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Os ministros das finanças e os presidentes dos bancos centrais saudaram os sinais positivos nas economias ricas, mas lamentaram a fraqueza em alguns países emergentes. | Gary Cameron/Reuters
Os ministros das finanças e os presidentes dos bancos centrais saudaram os sinais positivos nas economias ricas, mas lamentaram a fraqueza em alguns países emergentes.| Foto: Gary Cameron/Reuters

O grupo das 20 maiores economias do mundo usou um tom otimista ao falar das perspectivas para o crescimento global nesta sexta-feira (17), ainda que as autoridades tenham revelado o temor de que a incapacidade da Grécia para obter um acordo com seus credores possa abalar a economia ainda claudicante da Europa.

Em comunicado após dois dias de reunião, os ministros das finanças do G20 e os presidentes dos bancos centrais saudaram os sinais positivos nas economias ricas, mas lamentaram a fraqueza em alguns países emergentes.

“Os riscos para a economia global estão mais equilibrados desde que nos reunimos pela última vez”, afirmaram as autoridades. “Perspectivas de curto prazo em economias avançadas, destacadamente a zona do euro e o Japão, melhoraram recentemente, enquanto os Estados Unidos e o Reino Unido continuam a registrar crescimento sólido, o que pode sustentar uma recuperação global mais forte.”

Ainda assim, o grupo de nações de mercados desenvolvidos e emergentes, que representa cerca de 80% da produção econômica mundial, alertou para as ameaças. “Há desafios mais importantes, incluindo volatilidade em taxas de câmbio e inflação baixa prolongada, desequilíbrios internos e externos, alta dívida pública e tensões geopolíticas”, apontou o comunicado.

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Apreensão em Atenas

Embora a Grécia não tenha sido nomeada no comunicado, ficou claro que Atenas estava nas mentes das grandes autoridades de Washington presentes à cúpula do G20, como nas reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.

“O clima é notavelmente mais sombrio do que no último encontro internacional”, opinou o ministro das Finanças britânico, George Osborne, aos repórteres, acrescentando que as discussões sobre a Grécia “se infiltraram” em todas as conversas.

“Está claro para mim agora que um passo em falso ou um cálculo ruim de qualquer lado poderia facilmente levar as economias europeias de volta ao tipo de situação perigosa que vimos três ou quatro anos atrás”.

Atenas vem tentando selar um acordo com seus credores do FMI e da União Europeia para suavizar os termos que os credores impuseram ao resgate financeiro. Até que se chegue a um pacto, o dinheiro do socorro está retido.

Mas o progresso nas conversas tem sido muito lento, e a Grécia pode ficar sem dinheiro antes de fazer os reembolsos devidos no mês que vem.

“É importante que nos próximos dias façamos um progresso significativo, que o processo ganhe ímpeto”, declarou o diretor do Departamento Europeu do FMI, Poul Thomsen, aos repórteres. “É preciso que haja um pacote abrangente, e está claro que isso irá levar várias semanas ou mais de discussões”, disse.

Caminhos diversos

As preocupações com a Grécia ajudaram a fazer os preços das ações caírem na Europa e em Wall Street.

O G20, entretanto, soou cautelosamente otimista ao declarar que a economia mundial está a caminho de uma recuperação pelo menos modesta. Mas o grupo apontou um risco acentuado de volatilidade financeira à medida que as políticas monetárias de grandes bancos centrais começam a tomar rumos distintos.

“Em um ambiente de regulações de políticas monetárias divergentes e volatilidade financeira crescente no mercado, as regulações de políticas devem ser calibradas cuidadosamente e comunicadas claramente para minimizar os efeitos negativos nos gastos públicos”, afirmou a declaração conjunta.

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