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| Foto: ANIELE NASCIMENTO/Gazeta do Povo

A especialista em planejamento financeiro Sonia Tomiyoshi fez uma publicação num grupo de mães no Facebook relatando ter sido discriminada num processo seletivo para uma vaga de trabalho apenas por ser mãe.

Ela participava do processo seletivo há dois meses. “Fiz algumas entrevistas, testes, entregas de relatórios e era uma das candidatas finalistas. Na semana passada, uma representante do RH da empresa me ligou e me disse que, apesar de eu ter sido muito bem avaliada no processo, buscaram outra pessoa, com o mesmo perfil que o meu, porque a empresa acreditava que eu não conseguiria desempenhar bem minha função por ser mãe”, disse ela em entrevista ao E+.

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Sonia, que é mãe de Lucas, de cinco anos, e Maria Lara, de um ano e oito meses, concorria a um cargo de gerente financeira e de controladoria. “Nos últimos sete anos eu já vinha assumido cargos de gestão. Não sou uma pessoa nova no mercado, não estou me aventurando agora, já tenho experiência e ter filhos nunca me prejudicou em nada”, relatou.

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Porém, para a empresa, isso foi um problema. Desde o início do processo, Sonia deixou claro que tinha filhos pequenos e que tinha estrutura familiar e uma babá que auxiliam nos cuidados com as crianças. “Notei que, logo que falei, isso foi colocado em pauta várias vezes pela pessoa que me entrevistava, isso foi inclusive circulado no currículo como um ponto negativo”, contou.

Mas o episódio não abalou Sonia que acredita, ao contrário da empresa, que ter filhos é um ponto positivo para o mercado de trabalho: “O fato de ter filhos não me prejudica em nada, pelo contrário, me motiva a ser cada vez melhor, porque, por meio do trabalho, eu consigo dar cada vez mais para meus filhos, na condição financeira, na estrutura familiar. Depois que me tornei mãe, fiquei muito melhor. Fiz uma segunda graduação sendo mãe, justamente para ter uma qualificação melhor para desempenhar minha tarefa”.

Um drama de muitas

O relato feito no grupo comoveu muitas mães e gerou bastante repercussão, mas Sonia não esperava. “Foi um relato simples mesmo, porque fiquei entristecida, eu não estava esperando essa repercussão, mas isso ocorre diariamente em empresas, é um drama de muitas mulheres, eu mesma já presenciei amigas minha sofrendo danos morais só por serem mães. Mas ser mãe não traz menos prestígio a ninguém, é, na verdade, uma motivação a mais”, desabafa.

Sonia, porém, não deseja levar seu caso para a Justiça – já que a Constituição Federal proíbe qualquer tipo de discriminação por raça, cor, gênero, idade ou número de filhos. “Este não é meu objetivo. Apenas desejo que o mercado se comporte melhor em relação a profissionais mães”, declara.

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