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Chromebook da Samsung | Photo-Mix/Pixabay
Chromebook da Samsung| Foto: Photo-Mix/Pixabay

O mercado global de computadores voltou a crescer após cinco anos em queda. Os números se referem ao primeiro trimestre de 2017 e são da consultoria IDC. Outra, a Gartner, aponta uma queda histórica. A disparidade entre os relatórios se explica pelo que cada consultoria classifica como computador ou não.

De acordo com o IDC, no primeiro trimestre do ano foram distribuídos 60,3 milhões de computadores no mundo inteiro, crescimento de 0,6% em relação ao mesmo período de 2016. Embora ínfimo, é o primeiro aumento desde o primeiro trimestre de 2012. O resultado foi inesperado – a previsão era de nova queda, de 1,8%.

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IDC, distribuição de computadores no primeiro trimestre de 2017

A consultoria informou em comunicado que esse aumento se deveu ao fato de que componentes críticos, como memórias, estão em falta, o que levou as empresas a acelerarem a produção em antecipação a inevitáveis aumentos de custos. Essas consultorias monitoram a distribuição de produtos, e não necessariamente quantos deles chegam aos consumidores finais.

Outro fator que pesou no trimestre, ainda segundo o IDC, é que o mercado corporativo está passando por um período de renovação de equipamentos, o que deve estender o bom momento dos computadores por mais alguns trimestres. Para consumidores domésticos, a demanda por modelos específicos para jogos e a saturação dos mercados de smartphones e tablets contribuem para a estabilização do de computadores.

O relatório ainda mostrou que a norte-americana HP voltou a ser líder de mercado, posto que havia perdido no começo de 2013 para a chinesa Lenovo. No trimestre, o placar ficou em 13,14 milhões de unidades vendidas contra 12,32 milhões da segunda colocada. O crescimento anual da HP foi o maior entre as empresas que figuram no ranking, de 13,1%.

Divergências

O IDC considera, para esses números, computadores desktop, notebooks e workstation. Chromebooks, os notebooks que rodam o sistema Chrome OS, do Google, estão englobados. Tablets, incluindo a linha Surface, da Microsoft, ficam de fora.

O Gartner, outra consultoria que também consolida e divulga relatórios trimestrais de distribuição global de computadores, usa critérios diferentes. Chromebooks tablets ficam de fora, mas tablets com teclados acopláveis/destacáveis, caso dos Surface da Microsoft, entram na conta.

Gartner, distribuição de computadores no primeiro trimestre de 2017

Essas diferenças na classificação dos dispositivos explicam a disparidade nos números finais do trimestre. Para o Gartner, o mercado encolheu 2,4% no mesmo período, chegando a 62,2 milhões de unidades. E essa marca, mesmo maior que a aferida pelo IDC, é negativa na ótica do Gartner: foi a primeira vez, desde 2007, que menos de 63 milhões de computadores foram distribuídos em um trimestre.

O Gartner também diverge quanto às empresas que mais vendem. Na lista, a HP também está no topo, mas a vice-liderança é da compatriota Dell. A Lenovo, vice para o IDC, aparece apenas na terceira posição no relatório do Gartner.

A ascensão do Chromebook

Um dos possíveis fatores que geram as divergências entre IDC e Gartner, os Chromebooks são notebooks pequenos, leves e baratos, que rodam o Chrome OS, sistema operacional do Google. Ele tem pouca memória local e é bastante dependente da nuvem. A interface do usuário consiste, basicamente, em janelas do navegador Chrome.

Nos Estados Unidos, Chromebooks se tornaram líder no segmento educacional. De acordo com a consultoria Futuresource, 58% dos 12,6 milhões de “computadores móveis” (a definição engloba notebooks e tablets) comprados em 2016 para alunos do jardim de infância até o ensino médio rodavam o sistema do Google.

O crescimento acelerado dos Chromebooks fez as rivais se movimentarem. A Apple lançou o “Classroom” para o iPad, uma suíte de aplicações para se trabalhar em sala de aula com acompanhamento das atividades pelos professores. Já a Microsoft, além da sua própria versão do Classroom, também está apostando em uma variação do Windows 10 mais leve, destinada a notebooks simples e baratos, capazes de concorrer em preço com os Chromebooks. O anúncio oficial dessa versão, chamada informalmente de “Windows 10 Cloud”, deve ocorrer em evento marcado para o dia 2 de maio, em Nova York.

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