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Caronistas se reunem em grupos no Facebook | Pixabay
Caronistas se reunem em grupos no Facebook| Foto: Pixabay

Os apps de carona competem com um adversário inesperado no Brasil: os grupos formados por usuários do Facebook. Eles são a principal plataforma para unir pessoas que vão para o mesmo destino. Segundo fontes consultadas pela reportagem, há pelo menos dois milhões de pessoas espalhadas em mais de três mil grupos de caronas na rede.

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Esses grupos fazem sucesso principalmente entre pessoas de até 35 anos que precisam se deslocar de uma cidade para outra. O sucesso do formato se deve à relação custo/benefício das caronas, que são mais baratas e rápidas que uma viagem intermunicipal de ônibus.

O agendamento das viagens é simples no Facebook. Após entrar no grupo que conecta duas cidades, o usuário só precisa fazer uma publicação anunciando que está buscando ou oferecendo uma carona no dia, horário e local que achar melhor. Assim, outras pessoas conseguem usar a busca pra achar viagens compatíveis e negociar o preço.

Mais segurança

Para Dante Lopes, administrador de um grupo de 5,3 mil membros entre o trajeto São Paulo e Ribeirão Preto, o mais vantajoso ao usar o Facebook é procurar no grupo por outras caronas daquela pessoa e ver os comentários sobre ela. O empreendedor também acrescenta que é possível buscar informações pessoais – como amigos e interesses em comum – no perfil do viajante, o que pode ser decisivo para pessoas se sentirem seguras antes de uma viagem.

Para administradores dos grupos, o trabalho de manutenção é simples, apesar de não remunerado. "As próprias pessoas denunciam as publicações que fogem do propósito daquele espaço. Eu só recebo a notificação e expulso o autor", conta Lopes. Já Patrick R. P., que administra 87 grupos de carona no Brasil, conta que só entra duas vezes ao mês para apagar publicidades.

Licenciado em matemática pela Universidade de São Paulo (USP), Patrick explica que cuida de grupos porque gosta de ajudar as pessoas. E o interesse por criar e manter grupos não é de agora: o estudante já tinha várias comunidades na época do Orkut. "Quando o Facebook começou a aparecer, lá em 2007, eu migrei e resolvi criar grupos para reunir pessoas que procuravam vagas de moradia estudantil."

Os grupos de carona só vieram mais tarde, em 2012, quando o jovem precisava fazer o trajeto entre São Paulo e Piracicaba. "Como os grupos existentes eram mal organizados, resolvi criar os meus", relata. Depois do sucesso do primeiro, o piracicabano resolveu mapear as principais rotas do País e criou cerca de 40 grupos.

Em 2014, ele chamou um amigo para ajudá-lo. "Meus grupos de carona já reúnem mais de 127 mil pessoas", diz o matemático.

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