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Estresse pesou na hora de Leandro Velloso mudar de emprego. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Estresse pesou na hora de Leandro Velloso mudar de emprego.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A crise não impactou apenas a economia, mas também o clima dentro das empresas. A instabilidade e as incertezas do mercado fizeram com que o nível de estresse aumentasse no ambiente corporativo, trazendo algumas consequências para o próprio desempenho da companhia. E esse é um problema que passa despercebido por muitos gestores até o momento em que a situação sai de controle.

Como aponta a consultora de recursos humanos da Duomo Mari Martins, muitas empresas ainda não sabem lidar de maneira adequada com essa situação e, em um momento complicado da economia, tomam atitudes que pioram a tensão em suas equipes, seja na pressão por resultados ou adotando estratégias mais agressivas. “Elas não dão a atenção ao modo como isso afeta os funcionários, que acabam somatizando essas questões”, explica.

Os efeitos do estresse extra logo aparecem. Queda no rendimento, alteração comportamental e o aumento de conflitos internos são os principais sinais, mas ainda pode haver casos mais extremos, como a perda de talentos. “Se a pessoa é talentosa, o mercado vai oferecer oportunidades e ela vai procurar ambientes que sejam menos insalubres”, explica o coordenador dos cursos de pós-graduação da ESIC, Alexandre Weiler.

Foi o que aconteceu com o coordenador de recursos humanos Leandro Velloso, que deixou o antigo emprego por causa da tensão existente. Segundo ele, a empresa dava sinais de instabilidade, o que fez com que toda a equipe ficasse ansiosa com o futuro. “O clima dentro da empresa fazia mal e diminuía a autoestima. Isso afetava diretamente o nosso desempenho”, conta. Na nova companhia, ele encontrou um ambiente bem diferente, o que o ajudou a crescer e a ser promovido.

Para Weiler, a ansiedade é um ponto preocupante. Segundo ele, as pessoas não sabem como reagir diante do incerto e começam a imaginar cenários negativos, correndo o risco de entrar em uma inércia que pode comprometer sua carreira. Assim, para quem tem medo que a crise acabe gerando uma demissão, ele sugere tentar racionalizar a situação. “Analise seus pontos fortes e fracos para entender como a empresa pode precisar de você. Se necessário, procure formas de desenvolvimento para se manter no emprego ou facilitar uma recolocação.”

São nesses momentos que o papel do gestor se faz mais necessário, pois é ele quem deve identificar esses sintomas de estresse e criar maneiras de diminuir a tensão da equipe. “As pessoas emitem sinais de que estão estressadas ou no seu limite e é a liderança que vai identificá-los”, aponta o professor.

Mari Martins já pensa em como antecipar a solução. Para a consultora de recursos humanos, para combater o estresse, o ideal é trabalhar em programas preventivos. “Não vale a pena esperar acontecer. Uma boa gestão e uma comunicação efetiva tendem a diminuir os problemas e os impactos”, afirma.

Ansiedade

é a principal causa de estresse em momentos de crise, apontam especialistas. Para contornar o problema, recomendação é colocar a cabeça no lugar e analisar racionalmente a situação.

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