• Carregando...
 | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

O potencial está na ponta da língua de quem está de olho no desempenho das micros, pequenas e médias empresas (MPM) brasileiras: elas correspondem a 95% do mercado nacional. Garantir o suporte adequado para a gestão desses negócios, quase sempre dirigidos pelo próprio fundador, seus familiares e poucos empregados, é uma forma de fomentar o giro da economia. “Adotar soluções e ferramentas que ajudam na administração da empresa libera o empreendedor para o foco do negócio, a sua operação”, explica a consultora Ana Paula Tozzi, CEO da GS&AGR, de São Paulo, especializada em gestão empresarial.

O objetivo é ser um canal facilitador de negócios, aproximando consumidores e empreendedores.

André Vargas, sócio fundador da rede social Webfirmas.

Apoio na web

Uma das maiores empresas de marketing digital do mundo, aReachLocal nasceu nos Estados Unidos a partir da necessidade de dois amigos a caminho de um funeral que tentaram encontrar uma floricultura fazendo buscas no celular. “A internet estava ganhando força e eles identificaram o potencial de colocar o pequeno empreendedor na rede”, explica o CEO da marca no Brasil, José Geraldo Coscelli.

Focada no pequeno e médio empreendedor, a empresa, que chegou ao país há um ano e meio, tem pacotes com soluções de anúncios no Google, mídias sociais e outros portais, desenhados de acordo com o perfil do negócio. A ideia é colocar a empresa na rede para encontrar o cliente que pode estar ao lado do estabelecimento. O sistema oferece aplicativos e controle permanente do monitoramento de ligações geradas a partir da campanha, que é reavaliada mensalmente.

O ticket médio de um pacote mínimo em Curitiba, dependendo do segmento, sai por a partir de R$ 2 mil.

Abrir mão de manter áreas internas de gestão como departamento financeiro, de tecnologia da informação, marketing ou mesmo estruturas físicas próprias nem sempre bem aproveitadas pode ser mais vantajoso do que apenas o resultado financeiro. Além de delegar as tarefas para quem domina essas áreas e aumentar seu tempo investido na criação e operação, o empreendedor ganha margem de manobra para revisar contratos quando os negócios não vão tão bem. Para isso, vale investir na flexibilidade dos acordos, que podem ser alterados conforme a demanda, no caso da contratação de um serviço.

Essa flexibilidade acaba tendo reflexo no equilíbrio das contas. “Essa é a maior vantagem da pequena empresa. Ela pode se organizar para cortar custos variáveis de forma rápida e mais barata quando atravessa uma crise do que a grande. Cortar custos fixos custa muito caro, como no caso de demissões”, explica a consultora.

Orçamento

A crise econômica também exige ajustes mais finos nos orçamentos, em especial nas MPMs. O executivo José Geraldo Coscelli, CEO da ReachLocal, empresa de marketing digital com mil clientes no Brasil, observa que o empresário brasileiro está atento ao resultado que pode obter a cada real investido. “Na hora de fazer as contas, é preciso garantir mais eficiência”, diz.

O mercado oferece dezenas de soluções e ferramentas para ajudar na gestão do negócio. “O brasileiro precisa superar preconceitos culturais e adotar tecnologias que facilitem sua rotina, inclusive nos negócios, como o escritório virtual”, diz Ana Paula.

Conheça alguns exemplos abaixo.

Reuniões e consultoria

A experiência como contadora e especialista em processos gerenciais deu o know-how necessário para Miriam Santana (foto) e o sócio Thiago Ponte, consultor em tecnologia, fundarem o Espaço Hoy! Decidida a mergulhar nas necessidades do micro e pequeno empresário para poder fazer o melhor diagnóstico e oferecer soluções adequadas em cada caso, Miriam abriu uma brigaderia, passando por todos os processos, dos burocráticos aos técnicos. “Essa imersão garantiu a base para avaliar relações com fornecedores, clientes e equipe, além da rotina administrativa”, explica. A partir da experiência, ela e o sócio criaram o Espaço Hoy!, que pode ser locado para eventos com até 15 pessoas, e onde recebem clientes para a consultoria personalizada, seja de um projeto pessoal ou profissional. Além da consultoria, a dupla também assume a administração da empresa do cliente. Os preços são fechados de acordo com o fluxo de trabalho.

Comunicação e design

Dez anos de trabalho em agências convencionais mostraram a Diogo Bettega e Augusto Simão as dificuldades das MPMs em construir suas marcas e comunicação visual. A criação da agência de design digital Feijão com Arroz oferece justamente o básico para o negócio ter uma identidade profissional, com soluções visuais e de web a baixo custo. A taxa de adesão de R$ 649 e a assinatura mensal de R$ 22,90 dão direito a um domínio personalizado na web, a montagem de um site, um e-mail corporativo e a arte final da marca da empresa, além de dar suporte para atualização da página na web e na segurança dos dados. “Reunimos em um só lugar diversas necessidades do empreendedor, evitando diferentes fornecedores”, explica Bettega.

O trabalho é entregue em cinco dias após o pagamento do pacote, com material fornecido pelo cliente. Dono de uma confeitaria de doces finos, Samuel Scaliante, de Americana (SP), encomendou um site na Feijão com Arroz há três meses, mesmo período em que montou a loja física depois de quatro anos recebendo encomendas pelo Facebook. “A marca padronizou minha comunicação e os pedidos aumentaram”, diz.

Rede social personalizada

A proposta de André Vargas, sócio fundador da Webfirmas , foi criar uma plataforma de relacionamento de negócios. A rede social que reúne pessoas jurídicas, profissionais liberais e pessoas físicas permite o contato entre todos e a exposição das empresas. A criação do perfil agrega diferentes funcionalidades, como postagem de promoções, cupons de desconto e oferta de vagas de trabalho, além de vídeos e fotos. Um canal privado, modelo ‘fale conosco’, facilita a comunicação com a clientela, reduzindo danos e riscos na gestão de crises, por exemplo. “O objetivo é ser um canal facilitador de negócios, estreitando as relações entre consumidores e empreendedores”, diz Vargas. Em dois meses de atividade, a plataforma tem 5 mil usuários, sendo metade de pessoas jurídicas. O uso é gratuito.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]