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Ilustração: Felipe Lima/Gazeta do Povo |
Ilustração: Felipe Lima/Gazeta do Povo| Foto:

Conquistar o emprego dos sonhos é uma situação intimidante para qualquer um. Num caso assim, é perdoável pensar que a coisa mais inteligente a fazer é preparar um plano B para o caso de o plano A dar errado, certo?

Fazer planos, em geral, é algo positivo e ter uma carta na manga certamente faz você se sentir menos preocupado quanto ao futuro – sem contar que isso te ajuda a se manter longe da rota do desemprego em tempos difíceis. Porém, novas pesquisas têm mostrado que planos alternativos podem ter efeitos colaterais. Os estudos indicam que o simples ato de cogitar outras opções que não sejam seu sucesso pode tornar suas metas centrais mais difíceis de serem alcançadas.

Esforço

Nos momentos em que a sorte ou a competência são exigidas para se ter êxito, fazer um plano alternativo não tem o mesmo potencial para atrapalhar o seu progresso. Porém, em situações que demandam esforço, você pode querer pesar os custos e benefícios de elaborar um segundo projeto com medo de que algo possa dar errado.

Jihae Shin, da Escola de Negócios da Universidade de Wisconsin, e Katherine Milkman, da Wharton School, na Universidade da Pensilvânia, desenvolveram uma série de estudos para investigar como a formulação de um plano B pode afetar as pessoas. A pesquisa foi inspirada em uma conversa que as duas tiveram quando Shin era aluna de Milkman no pós-doutorado em Wharton e pensava em conseguir um emprego na academia.

Shin se viu acreditando que poderia apostar tudo na academia porque investir em um projeto mais realista poderia atrapalhar seu progresso. Então, notou que aquela atitude contrastava com alguns dos principais conceitos populares sobre atingir metas. Este foi o contraste que convenceu a estudante e a professora a investigar os efeitos de ter um segundo plano.

Shin e Milkman realizaram experimentos com centenas de estudantes do campus e pessoas na internet para testar suas ideias. Em um deles, foi dada aos alunos a missão de organizar algumas sentenças e quem concluísse bem a tarefa ganharia lanche grátis ou poderia sair mais cedo.

Alguns receberam o desafio de dar outras ideias para conseguir comida gratuita ou sair antes da hora, caso não fossem bem o suficiente no teste.

Em outros experimentos, foram oferecidos prêmios a quem tivesse um bom desempenho. Depois, as pesquisadoras pediram para que alguns desses elaborassem planos alternativos para o caso de não receberem a recompensa.

Os resultados mostraram que aqueles que desenvolveram um plano B tiveram uma performance pior na tarefa inicial. E algumas perguntas realizadas pelas pesquisadoras logo na sequência indicaram que esse tipo de caminho, ao menos em parte, pode reduzir as possibilidades de sucesso.

A dupla explica que isso pode acontecer porque ter um segundo plano ajuda a reduzir as emoções negativas que você espera sentir quando falha. Estudos anteriores já sugeriam que essas emoções desagradáveis são importantes porque impulsionam as pessoas a concluir suas metas.

Ao fazer um projeto reserva, você efetivamente constrói uma rede de segurança emocional que pode diminuir seu desejo de atingir um alvo.

Jihae Shin e Katherine Milkmanpesquisadoras.

Ideal é tentar tudo antes de pesar outras opções

Na hipótese de você estar trabalhando com uma equipe, uma boa opção é terceirizar o seu plano de backup, conforme defendem as pesquisadoras Jihae Shin e Katherine Milkman.

Assim é possível deixar um grupo de trabalhadores responsável por projetos secundários, por exemplo, e encarregar o resto do plano primordial.

Mas Jihae Shin argumenta que, se você está por sua conta e risco, o caminho é um pouco diferente.

Primeiro

O ideal é esperar até que se tenha feito tudo que pode fazer para alcançar seu objetivo central e só depois disso considerar qualquer outra opção alternativa.

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