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Segundo ranking da “The Economist”, Islândia, Suécia, Noruega e Finlândia têm o melhor mercado de trabalho para mulheres. | /
Segundo ranking da “The Economist”, Islândia, Suécia, Noruega e Finlândia têm o melhor mercado de trabalho para mulheres.| Foto: /

Crise econômica, desemprego em alta e uma crise política sem fim. Não é à toa que cada vez mais brasileiros estão deixando o país em busca de uma nova vida no exterior.  Os números surpreendem. De acordo com dados recentes da Receita Federal, 55,4 mil pessoas entregaram a Declaração de Saída Definitiva do país nos últimos três anos, entre 2014 e 2016, um aumento de 81,61% na comparação com o triênio imediatamente anterior – 2011 a 2013.

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Aqui dentro, por exemplo, as mulheres são maioria na fila do desemprego. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE, o desemprego afetou 15,8% das mulheres contra 12,1% dos homens no primeiro trimestre deste ano.

Mas e lá fora? Quais países são mais amigos das profissionais mulheres que partem em busca de melhores condições de vida e trabalho?

Um levantamento anual feito pela revista britânica The Economist classificou 29 dos países integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de acordo com equidade de gênero no mercado de trabalho – e mostrou que fazer as malas pode sim ser uma boa ideia.

Os quatro primeiros colocados no levantamento da publicação são países nórdicos: em primeiro lugar a Islândia, seguida de Suécia, Noruega e Finlândia. A lista segue com Polônia, França, Dinamarca, Bélgica, Hungria e Canadá, respectivamente.

Na outra ponta da lista, a Coreia do Sul lidera o grupo dos países com os piores ambientes para as profissionais mulheres, seguida por Japão, Turquia, Suíça e República Tcheca.

Foram avaliados critérios como educação superior, participação na força de trabalho, salários, custos de assistência à infância, direitos de maternidade e paternidade, candidaturas para escolas de negócios e representação em empregos seniores. As informações são relativas ao ano de 2016.

Facilidades para imigração

Alguns dos países que aparecem na relação da The Economist têm boas condições para quem está querendo imigrar, afirma a sócia e líder de diversidade e inclusão da consultoria PwC no Brasil, Ana Malvestio. “Existem países que concedem visto para brasileiros que tenham investimentos. Isso os torna mais acessíveis para que as pessoas possam se estabelecer e trabalhar, desde que tenham dinheiro para investir”.

Os Estados Unidos aparecem em 20º, Portugal em 12º, Nova Zelândia em 11º e o Canadá em 10º na qualidade de trabalho para mulheres.

“Já para os que não tem essa possibilidade, existem também países onde a qualidade de vida é boa, mas falta mão de obra. Por esse motivo, Austrália (14º), Canadá (10º), Nova Zelândia e Noruega (3º), além de alguns outros, concedem oportunidades de trabalho para pessoas que estejam enquadradas no tipo de mão de obra escassa no local”, assegura. “No Brasil estamos todos vivendo um momento bastante complicado politicamente e economicamente, e é compreensível que algumas pessoas escolham buscar oportunidades em outros países”.

Trabalho feminino no Brasil e no resto do mundo

A OCDE tem taxas de 63% de empregabilidade feminina, enquanto o resto do mundo tem 49,4%. O Brasil fica mais atrás, segundo os últimos dados da Pnad Contínua, com a taxa de ocupação feminina em 43,8%. Ana Malvestio, da PwC, destaca que é preciso prestar atenção a quais tipos de ocupação são disponibilizadas para as mulheres e qual a representatividade feminina em cargos de liderança, por exemplo.

“O percentual em si é positivo em comparação a outros países, mas é a qualidade das relações empregatícias e os postos ocupados que devem ser observados com cautela”.

Ana Malvestio acredita que é possível desmistificar percepções erradas sobre as trabalhadoras.Jonathan Wilkins/Arquivo pessoal

Além disso, ela aponta que não são poucas pesquisas que demonstram que a diferença na taxa de empregabilidade das mulheres se dá principalmente porque empregadores acreditam ser menos efetivo contratar mulheres porque elas se dedicarão mais à família e renderão menos no emprego.

“Ainda é uma visão compartilhada pelo mundo corporativo brasileiro, que, apesar de equivocada, perpetua a sobrecarga da mulher com afazeres domésticos e reforça o papel antiquado de que a responsabilidade sobre o lar é quase inteiramente feminina”, garante a especialista. “Queremos mudar essa cultura e trazer mais equidade, inclusive na divisão de tarefas, para que esse tipo de percepção equivocada seja desmistificado”.

Segundo um artigo publicado em 2014 na revista “Administração em Diálogo”, do Programa de Pós-Graduação em Administração da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), 23% dos cargos executivos brasileiros de nível estratégico são ocupados por mulheres e esse número fica ainda menor à medida em que são analisadas as posições individualmente: executivas na presidência somam apenas 6% e vice-presidentes e diretoras, 19%. A exceção são as gerentes de alto escalão, logo abaixo das diretoras na escala hierárquica, que chegam a 25% de participação.

No caso dos países nórdicos que lideram a lista da The Economist, mulheres compõem entre 30% e 44% das diretorias das empresas – na OCDE, como um todo, esse indicador fica em 20%. Essa barreira, presente na maioria dos setores da sociedade, que impede o avanço de mulheres e minorias na carreira é conhecida como “teto de vidro”.

Veja o ranking dos países mais amigos das profissionais mulheres:

1. Islândia

2. Suécia

3. Noruega

4. Finlândia

5. Polônia

6. França

7. Dinamarca

8. Bélgica

9. Hungria

10. Canadá

11. Nova Zelândia

12. Portugal

13. Espanha

14. Austrália

15.Eslováquia

16.Israel

17. Itália

18. Áustria

19. Alemanha

20. Estados Unidos

21. Grécia

22. Reino Unido

23. Irlanda

24. Holanda

25. República Checa

26. Suíça

27. Turquia

28. Japão

29. Coreia do Sul

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