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Se você pudesse escolher um superpoder, seria ficar invisível ou voar? E o que faria caso encolhesse e caísse dentro de um liquidificador? Pode não parecer, mas essas perguntas tão bizarras podem definir seu futuro profissional, principalmente se você estiver tentando uma vaga no Google ou em alguma das gigantes do Vale do Silício.

Esse tipo de pergunta aparentemente absurda é bem comum em entrevistas de emprego em empresas como Apple e Facebook e vem sendo adotada em outras companhias, sobretudo as mais jovens. Porém, mesmo com a estranheza causada, é claro que há um porquê por trás de cada uma delas. Como aponta a gerente da Gi Group Curitiba Daniela Cardoso, trata-se de uma forma diferenciada de abordar os mesmos pontos vistos em uma entrevista tradicional.

A especialista em recursos humanos explica que, independentemente do modo como o recrutador vai fazer a pergunta, o objetivo é um só: identificar o perfil do candidato e antecipar o seu comportamento com base nas respostas dadas. “A gente busca saber se ele já vivenciou algo que se encaixe no perfil da vaga existente ou que dê exemplos que mostrem como ele reage a determinada situação”, explica.

Essa abordagem é a mais comum entre os entrevistadores, afirma Daniela. Segundo ela, perguntar diretamente a alguém como ela se sai em uma situação de pressão abre margem para que a pessoa dê respostas vagas ou mesmo imprecisas. “O ideal é se basear em exemplos. Buscar situações que ilustrem essa pressão para saber como ele resolveu ou resolveria aquilo”, detalha a especialista, que também costuma perguntar sobre como o candidato lida quando falha em entregar algo no prazo.

Profissional e pessoal

Outra estratégia muito utilizada durante uma entrevista de emprego é abordar pontos que vão além da parte profissional. Conversar sobre os hobbies do candidato ou saber o que ele gosta de fazer nas horas vagas não é uma forma de bater papo, mas de identificar algumas características pessoais. “Se o indivíduo prefere passar o fim de semana jogando videogame sozinho em casa, vê-se um perfil mais introspectivo. Já quem sai jogar futebol com os amigos pode trabalhar melhor em equipe”, exemplifica Daniela.

É compreensível que a pessoa fique nervosa, mas mentira não se sustenta.
É fácil encontrar incoerências na fala e você vai desmascarando o candidato.
O ideal é ser realista e sincero.

Daniela Cardoso gerente da Gi Group Curitiba.

Para ela, essas atividades corriqueiras dizem muito sobre o comportamento do entrevistado, principalmente relacionados a elementos da vida pessoal que vão influenciar a profissional. “Não tem como separar uma coisa da outra, então é preciso entender um lado para saber como lidar no outro. E esses questionamentos externos contribuem para mapear isso.”

Porém, a especialista frisa a importância de o candidato não mentir durante a conversa, mesmo quando não souber o que responder. “Se não entendeu a pergunta, fale. Esse tipo de comportamento é visto com bons olhos, pois mostra que você só faz algo quando tem certeza. É melhor dar uma resposta sincera do que tentar improvisar e falar mais do que o necessário”, diz Daniela, que não acredita na existência de respostas certas. “Perguntamos sobre vivências, e elas podem ou não ter acontecido.”

Assim, a melhor saída é falar sempre a verdade. “É compreensível que a pessoa fique nervosa, mas a mentira não se sustenta”, aconselha. “Quando a pessoa diz algo, você tem como averiguar se aquilo realmente aconteceu. É fácil encontrar incoerências na fala e você vai desmascarando o candidato. O ideal é ser realista e sincero”, ensina.

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