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Usina Ney Braga,  no Sudoeste: Paraná gera mais do que consome. | Giuliano Gomes/Gazeta do Povo
Usina Ney Braga, no Sudoeste: Paraná gera mais do que consome.| Foto: Giuliano Gomes/Gazeta do Povo

O Paraná é o maior gerador de energia do país. Mesmo assim, as tarifas cobradas pela Copel Distribuição tiveram o segundo maior aumento – considerando-se apenas as grandes concessionárias – no reajuste extraordinário que entrou em vigor na última segunda-feira (2). O preço da energia para o consumidor paranaense subiu, em média, 36,8%. Entre as principais companhias, apenas a AES Sul, que atende parte do Rio Grande do Sul, teve reajuste maior (39,5%).

Exportador de energia

Em janeiro, as usinas hidrelétricas e termelétricas do Paraná geraram 10,6 mil megawatts (MW) médios, o equivalente a 17,8% de toda a energia produzida no país no mês, segundo boletim do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

No mesmo período, o estado consumiu 2,464 milhões de megawatts-hora (MWh), o que corresponde a 6,1% de todo o consumo nacional de energia, conforme dados da Copel e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

A explicação para o aparente contrassenso está na integração do sistema elétrico brasileiro. Para fins de segurança do abastecimento e diluição de custos de produção, o setor é quase todo interligado, de forma que o local onde a energia é gerada faz pouca diferença no tamanho da tarifa.

Novo socorro às distribuidoras será de R$ 3,1 bi

  • brasília

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, afirmou nesta terça-feira (3) que o último empréstimo ao setor elétrico, com a intermediação do governo, custará mais que o previsto. Enquanto as contas iniciais, confirmadas pelo governo, indicavam a necessidade de captar até R$ 2,6 bilhões, Braga informou que o valor será maior: R$ 3,1 bilhões.

O número, segundo o ministro, foi fechado oficialmente pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e já inclui o pagamento de juros. O montante reflete as dívidas ainda pendente das distribuidoras de energia, que em novembro e dezembro de 2014 tiveram de comprar energia mais cara, no mercado de curto prazo, para atender a demanda de seus consumidores.

Ao longo do ano passado, outros dois empréstimos foram tomados, somando R$ 17,8 bilhões. Ou seja, a conta total é de R$ 20,9 bilhões.

A ideia é que o pagamento dos R$ 3,1 bilhões possa ser feito em quatro anos, reduzindo o impacto dos repasses para a tarifa dos consumidores.

Como uma distribuidora não compra energia apenas das geradoras de seu estado, mas sim de usinas espalhadas pelo país, pouco importa que haja energia “de sobra” em seu local de origem. Mesmo que o Paraná seja superavitário em geração – em janeiro, produziu o equivalente a três vezes seu consumo –, seus habitantes e empresas não vão necessariamente pagar menos por ela.

Custos em alta

Um dos itens que mais pesam na definição da conta de luz é o quanto a distribuidora local gasta para adquirir a energia. E a Copel Distribuição sofreu um forte aumento em seus custos nos últimos anos, em especial por ter ficado “descontratada” – ou seja, sem energia para abastecer todos os seus clientes – no momento em que os preços da energia de curto prazo disparavam com a falta de chuvas e o uso intensivo de termelétricas. No ano passado, a estatal paranaense chegou a comprar 13% de suas necessidades no mercado de curto prazo.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ainda não publicou o ranking de tarifas por distribuidora após o reajuste extraordinário. O último dado disponível, de dezembro de 2014, indica que a tarifa média de fornecimento da Copel Distribuição, já com os impostos, era de R$ 401,84 por megawatt-hora (MWh), a 42.ª mais cara numa lista de 99 distribuidoras e cooperativas de eletrificação de todo o país. Considerando-se apenas as 25 distribuidoras com mais de 1 milhão de clientes, a Copel tinha a 8.ª tarifa mais barata.

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