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 | Rodolfo Buhrer/Renault
| Foto: Rodolfo Buhrer/Renault

A Renault inaugurou nesta terça-feira (6) uma nova fábrica localizada no Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais. A Curitiba Injeção de Alumínio (CIA) começa a operar no mesmo ano em que a montadora completa 20 anos de produção no mercado brasileiro e é resultado de um investimento de R$ 350 milhões, anunciado em 2017. Com esta nova planta, o Complexo Ayrton Senna passa a abrigar quatro fábricas. Além da CIA, lá funcionam também as unidades produtivas de motores, veículos de passeio e comerciais leves.

De acordo com o presidente da Renault do Brasil, Luiz Pedrucci, a inauguração encerra um ciclo de investimentos de R$ 3 bilhões feitos no Brasil. Em 2017 a montadora viveu seu melhor momento comercial no país, quando alcançou 7,7% de participação no mercado. “Acreditamos que 2018 será um ano de crescimento. Nosso plano é chegar a 2022 com 10% de participação”, disse durante a cerimônia de inauguração da CIA.

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A indefinição sobre o Rota 2030 – plano federal de apoio à indústria automotiva e que deveria ter entrado em vigor logo que acabou o anterior, Inovar Auto, em 1º de janeiro – deixa o futuro pouco claro, na opinião do executivo. “Com o Inovar Auto tínhamos clareza do caminho a seguir. Enquanto não tivermos o Rota 2030, temos de ser prudentes e aguardar pelas novas regras, para não corrermos o risco de irmos pela direção errada”, afirmou Pedrucci. Apesar disso, ele acredita que os investimentos feitos no último ciclo dão uma boa cobertura à Renault do Brasil pelo menos até 2022.

A CIA

A Curitiba Injeção de Alumínio é formada por 165 máquinas, provenientes de países como Japão, Coreia, França, Espanha, Alemanha e Brasil. Do Brasil, vieram as linhas de acabamento do cabeçote e os fornos de fusão, de tratamento térmico e de pré-aquecimento.

Com uma área de 14 mil metros quadrados, a CIA envolveu 2 mil pessoas de 11 países diferentes em sua construção, tornando-se a fábrica de injeção de alumínio mais moderna da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, além de ser a única linha com injeção de cabeçote no Grupo Renault. Atualmente trabalham cerca de 100 funcionários na unidade, divididos em dois turnos. “Com a CIA, deixamos de importar esta parte do Japão e passamos a produzir aqui, gerando empregos e renda para o Paraná”, afirmou Pedrucci.

A fábrica tem capacidade de produzir 250 mil blocos e 250 mil cabeçotes do motor 1.6SCe por ano. A opção por focar nos motores 1.6SCe, segundo Pedrucci, foi devido a este tipo atender 60% da gama de veículos da montadora.

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A produção do bloco é feita em quatro fases: fusão, injeção de alta pressão, acabamento e tratamento térmico. Na fabricação do componente é utilizado um processo mais moderno de lubrificação, que reduz consideravelmente o consumo de óleo, de 12 litros, nos métodos tradicionais, para 22ml por peça. Além da economia, é um processo mais limpo e mais rápido.

A injeção de alumínio é feita de maneira totalmente robotizada, a uma velocidade de 200km/h e pressão de 900bar. A injetora possui uma produtividade 15% maior e é 20% mais compacta que as máquinas da geração anterior. Já a produção dos cabeçotes é composta por cinco etapas: fusão, sopro de machos de areia, injeção de baixa pressão, acabamento e tratamento térmico. É um processo inorgânico, ou seja, livre de emissão de carbono, também contribuindo para um ambiente mais limpo. O maquinário utilizado neste processo é 20% mais produtivo e 30% mais compacto que os da geração anterior.

O pré-aquecimento das barras de alumínio reaproveita o calor dos outros processos, o que ajuda a diminuir o consumo de energia elétrica e de gás natural em 5%. Ainda preocupados com o meio ambiente, a nova fábrica possui iluminação 100% de LED e telhas translúcidas que permitem aproveitar a luz natural.

Dentro da própria CIA existe um laboratório metalúrgico onde a qualidade dos blocos e cabeçotes é conferida, por meio de diversos testes. O laboratório possui um equipamento de tomografia computadorizada industrial, o primeiro deste porte em uma montadora na América do Sul. A máquina é capaz de fazer a análise das peças em três dimensões e é utilizada para controle de qualidade, pesquisa e desenvolvimento.

Os componentes produzidos na CIA são destinados à Curitiba Motores (CMO), que fabrica os propulsores dos veículos da marca. A CMO também recebeu investimento em 2017, no valor de R$ 400 milhões, destinados à ampliação da fábrica, que deve ser concluída dentro de alguns meses, segundo a empresa.

No Brasil, a Renault possui 7.300 funcionários, 1.300 deles contratados no final de 2017, principalmente pela demanda crescente pelos modelos Kwid e Captur. A montadora também abriu um terceiro turno de trabalho. Aqui são fabricados sete veículos: Kwid, Sandero, Logan, Duster, Duster Oroch, Captur e o comercial leve Master. Em duas décadas, já são cerca de 2,8 milhões de veículos produzidos aqui, e as exportações batem a casa dos 700 mil, ou seja, cerca de 40% da produção.

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