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Está difícil contratar bons gestores no Sul do Brasil. Relatório da Page Group mostra que os profissionais têm tido dificuldades de trabalhar em equipe e sob pressão. Leia na Gazeta do Povo | Bigstock/Gazeta do Povo
Está difícil contratar bons gestores no Sul do Brasil. Relatório da Page Group mostra que os profissionais têm tido dificuldades de trabalhar em equipe e sob pressão. Leia na Gazeta do Povo| Foto: Bigstock/Gazeta do Povo

O Sul do Brasil está carente de profissionais qualificados para cargos de níveis da gerência à diretoria. Pesquisa enviada pela consultoria global de recrutamento especializado Page Group à Gazeta do Povo mostra que 55% das empresas têm dificuldades para encontrar esses profissionais. O problema vai além das habilidades técnicas.

A pesquisa também apontou os itens que as empresas têm oferecido para atrair talentos. Confira

Cada vez mais as empresas precisam de executivos que desenvolvam habilidades comportamentais focadas em extrair o melhor das pessoas” explica Ricardo Basaglia, diretor-executivo da Michael Page, divisão do grupo responsável pelo levantamento.

Desempenho sob pressão, trabalho em equipe, profissionalismo, disposição e conhecimento de idiomas são as habilidades em que profissionais do nível gerencial mais “pecam” em apresentar, conforme o relatório “Os Desafios de Contratação no Sul do Brasil”.

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Áreas que mais “sofrem”

A análise aponta que a área com maior dificuldade de contratação é a Comercial. “Posições comerciais exigem conhecimento de um público específico. Por isso, é muito difícil conseguir convencer uma empresa contratar alguém que não tenha experiência para aquele mercado”, diz Thiago Gaudêncio, gerente regional Michael Page para os estados do Paraná e de Santa Catarina.

Em segundo lugar no nível de dificuldade está a Engenharia. “Muitas plantas industriais ficam longe dos grandes centros. Isso acaba tornando difícil convencer um engenheiro a sair de casa para uma região remota. A mobilidade pesa muito quando é preciso dirigir centenas de quilômetros para ter acesso a um aeroporto”, constata o especialista regional.

As áreas de Finanças, Logística e TI apresentam menores obstáculos de recrutamento, conforme a pesquisa.

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Resistência à “importação”

Se por um lado a solução óbvia parece “importar” profissionais de outras regiões, o levantamento realizado com 800 gerentes, gerentes executivos, diretores e presidentes mostra que, de por outro lado, mais da metade das nacionais e multinacionais sulistas preferem nativos da Região Sul. Uma explicação é o próprio desinteresse dos executivos pelo interior.

“As dificuldades são menores quando alguém é de São Paulo e a vaga está em Curitiba, Florianópolis ou Porto Alegre, já que essas cidades oferecem fácil acesso, o que é mais difícil em locais do interior”, justifica Gaudêncio.

Ao todo, 40% das empresas do Sul preferem buscar pessoas de fora para cargos executivos. Essa tendência é vidente em Santa Catarina, estado onde 56% das companhias preferem contratar de outras regiões. “As empresas do Sul enfrentam um obstáculo comum: o desejo dos profissionais mais qualificados em trabalhar dentro de organizações alocadas em grandes metrópoles do Sudeste”, explica Basaglia.

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Outro problema é remuneração não alinhada a outras regiões, observada por 31% dos entrevistados. Neste sentido, para atrair talentos é preciso apostar na qualidade de vida da região.

“Quando há uma posição para uma empresa do mesmo porte, com remuneração equivalente e possibilidade de crescimento, o que leva um executivo a sair de uma cidade como São Paulo para outra como Joinville são as possibilidades de morar mais perto do trabalho e ter menos chance de ser vítima de violência, além do custo de vida, que é menor”, exemplifica Gaudêncio.

Outro argumento é a aceleração da carreira, quando um coordenador é chamado para ser gerente em outra cidade, por exemplo. “Existe esse salto [profissional] e também a questão da concorrência. Quem topa ir para Cascavel ou Londrina tem menos concorrentes no mercado de trabalho, e pode se destacar”, constata o especialista.

Segundo o relatório, não importa o porte da empresa: os mesmos obstáculos são revelados por pequenas e grandes companhias.

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