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Processo complexo elimina julgamentos antecipados no Google. | Divulgação
Processo complexo elimina julgamentos antecipados no Google.| Foto: Divulgação

Os cinco primeiros minutos de uma entrevista de emprego podem ser mais importantes do que se imagina. De acordo com uma pesquisa realizada pelo portal norte-americano CarreerBuilder, 49% dos recrutadores sabe, logo no início de uma entrevista, se o candidato é adequado ou não para o cargo em questão, e 87% reconhece o perfil nos primeiros 15 minutos. “A primeira impressão não é suficiente para uma decisão, mas conta muito, já que logo no início identificamos algumas características do candidato e, a partir disso, conduzimos a entrevista de forma a confirmá-las ou não”, diz Mariciane Gemin, vice-presidente regional da Asap Recruiters.

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A imagem começa a ser formada antes mesmo do encontro, quando o recrutador analisa o currículo. Por isso, a dica é apresentar um documento objetivo. “Vejo se tem informações precisas e se inclui resultados alcançados pelo profissional em suas experiências, esse é um diferencial a que poucos se atentam”, diz Ana Beatriz Tartuce Jorge, especialista em gestão de pessoas.

Imagem

Depois de avaliar o currículo, a contagem dos cinco minutos começa já na chegada, quando a pontualidade é imprescindível. Em questão de segundos, vem o impacto visual, “é a presença da imagem silenciosa, do primeiro contato visual, em seguida, gestos, tom de voz e então, por último, o conteúdo, que já estará sob o efeito do julgamento tomado nos primeiros momentos”, explica a coaching de imagem Andrea Roque Neiva.

Para resolver o comum dilema de que roupa usar, a dica de Andrea é vestir-se de acordo com os valores da empresa e do cargo desejado, que devem ser pesquisados antes. Se é um banco, o dress code pede terno e gravata para os homens, por exemplo. Já no caso de uma agência de publicidade, uma roupa moderna é mais apropriada. O que não é permitido, independente da área, é vestir-se como em um encontro de lazer, com chinelos, tênis de academia, roupas esportivas, sensuais ou desleixadas.

Comportamento

Sentar-se em boa postura, olhar nos olhos, manter os braços descruzados e ter um aperto de mão firme mostram profissionalismo e confiança e contribuem para a leitura da linguagem corporal do candidato.

Uma boa dica é o chamado rapport, técnica na qual a pessoa se espelha no outro, seguindo seu gestual, nível de formalidade e tom de voz, de modo a formar uma conexão durante a conversa. “Mas fique atento e mantenha a linha profissional e não cometa excessos, mesmo que o entrevistador o faça, pois pode ser um teste de comportamento profissional”, diz Andrea.

Respostas

Por fim, durante a conversa, o mais importante é a sinceridade e habilidade de comunicação. “Às vezes, a pessoa é tecnicamente brilhante mas perde por não conseguir se comunicar. Ser comunicativo e assertivo nas respostas tem um grande impacto”, diz Mariciane Gemin. Outra dica é a preparação para falar sobre si mesmo, algo em que a maioria dos candidatos tem dificuldade. “Sempre com cuidado para não se supervalorizar. É preciso se conhecer, saber suas forças, reconhecer fraquezas e falar o que tem feito para melhorá-las”, completa Ana Beatriz.

Google evita o peso das primeiras impressões

Para evitar um processo seletivo conduzido pelas hipóteses formadas pelo recrutador nos primeiros segundos de contato, o Google investe em uma combinação complexa de entrevistas e técnicas de avaliação de competências. No livro Work Rules, lançado em abril, o chefe de Recursos Humanos da empresa, Laszlo Bock, explica a técnica. Uma das etapas é a resolução de um case prático da função, para testar a perfomance exigida para a função. Em seguida, vêm os testes de habilidades cognitivas, similares aos testes de QI, uma forma de avaliar a inteligência e capacidade de aprendizado.

Os candidatos passam ainda por entrevistas estruturadas, divididas em comportamentais, onde são feitas perguntas sobre conquistas anteriores; e situacionais, para investigar as reações diante de situações hipotéticas apresentadas pelo recrutador.

Para facilitar o processo, a empresa possui uma ferramenta na qual o profissional de RH pode aplicar filtros com base nas habilidades que deseja avaliar e nas características da vaga. Com a ferramenta, elimina-se a subjetividade e cada candidato obtém uma pontuação, depois avaliada por outros profissionais do Google. Além disso, os candidatos passam por entrevistas com as pessoas que trabalhariam para ele e profissionais de outras áreas.

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