no ensino básico (fundamental, médio e cursinho pré-vestibular) para 30 mil estudantes. Já no ensino superior, o que inclui os estudantes presenciais e do EAD, deve saltar dos mais de 28 mil para 50 mil. 

“A gente está pensando grande, mas com prudência. E esses números [de crescimento de alunos] não são nenhum absurdo. Eles são factíveis”, diz Guimarães. Resta aguardar pelas próximas aquisições do Grupo Positivo. 

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