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A reação das pessoas à suspensão do WhatsApp no país, entre esta segunda e terça-feira (3) mostra a popularidade do aplicativo de mensagens lançado em 2009, que já conta com 1 bilhão de usuários no mundo, sendo 100 milhões no Brasil.

Por pouco mais de 24 horas, o assunto dominou o noticiário nacional e as conversas de amigos, mesmo com o andamento dos trabalhos da comissão do impeachment no Senado e as finais dos campeonatos estaduais de futebol. Mas qual o segredo de tamanho sucesso? Para especialistas, a resposta é a simplicidade.

“Produtos como o WhatsApp têm usabilidade e interface muito simples, é fácil de usar”, diz Camila Farani, presidente do Gávea Angels e professora de Empreendedorismo e Inovação na FGV. “Quando você une a simplicidade e resolve um problema das pessoas, a curva de adoção é muito grande.”

WhatsApp derruba liminar que bloqueava aplicativo

A decisão ocorreu depois de a empresa pedir a reconsideração da decisão desta madrugada do Tribunal de Justiça do Sergipe, que havia mantido o bloqueio do serviço

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O aplicativo ocupou um espaço no mercado criado pelas operadoras, mas que apresentava limitações. Até o seu lançamento, a troca de mensagens pelo celular se dava principalmente pelo SMS, mas o serviço era pago. E caro. As pessoas queriam se comunicar por texto, de forma rápida, mas os custos eram impeditivos.

Fernanda Saboia, estrategista de Produto na agência digital Huge, ressalta que já existiam outros serviços similares, como Skype, MSN Messenger, Viber e o Messenger do Facebook, mas o WhatsApp se sobressaiu por ter sido o primeiro criado exclusivamente para trocar mensagens de texto pelos smartphones.

“Isso o tornou simples. Quando você desenvolve um serviço para o mobile, precisa ser objetivo, colocar só o que é importante por causa da limitação de espaço”. opina Fernanda. “Até hoje, o Skype é visto como um programa de computador e o Viber como aplicativo de chamadas por voz.”

Só o essencial

E apesar de ter crescido exponencialmente em volume de usuários, a companhia tenta manter apenas o essencial. Ao longo dos poucos anos de vida, o WhatsApp implementou algumas funções, como a possibilidade de formar grupos e as chamadas por voz, mas não as videochamadas e os stickers (ilustrações que representam emoções ou ações), comuns nos concorrentes.

Por ter sido comprada pelo Facebook em 2014, a empresa teve o privilégio de não precisar se preocupar com as receitas. Dessa forma, pôde abrir mão da publicidade e até mesmo da cobrança da taxa de US$ 1 anual, que vigorou até janeiro deste ano. As operações são enxutas, mantidas por cerca de 50 engenheiros, mas deficitárias.

“Muita informação causa ruído”, diz Fernanda. “E quem está do outro lado é sempre uma pessoa que você tem alguma relação, não uma empresa te enviando um panfleto.”

E não ter o modelo de negócio centrado na publicidade é uma das explicações para o WhatsApp não poder fornecer à Justiça informações sobre mensagens trocadas. Outras empresas, como Google e Facebook, coletam dados dos usuários para transformá-los em publicidade direcionada. O WhatsApp, não. O serviço serve apenas como uma ponte e as informações são armazenadas localmente, nos celulares das pessoas.

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