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Após uma breve consulta ao dicionário, encontrei o significado da palavra "dignidade": "Procedimento que atrai o respeito dos outros". Acredito que esse é o maior problema dos gestores que dedicam suas vidas ao trabalho, porém ao alcançar os 70, 80 anos não se dão conta de que chegou a hora de parar. Esses gestores acabam perdendo a credibilidade e até mesmo o respeito profissional por parte de seus colaboradores. Ou seja, as pessoas passam a excluí-lo das decisões da empresa e não levar em consideração o que ele propõe.

É claro que tudo é relativo. Para alguns, o momento certo de parar é aos 50 anos, para outros, aos 70, 80 anos. Porém, todos nós devemos ter consciência e sermos autocríticos a respeito dessa questão. Para exemplificar melhor essa situação, transcrevo a história de um leitor, que me autorizou a publicá-la aqui.

"Bom dia, Bernt através deste e-mail, gostaria de sugerir um tema para a sua coluna na Gazeta do Povo. É algo que, de um ou dois anos pra cá, vem me incomodando muito. Acho que essas duas últimas gerações não têm tanto respeito pelos mais velhos como as pessoas da minha época ou de antes costumam ter.

Explico: fundei uma empresa há 30 anos, quando eu já tinha 42 anos de idade. Na época, foi um risco que eu estava disposto a correr. Felizmente, prosperei em meus negócios. Hoje, eu e meus dois filhos estamos na gestão da empresa, que possui mais de 40 funcionários. Ainda temos que trabalhar muito para que a empresa cresça mais, mas já me orgulho de ter chegado ao ponto em que estamos – levando em consideração que comecei praticamente do zero, com dificuldades financeiras e dois filhos para criar.

Trabalhei duro e aprendi muito sobre a gestão do negócio e de pessoas ao longo desses trinta anos – experiência a qual acredito que possa servir de lição aos meus filhos, futuros gestores da empresa, e a outros profissionais, inclusive os meus funcionários. Entretanto, de alguns anos pra cá, meus filhos tem tomado praticamente todas as decisões da empresa, algumas inclusive sem me consultar. Sinto que a minha presença tem se tornado cada vez mais como a da rainha da Inglaterra: meramente figurativa.

Sinto falta de tomar decisões, de participar mais nas estratégias da minha empresa, porém percebo que a minha voz não é mais ouvida. Tudo acontece muito mais rápido do que acontecia na época em que abri a empresa e às vezes me assusto com tantas novidades tecnológicas e mudanças em todas as áreas.

Sou de outra época, eu sei. Porém, eu amo meu trabalho e vejo a empresa que fundei como se fosse um filho meu. Tenho 72 anos de idade, mas acredito que estou apto para continuar a tocar meu negócio como antes. O problema é que não sei mais como me relacionar com a minha equipe. Peço aqui um conselho de alguém que ainda não está pronto para se aposentar, por mais que seus funcionários possam pensar que sim. Grande abraço."

Saber o momento certo para se aposentar pode ser difícil de descobrir para alguns, e de aceitar para outros, infelizmente. Ao meu leitor do e-mail e a todos os outros, darei a minha opinião a respeito dessa questão tão delicada no artigo desta terça-feira. Até lá!

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