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Anthony Distefano (à esq.), engenheiro da American Aerospace, e Ryan Archer, piloto de drones, montaram um drone a gás para um voo de teste nos Estados Unidos em março | Michelle Gustafson/NYT
Anthony Distefano (à esq.), engenheiro da American Aerospace, e Ryan Archer, piloto de drones, montaram um drone a gás para um voo de teste nos Estados Unidos em março| Foto: Michelle Gustafson/NYT

Forças de segurança e equipes de emergência usam drones há anos para ficar de olho no céu. Mas os veículos aéreos não tripulados em breve poderão também desempenhar novas atividades. Duas das maiores empresas de telefonia dos Estados Unidos estão explorando novos recursos usando drones como hotspots móveis e voadores, para fornecer telefonia e outros serviços, caso torres de celular falhem ou sejam inexistentes.

“Depois do Furacão Sandy, perdemos o sinal de celular em toda a região durante vários dias”, disse Martin Pagliughi, diretor da Brigada de Emergência do Condado de Cape May, Nova Jersey. Recentemente, vários membros da brigada de Cape May se reuniram em um aeroporto municipal em Woodbine para assistir à Verizon (companhia de telecomunicações americana) lançar um drone de 90 kg. Quando atingiu 914 metros de altitude, um ponto sem fio no aparelho começou a transmitir sinal Wi-Fi. Lá do chão, membros da polícia de Cape May observaram a potência do serviço nos celulares da Verzion que carregavam consigo. “Eles estavam testando mensagens de texto e de voz, obtiveram uma cobertura completa”, disse Pagliughi.

A companhia tenta no momento entender como um hotspot portátil 4G LTE poderia funcionar em uma área “onde um desastre impactasse o serviço da Verizon e onde não houvesse nenhuma outra maneira de obter cobertura para celulares no local”, disse Christopher Desmond, engenheiro chefe da empresa. O teste em Cape May foi o segundo feito em Nova Jersey e reafirmou a viabilidade do projeto, Desmond afirmou.

Além da Verizon, ATeT testa uso de drones em catástrofes

Na foto, um drone movido a gás durante um voo de teste nos Estados Unidos em março. Empresas de telefonia móvel testam drones para uso após desastres e em áreas sem serviço sem fio.Michelle Gustafson/NYT

A Verizon não está sozinha na exploração do uso de drones para auxílio em casos de catástrofes. Em 2017, a ATeT assinou um contrato de US $ 7 bilhões com o governo federal para a construção de uma rede nacional contra desastres chamada FirstNet. Parte do programa inclui tecnologia para fornecer serviço de celular vindo do céu.

Quando o furacão Harvey atingiu Houston e o furacão Maria varreu Porto Rico, a ATeT apostou na instalação de hotspots para celulares a partir de mastros que foram erguidos para fornecer serviço. A empresa também pode lançar um drone quadrotor remoto, conhecido como Cell on Wings, que é conectado ao chão através de cabos que trocam dados e energia. (O serviço da Verizon não foi derrubado pelo furacão Harvey e a empresa não possui serviço para celulares em Porto Rico).

Chris Sambar, vice-presidente da ATeT, afirmou que, na grande maioria das vezes, a combinação de um caminhão e um mastro pode resolve o problema de comunicação, “mas há momentos em que um drone se faz necessário”.

Verizon busca outros usos possíveis para os drones

Além de telefone e outros serviços de dados para os socorristas, a Verizon está buscando outros usos possíveis para os drones. “Nós ainda pretendemos acoplar uma câmera ao drone para coletar dados fotográfico para nós aqui embaixo”, colocou Desmond, o que daria uma noção da situação para quem está no local e também para o centro de comando. Isso, ele disse, permitiria uma colaboração melhor entre aqueles que estão dentro da zona de desastre e aqueles fora dela.

Cape May foi escolhido para uma série de testes da Verizon porque autoridades locais promovem o condado como um espaço para programas de desenvolvimento comercial de drones. Lá, há uma incubadora de empresas de drones que abriga várias startups e ainda possui uma espécie de certificado especial que permite que não sigam os regulamentos da Administração Federal de Aviação, que limita os voos dessas pequenas naves ao período diurno e em altitudes inferiores a 121 metros.

Essas circunstâncias permitem que eles alcem voos de teste a até 2.133 metros. A zona abrange uma península que se projeta em direção à Baía de Delaware e ao Oceano Atlântico, por isso a maior parte dos 2 mil quilômetros quadrados de espaço onde há permissão de voo fica sobre a água ou sobre trechos de terreno sem serviço de celular, criando uma área ideal para o teste.

O avião sem piloto possui uma envergadura de 5 metros, sendo muito maior que um drone amador. Ele não plaina e não tem bateria. Em vez disso, seu motor a gás suporta voos que podem durar até 16 horas, produzindo 400 watts de potência – o suficiente para controlar o avião e alimentar as necessidades elétricas de um hotspot de comunicação, de uma câmera e de outros equipamentos a bordo.

“É um veículo único, uma forma de transportar sensores com uma resistência que não se encontra em aeronaves tripuladas”, disse David Yoel, fundador e diretor executivo da American Aerospace, a empresa proprietária do drone e que o opera para a Verizon.

Antes de a Verizon começar os testes de seu hotspot aéreo, Cape May conduziu seus próprios testes usando um drone da American Aerospace equipado com transmissores de rádio, celular e satélite. Pagliughi disse que queria verificar a eficiência das várias opções, e afirmou que o condado trabalharia com qualquer empresa que pudesse ampliar o leque de serviços aéreos para socorros emergenciais: “Acho que é extremamente importante”, completou.

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