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Em quarto lugar, a Agres, do diretor executivo Rafael Klien, foi a empresa paranaense melhor colocada no estudo: aposta em P&D | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Em quarto lugar, a Agres, do diretor executivo Rafael Klien, foi a empresa paranaense melhor colocada no estudo: aposta em P&D| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Estratégia

Líder paranaense planeja expandir área de atuação

A Agres é a PME paranaense que mais cresceu ao longo dos últimos dois anos. Desconhecida do grande público, a empresa desenvolve equipamentos de automação para a agricultura e pecuária. Foi fundada em 2004 a partir de uma demanda do grupo Bom Futuro, um dos maiores produtores de soja e algodão do Brasil. O conjunto de fazendas queria um fornecedor próprio de equipamentos de agricultura de precisão – aparelhos que possibilitam que o agricultor ganhe produtividade ao programar melhor geograficamente.

Cinco anos mais tarde, a empresa iniciou uma nova fase: fechou o fornecimento de equipamentos para a fabricante de máquinas agrícolas Montana e recebeu um aporte de um investidor externo. "Naquele momento, definimos que nosso objetivo era se tornar o líder entre os concorrentes nacionais", afirma o diretor executivo da empresa, Rafael Klein. A empresa deixou de lidar exclusivamente com clientes no varejo e passou a fornecer no atacado, ganhando escala e novos rumos.

De 2012 em diante, a Agres expandiu sua área de atuação. Deixou de ser uma simples fornecedora de agricultura de precisão e passou a atuar no segmento inteiro de automação agrícola. A experiência também rendeu novos negócios. Hoje, a Agres já comercializa uma solução automatizada de alimentação pecuária, que programa a receita da ração do gado e distribui entre os animais na propriedade. "Nossa vocação para equipamentos robustos permite que possamos pensar em projetos em outras áreas, como mineração, óleo e gás, por exemplo".

Funcionários

PMEs oferecem benefícios semelhantes ao de grandes corporações

O levantamento da Deloitte também fez uma sondagem sobre que tipos de benefícios as empresas oferecem aos seus empregados e a conclusão da consultoria é que as pequenas e médias empresas (PMEs) que mais crescem no país têm práticas semelhantes a das grandes corporações.

Segundo o estudo, além dos executivos alegarem que essas vantagens fazem parte da estratégia de crescimento, as boas práticas de recursos humanos também melhoram a reputação organizacional das companhias, o que ajuda na retenção de talentos e na atração de mão de obra qualificada.

"Notamos que as empresas que frequentemente figuravam entre as líderes tinham algumas práticas em comum", explica o gerente de research da Deloitte, Giovani Banchetti Cordeiro. Segundo o estudo, a maioria das PMEs bem ranqueadas oferece plano de saúde, seguro de vida, plano odontológico, auxílio funeral, auxílio alimentação, reembolso de combustível e algum tipo de bolsa de aperfeiçoamento aos seus colaboradores. Quase 50% delas também fornece algum tipo de auxílio creche e vale farmácia.

Ambiente de trabalho

A pesquisa também levantou empresas que possuem espaços que promovem a qualidade de vida do empregado dentro do ambiente de trabalho. Quase metade das companhias ouvidas contam com uma sala de descanso e um ambiente para assistir televisão ou se descontrair com games e 16% delas contam até com áreas de massagem, quadras esportivas e áreas verdes para caminhadas.

"Até por uma questão de regulamentação, as empresas de todos os portes passaram a oferecer alguns benefícios básicos, mas vemos que pequenas empresas adotaram práticas mais sofisticadas como forma de se destacar no mercado e crescer", explica o executivo da Deloitte.

Das vinte pequenas e médias empresas (PMEs) que mais cresceram no Brasil de 2011 a 2013, cinco são paranaenses. É o que revela a 9.ª edição de um levantamento feito pela consultoria empresarial Deloitte em parceria com a revista Exame PME. Na lista completa, que traz 250 companhias, o Paraná é o terceiro estado com mais representantes, com 20 empresas – atrás somente de São Paulo e Rio Grande do Sul. No recorte regional, o estado também teve destaque.

INFOGRÁFICO: Confira a lista das pequenas e médias empresas que mais cresceram no Brasil

O levantamento contou com 460 inscrições e classificou as empresas com faturamento anual entre R$ 3 milhões e R$ 350 milhões que mais prosperaram no período. Na média, as cem primeiras colocadas fecharam o período com um aumento anual de 35%. A líder nacional, a catarinense Welle Laser, encerrou o triênio com uma expansão de 303% ao ano, por exemplo.

Segundo o gerente de research da Deloitte, Giovani Banchetti, é difícil apontar um elo para o crescimento expressivo das líderes, mas todas reúnem estratégias inovadoras e agressivas de expansão. "Existem companhias que receberam aportes financeiros, outras que incorporaram novas empresas e aquelas que simplesmente apresentaram um crescimento orgânico muito expressivo, mas cada uma tem sua história."

Os casos paranaenses são bons exemplos disso. Uma mudança no modelo estratégico, por exemplo, foi o que fez a Agres, empresa de agricultura de precisão de Pinhais, a liderar o ranking paranaense e chegar ao quarto posto na lista nacional. "Nos espelhamos em um modelo como o da Apple", resume Rafael Klien, diretor executivo da empresa.

Fornecedora de equipamentos para fabricantes de máquinas agrícolas, a empresa focou em uma equipe capacitada para o desenvolvimento dos seus produtos e apostou na produção terceirizada. Hoje, são 39 funcionários – 22 engenheiros ou técnicos, dos quais 11 dedicados exclusivamente na área de pesquisa e desenvolvimento (P&D).

No período avaliado pelo estudo, a empresa apresentou um crescimento anual de 128%, com um salto da receita líquida de R$ 2,7 milhões em 2011 para R$ 15,4 milhões em 2013.

A terceira paranaense mais bem colocada foi a prestadora de serviços de alimentação Apétit, de Londrina. Ainda que boa parte dos 75% de crescimento anual se deva a incorporações de outras companhias, o diretor financeiro da empresa, Decarlos Manfrin, atribui que mais da metade da expansão se deve a um crescimento orgânico, motivado por mudanças estratégicas. "Desde 2012, demos uma atenção maior ao Sul e Sudeste do país, com um bom serviço de refeições coletivas. Para conquistar este mercado, investimos muito na capacitação e fidelização dos colaboradores e na retenção de clientes", explica. A empresa criou a Universidade Corporativa Apetit (Uniap) para formar e treinar seus profissionais e novos talentos.

Tecnologia

O perfil de negócios do Paraná é diferente dos demais campeões de crescimento. Das 25 empresas que mais cresceram em todo o território nacional, 13 atuam no setor de informática, TI e internet. Já no Paraná, das 20 empresas que figuram entre as 250 do ranking, apenas quatro são deste setor – a melhor ranqueada delas, a Pelissari Informática, é apenas a oitava paranaense melhor colocada.

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