• Carregando...

O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, afirmou nesta terça-feira (28) que não há perspectiva de reajuste no preço da gasolina e outros combustíveis nas refinarias neste momento.

“Os preços atuais, dada a volatilidade do câmbio que estamos vivendo, não traz prejuízo, mas também não é um valor vil que está muito acima dos custos que nós temos”, afirmou Bendine durante audiência pública na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos do Senado).

Ele afirmou que não poderia fazer comentários sobre possíveis prejuízos gerados pela política de preços da estatal na gestão anterior à sua. “Isso tem de ser respondido por quem estava à frente da empresa na ocasião.”

O presidente da estatal afirmou que a gasolina pode estar mais cara no Brasil do que no mercado americano, mas que o preço é competitivo em relação a outros mercados, como o europeu.

Corrupção

O presidente da estatal afirmou que, com a publicação do balanço de 2014, foi vencido o capítulo da credibilidade da empresa em relação à sua financiabilidade. Disse ainda que os próximos passos são a revisão do plano de negócios, que deve sair em 30 ou 40 dias, e, na sequência, uma reorganização administrativa da empresa.

Sobre as perdas da empresa com corrupção, Bendine afirmou que a empresa não defende mudanças na legislação que dá liberdade de contratação à estatal, mas que os processos de licitação serão revistos.

Petrobras apresenta defesa em ação coletiva em Nova York

Documento afirma que um “cartel criminoso das maiores construtoras e empresas de engenharia” do Brasil foi formado para roubar os ativos da Petrobras, que foi vítima do esquema

Leia a matéria completa

“Vamos mitigar muito situações que a empresa vivenciou. Trabalhar na tomada de decisões cruzadas de mais áreas e mais técnicos, sem que se comprometa a agilidade. Já começamos a discutir, é projeto de longo prazo, começando de cima para baixo”, afirmou.

“Já estamos fazendo mapeamento de processos na empresa para identificar onde há fragilidade. Com certeza, isso mitigará de forma expressiva qualquer risco de desvio nas decisões da empresa.”

Prejuízo

A Petrobras divulgou na última quarta-feira (22) prejuízo de R$ 21,6 bilhões em 2014. A empresa teve perdas de R$ 6,2 bilhões relacionadas à corrupção e de R$ 44,345 bilhões com a reavaliação do valor dos seus ativos.

Bendine afirmou que essa perda com corrupção pode ser maior que o estimado até o momento e que esses valores podem ser recuperados. Disse ainda que não há nada provado até o momento em relação a esses desvios.

Petrobras descarta recorrer ao Tesouro para reduzir endividamento

O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, afirmou nesta terça-feira (28) que a estatal não tem interesse em recorrer ao Tesouro Nacional para pedir recursos que ajudem a reduzir seu nível de endividamento.

“Nem pretendemos fazer gestão junto ao controlador quanto a isso. Não é a alternativa que a gente acha mais correta. Não temos o mínimo interesse em fazer um processo de capitalização na empresa”, afirmou Bendine durante audiência pública na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos do Senado).

Bendine afirmou que, desde a publicação do balanço de 2014, na semana passada, a estatal tem recebido ofertas de linhas de crédito do setor bancário que ele avalia serem superiores àquilo que a empresa vai necessitar neste ano.

A empresa tem hoje um endividamento que corresponde a cinco vezes a geração de caixa medida pelo Ebitda (principal indicador utilizado pelo mercado), o dobro daquilo que será considerado saudável para uma companhia desse porte. “A empresa vai convier sim, por algum tempo, com endividamento que não é o salutar para ela”, afirmou.

Segundo Bendine, a empresa terá de gerar caixa, melhorar a composição de sua dívida e fazer desinvestimentos para reduzir o endividamento.

Bendine reafirmou que a empresa vai cortar investimentos previstos em 2015 e 2016 de US$ 13,7 bilhões, mas disse que não iria discriminar quais ativos serão vendidos para não desvalorizá-los.

Neste momento, segundo ele, a empresa tem encerrado a produção em poços não tiveram o desempenho que se imaginava ou que estão próximos ao abandono. “São ações mais relacionados ao dia a adia do que a um programa para ajustar nossa situação de endividamento.”

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]