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Rancor e falta de preparação são a grandes pedras no caminho dos profissionais. | Bigstock/
Rancor e falta de preparação são a grandes pedras no caminho dos profissionais.| Foto: Bigstock/

O momento da entrevista para uma vaga de emprego é cheio de tensão. Depois de já ter conseguido chamar a atenção do recrutador com o currículo, o que, diga-se, já não é nada fácil, o candidato precisa vender a si mesmo como a escolha ideal da empresa para aquela vaga sem parecer arrogante e sem cair em clichês como o típico gol contra “Sou muito perfeccionista”. Difícil, né?

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A Gazeta do Povo procurou os próprios recrutadores para descobrir quais erros mais eliminam candidatos na entrevista de emprego. Apesar das diferenças entre processos seletivos, perfis empresariais e expectativas relativas a cada cargo, duas atitudes são indiscutivelmente prejudiciais aos candidatos: a falta de ética durante a conversa e o desconhecimento em relação à vaga/empresa desejada.

Jamais fale mal do seu trabalho, empresa ou chefe anterior

Pode parecer óbvio e uma daquelas situações em que você pensaria: “Isso nunca vai acontecer comigo”. Porém, especialmente em época de desemprego em alta, uma demissão inesperada ou traumática pode criar uma mágoa profunda o suficiente para se manifestar durante a busca por um novo emprego. Os recrutadores são unânimes em afirmar que criticar a empresa anterior, os ex-colegas ou o ex-chefe é motivo frequente de eliminação de candidatos. Neste caso, nem um currículo impecável pode te salvar.

“Falar mal da empresa ou do chefe anterior mostra imaturidade, mágoa e um viés pessoal que se sobrepõe ao profissional”, garante André Caldeira, CEO da consultoria Proposito Transearch. “Isso é super comum e é muito, muito grave”, acrescenta Caio Chedid, gerente da Robert Walters no Brasil.

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Ainda que a postura da empresa anterior realmente não tenha sido a mais louvável, comentários negativos passam a insegurança de que aquele candidato, caso seja contratado, possa fazer o mesmo com a nova companhia no futuro.

“Às vezes, quando a gente está falando mal do antigo chefe ou da antiga empresa, estamos falando de nós e do tipo de pessoa que nós fomos naquela empresa”, adverte Susane Zanetti, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos no Paraná (ABRH-PR). “Se o entrevistador perguntar, a pessoa pode dizer, sendo honesta, que ela não se adaptou à cultura daquela empresa. Isso é muito comum”.

Desinformação e despreparo, a combinação perfeita para gafes

Nem todo mundo faz o dever de casa antes de uma entrevista de emprego e, como resultado disso, acaba passando uma imagem ruim ao entrevistador. Naturalmente, espera-se que os profissionais já saibam o motivo de querer trabalhar naquela empresa e as especificidades da vaga antes mesmo de mandar o currículo, mas, no mínimo, o candidato deve pesquisar sobre a companhia, o cargo e até sobre o seu interlocutor antes da conversa.

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“Hoje há diversas ferramentas que possibilitam que você se prepare melhor para uma entrevista e ache um ponto de convergência para criar empatia e para a pessoa lembrar de você com um carinho maior na hora de tomar a decisão”, aponta Chedid. Segundo ele, especialmente os profissionais mais juniores ou pessoas que estão participando de vários processos seletivos simultaneamente tendem a cometer esse erro.

Outra vítima desse tipo de deslize são pessoas que não conseguem priorizar a preparação para as entrevistas porque não definiram o quão importante aquele momento é para elas. “A maioria das pessoas não faz uma reflexão sobre o que querem para a carreira, aonde querem chegar”, afirma o gerente da Michael Page em Curitiba, Thiago Gaudencio.

Erros somados

Essa preparação também vai evitar outras gafes comuns em uma entrevista de emprego, como, por exemplo, escolher uma roupa inadequada para a empresa ou a posição, ser formal ou informal demais, chegar atrasado por não saber direito como chegar ao local ou por não prever a necessidade de um cadastro de identificação na portaria da empresa. São erros menos graves, mas que no final do processo podem se somar a outros e acabar eliminando o candidato.

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Também entra na lista uma comunicação inadequada. A presidente da ABRH-PR destaca, ainda, que é preciso tomar cuidado para não falar “demais ou de menos”. Quando o candidato fala demais, não consegue criar uma conexão com o recrutador e ver a resposta ao que está dizendo. Quando fala pouco, o recrutador não tem informações suficientes para avaliá-lo.

“Você quer realmente esta vaga? Então leve a sério”, resume Gaudencio. “Se a vaga for importante para você, diga se não puder fazer a entrevista no horário marcado. Está tudo bem se você ganhava R$ 20 mil, mas pode ganhar menos. É só explicar até quanto você pode ganhar, não minta”, exemplifica ele.

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