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Energia produzida em Itaipu  foi reajustada em 46% em 2015. | Christian RizziI/Gazeta do Povo
Energia produzida em Itaipu foi reajustada em 46% em 2015.| Foto: Christian RizziI/Gazeta do Povo

O Paraná é o maior gerador de energia do país. Mesmo assim, as tarifas cobradas pela Copel Distribuição tiveram o segundo maior aumento – considerando-se apenas as grandes concessionárias – no reajuste extraordinário que entrou em vigor na segunda-feira (02).

O preço da energia para o consumidor paranaense subiu, em média, 36,8%. Entre as principais companhias, apenas a AES Sul, que atende parte do Rio Grande do Sul, teve reajuste maior (39,5%).

Estado produz 18% do total e consome 6%

Em janeiro, as usinas hidrelétricas e termelétricas do Paraná geraram 10,6 mil megawatts (MW) médios, o equivalente a 17,8% de toda a energia produzida no país no mês, segundo boletim do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

No mesmo período, o estado consumiu 2,464 milhões de megawatts-hora (MWh), o que corresponde a 6,1% de todo o consumo nacional de energia, conforme dados da Copel e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

A explicação para o aparente contrassenso está na integração do sistema elétrico brasileiro. Para fins de segurança do abastecimento e diluição de custos de produção, o setor é quase todo interligado, de forma que o local onde a energia é gerada faz pouca diferença no tamanho da tarifa.

Como uma distribuidora não compra energia apenas das geradoras de seu estado, mas sim de usinas espalhadas pelo país, pouco importa que haja energia “de sobra” em seu local de origem. Mesmo que o Paraná seja superavitário em geração de energia, seus habitantes e empresas não vão necessariamente pagar menos por ela.

Custos em alta

Um dos itens que mais pesam na definição da conta de luz é o quanto a distribuidora local gasta para adquirir a energia. E a Copel Distribuição sofreu um forte aumento em seus custos nos últimos anos, em especial por ter ficado “descontratada” – ou seja, sem energia para abastecer todos os seus clientes – no momento em que os preços da energia de curto prazo disparavam com a falta de chuvas e o uso intensivo de termelétricas. No ano passado, a estatal paranaense chegou a comprar 13% de suas necessidades no mercado de curto prazo.

Ranking de tarifas

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ainda não publicou o ranking de tarifas por distribuidora após o reajuste extraordinário. O último dado disponível, de dezembro de 2014, indica que a tarifa média de fornecimento da Copel Distribuição, já com os impostos, era de R$ 401,84 por megawatt-hora (MWh), a 42.ª mais cara numa lista de 99 distribuidoras e cooperativas de eletrificação de todo o país. Considerando-se apenas as 25 distribuidoras com mais de 1 milhão de clientes, a Copel tinha a 8.ª tarifa mais barata.

Muito imposto

Um ponto que encarece muito a tarifa no Paraná são os impostos – o ICMS sobre a energia no estado, de 29%, é um dos maiores do país. Ao todo, os tributos representam 31% da tarifa paga pelos clientes da Copel. Apenas os consumidores de seis distribuidoras brasileiras pagam mais que isso – entre elas, duas companhias que também atuam no Paraná, a Forcel, de Coronel Vivida (32,1%) e a CFLO, de Guarapuava (31,5%).

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