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 | Antônio MoreGazeta do Povo
| Foto: Antônio MoreGazeta do Povo

Depois de o comércio varejista ter registrado o pior ano da sua história em 2016 e de ter fechado 108,7 mil lojas em todo o país, as redes varejistas apostam em um novo formato de ponto de venda. Empresas como Magazine Luiza e Via Varejo, dona da Casas Bahia e do Ponto Frio, estão lançando lojas físicas menores, sem produtos em estoque nem em exposição (com exceção de smartphones). 

Nessas lojas, o cliente vai até o local e vê todos os produtos através da tela de um computador, tablet ou totem de autoatendimento. Há alguns vendedores para tirar dúvidas, recomendar produtos e auxiliar quem não sabe mexer com a tecnologia. Depois, o cliente pode finalizar o pedido na própria loja e receber o produto em casa. A única exceção são os smartphones, disponíveis a pronta entrega. 

A pioneira nesse modelo foi o Magazine Luiza. A empresa lançou ainda na década de 1990 o que chama de “lojas virtuais”. Na época, as lojas sem produtos eram abertas em cidades do interior, que não comportavam pontos de venda físico. Os pedidos eram registrados em computadores pelo vendedores e recebidos dias depois pelos clientes.

Retorno

Duas décadas depois, o modelo voltou com força. Das 800 lojas que o Magazine Luiza possui em todo o país, cerca de 100 unidades são “lojas virtuais”, com vendas totalmente on-line e  sem produtos em exposição ou estoque. A empresa espera abrir mais lojas desse modelo neste ano, principalmente nas grandes cidades.

O Magazine Luiza explica que o modelo é central na estratégia da empresa pois é mais barato e rentável do que as lojas físicas tradicionais, que têm mais de mil metros quadrados e centenas de produtos expostos. As lojas virtuais do Magazine Luiza têm poucos metros quadrados, menos vendedores e conseguem realizar uma venda muito mais rápido e, por isso, são mais eficientes. 

Tendência

Com o formato voltando e dando certo no Magazine Luiza, a Via Varejo também resolveu apostar na tendência. A empresa vai testar os primeiros pilotos de “lojas digitais” no 4º trimestre deste ano. Segundo entrevista do presidente da companhia, Peter Estermann, em entrevista à agência de notícias Reuters, serão dois modelos: um com exposição de produtos físicos e on-line por meio de catálogo digital e outro totalmente digital, sem nenhum produto físico. 

A especialista em varejo Ana Paula Tozzi, CEO da AGR Consultores, afirma que o modelo de loja sem produtos tem a vantagem de ser mais rentável e produtivo do que a loja tradicional. Normalmente, essas lojas têm menos de 100 metros quadrados e poucos vendedores. O estoque é todo centralizado nos centros de distribuição e não há os custos com produtos parados. O custo operacional pode cair, em alguns casos, em até 70% na comparação com as lojas tradicionais.

“As lojas virtuais vão permitir o crescimento das vendas sem aumento de custo operacional. Isso é muito importante em um momento de crise como esse”, diz Ana Paula. Ela destaca, ainda, o fato de a linha branca de produtos ter margens de ganho muito apertadas, o que faz com que qualquer ganho em custo operacional reflita positivamente no balanço das empresas. 

Resta saber se as lojas físicas sem produtos em exposição vão cair no gosto dos brasileiros. 

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