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Maria Carolina cuida do marketing da empresa criada  a partir do doce batizado de Benedito. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Maria Carolina cuida do marketing da empresa criada a partir do doce batizado de Benedito.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Uma receita de família passada de geração em geração e uma boa história para ajudar a vender o produto. Essa combinação foi o ponto de partida do empresário curitibano Jefferson Franco Vieira para a criação da marca Beneditos, que dá nome a um doce artesanal feito a partir de biscoitos ao leite recheados com creme de cacau e cobertura de chocolate suíço. Com crescimento médio de 20% nos últimos três anos e projeção de 10% para este ano, o negócio familiar encontrou um nicho e se aproxima agora do seu primeiro milhão.

Os Beneditos estrearam no mercado em 2005 com todos ingredientes para dar certo, incluindo uma medida extra de cautela. Sem qualquer experiência na área de alimentos, Jefferson e a esposa Vera fizeram um lote piloto do doce para testar entre amigos e conhecidos. A aceitação unânime deu fôlego para que o casal de farmacêuticos investisse na ideia. A sala de jantar da família virou linha de produção comandada por Vera, de onde saíam Beneditos para abastecer cafeterias, bistrôs e empórios de Curitiba.

A venda nesses locais funcionava – e ainda funciona – como um chamariz. No início, sem uma estratégia de marketing ou vendas definida, a maioria dos clientes era atraída pelo boca a boca, conta Jefferson. Foi assim que um pedido especial de um cliente abriu, sem querer, novos horizontes para o negócio. Prestes a se casar, um noivo insistiu em trocar o tradicional bem-casado por Beneditos para oferecer como lembrança aos convidados. De lá pra cá, a empresa se especializou na área de eventos, que responde hoje por 90% da demanda.

Roupa de gala

A entrada no universo das grandes festas de casamento e debutantes trouxe sofisticação aos Beneditos. A receita original foi adaptada, o doce era uma unanimidade, mas a embalagem deixava a desejar. A pedido de Jefferson, um amigo designer criou a Box Luxo, um modelo exclusivo de caixinha para acomodar a guloseima. Foi um divisor de águas, segundo Jefferson. Com identidade , mas totalmente personalizável, a embalagem equivale a 20% do custo do produto. Assim como a marca Beneditos, a “roupa de festa” dos doces também teve sua patente registrada no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) em nome do Empório São Benedito Chocolatier.

Santo nome

O nome Beneditos é um capítulo à parte na história do negócio. Surgiu sem muito esforço e pegou. Era simples e tinha sonoridade, diz Jefferson Vieira. O doce foi batizado com o nome de São Benedito, o santo negro filhos de descentes de escravos. Católica, a família imaginou que, ao dar o nome do santo ao doce, a guloseima seria bem recebida. Para proteger o nome que tão bem se encaixou ao produto, Vieira registrou a marca, preocupação herdada do trabalho na indústria farmacêutica.

Em abril de 2008 – quando a sala de casa ficou pequena para a produção de 4 mil unidades por mês – a empresa mudou-se para um espaço maior, onde está até hoje, no bairro Bacacheri. A operação é enxuta. Além de Jefferson, Vera e a filha Maria Carolina, que estão no comando do negócio, cinco profissionais tocam a produção, que hoje oscila entre 10 e 12 mil unidades mês.

No calendário de vendas, o período que vai de agosto a dezembro costuma o mais movimentado, afirma Maria Carolina, responsável pelo marketing do negócio. A área absorve hoje cerca de 80% do investimentos da empresa. Por ora, a ideia é reforçar a área de vendas para, na sequência, aumentar a capacidade de produção, que hoje está praticamente no limite.

“Há cerca de dois anos, as pessoas passaram a procurar os Beneditos também para pequenos eventos como batizados, chás de bebê e nascimentos”, ressalta ela. O filão que tem elevado as vendas, contudo, é o de eventos corporativos, com o fornecimento para grandes empresas, acrescenta ela.

Maior mercado da marca, a região de Curitiba ainda responde por 70% da demanda, mas as vendas para outras cidades e estados vem crescendo a olhos vistos. “Já enviamos Beneditos até para o Acre”, conta Maria Carolina.

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