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José Augusto Figueiredo trabalhou em grandes corporações e hoje ajuda executivos a pensarem seus empregos | Divulgação
José Augusto Figueiredo trabalhou em grandes corporações e hoje ajuda executivos a pensarem seus empregos| Foto: Divulgação

Falta de autoconhecimento e orientação nas escolhas: esses são os dois principais erros que impedem a evolução profissional, na opinião de José Augusto Figueiredo, presidente no Brasil e vice-presidente na América Latina da consultoria Lee Hecht Harrison, empresa líder global em desenvolvimento de talentos e transição de carreira. Agir em uma premissa – quando todas as outras pessoas têm uma visão distinta – é outro equívoco comum no mundo do trabalho, cometido sobretudo por líderes, segundo o consultor.

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Formado em Engenharia Mecânica, antes de trabalhar ajudando pessoas a desenvolverem suas carreiras, ou migrarem de uma para outra,Figueiredo passou por um processo semelhante:na área de formação, descobriu que gostava mais da parte comercial, marketing e vendas, do que processos técnicos. Trabalhou em posições de liderança e percebeu que o que queria fazer era ajudar outros executivos a “encontrarem seus caminhos”. “Esse processo culminou com o convite de trabalhar na consultoria. Pensei durante seis meses e decidi aceitar esse novo mundo”, conta ele, que cursou Psicologia em paralelo, para conhecer o meio “profundamente”.

Certificado em coaching pela Columbia University, ele conversou com a Gazeta do Povo sobre mundo corporativo, emprego e qualificação:

Para quem está pensando em um processo de coaching: o que é e qual é o melhor momento de procurar?

O coaching é um processo de desenvolvimento que você conta com um profissional para te ajudar a ver outras perspectivas e tirar o melhor de você. O coaching libera seu potencial. Pode ser feito em qualquer momento da vida, não há um ideal, mas sim, quando a pessoa está mais exposta. E é fundamental no desenvolvimento do autoconhecimento, o que te ajuda a compreender determinadas condutas. Caso você seja um líder, seu comportamento impacta outras pessoas.

Há demandas e problemas mais recorrentes nas companhias que procuram o seu serviço?

As empresas nos contratam para trazer soluções. Cada caso é um caso, cada líder tem uma demanda no detalhe, e todas são fruto de percepções internas ao redor deles. Somos chamados e ampliamos o diagnóstico. Definitivamente, o problema mais recorrente é o desenvolvimento de liderança, seja para um jovem com potencial ou para um CEO experiente. As empresas não têm mapeado potenciais sucessores, e descobre isso quando um importante colaborador anuncia a aposentadoria.

O sr. foi executivo em grandes corporações. Que erros os profissionais mais cometem no ambiente de trabalho?

São muitos. Talvez os mais graves sejam: arrogância em achar que sabe quase tudo, não ouvir as pessoas ao seu redor, não se colocar empaticamente nos sapatos dos outros, negligenciar as emoções, ignorar a cultura da empresa. Outro erro que leva o profissional a não evoluir, e que depende dele, é a falta de autoconhecimento. Achar que é uma coisa e agir nessa premissa, quando na verdade todos estão vendo outra coisa.

Estamos em um momento bastante complicado no mercado de trabalho. Quais são os seus conselhos para conseguir uma nova vaga?

Entre vários, recomendo: ter foco naquilo que ele realmente pode contribuir e buscar identificar empresas que precisam dele. Bater na porta e conversar sobre as necessidades da empresa. Ou seja: não atuar com um candidato a uma vaga, e sim um provedor de serviços que olha as empresas como potenciais clientes.

Muitas pessoas que são demitidas empreendem. É uma boa saída?

Quando se está desempregado, precisando gerar o sustento, qualquer forma de trabalho (ético) é digna. Entretanto é preciso avaliar bastante se você está diante de uma necessidade pontual ou se você realmente tem um projeto ou um sonho. Existem muitas desilusões em empreendimentos por falta de conhecimento do empreendedor.

Uma alegação recorrente do mercado é que, no Brasil, ainda é difícil achar um profissional qualificado. Isso é verdade?

É sim. Temos muitos profissionais desqualificados para a complexidade que nossos negócios e empresas vivem. Em um momento recessivo, é difícil identificar quais seriam essas faltas, mas, quando o mercado se aquece, faltam profissionais como engenheiros, tributaristas, técnicos na indústria de petróleo, motoristas de carga de grande porte, entre outros.

Para ser um profissional qualificado e requisitado: o que é necessário fazer?

Ele precisa saber para quê ele quer se qualificar. Se é realmente conhecimento que busca. Se for habilidades, talvez uma atividade on the job (processo de ações práticas realizadas em uma empresa) com um mentor pode ser melhor e mais efetivo. Num curso também se desenvolve muito networking com pessoas diferentes e interessantes. Talvez, o mais importante é compreender que o comportamento e determinadas atitudes é que são decisivos numa carreira. Um bom curso te coloca no jogo, mas não joga para você.

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