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Jatos executivos no Aeroporto do Bacacheri, em Curitiba. | Antônio More/Gazeta do Povo
Jatos executivos no Aeroporto do Bacacheri, em Curitiba.| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

A crise econômica também atingiu o andar de cima. Donos de jatinhos e helicópteros estão fazendo um pool para compartilhar aeronaves e, assim, gastar menos. A busca por esse tipo de serviço chegou a crescer 15% este ano. Ao pegar carona ou dividir a propriedade da aeronave, é possível economizar até R$ 2 milhões por ano, no cálculo de empresas que gerenciam aeronaves para terceiros.

Há diferentes modelos de compartilhamento. Em geral, é cobrada uma taxa fixa mensal dos clientes – que inclui manutenção, seguro, custo com tripulação –, além de uma taxa por hora de voo. Esta última cobre gastos com combustível, por exemplo. Há ainda um investimento inicial, correspondente à parcela do cliente na aeronave. Ela varia conforme o número de pessoas que compartilham o jato ou o helicóptero. Ao fim do contrato, o cliente vende sua parte para outro interessado.

Na Avantto, empresa que gerencia aeronaves, um jato Phenom 100, um dos mais populares entre empresários brasileiros, pode ser dividido por até seis pessoas. De cara, o cliente desembolsa US$ 625 mil para ter um sexto da máquina. Com mais R$ 30 mil mensais, lhe são asseguradas 120 horas de voo por ano. E cada vez que ele voa, são mais R$ 3.987.

Somando os gastos apenas com a operação, ou seja, excluindo o investimento inicial, são R$ 838 mil por ano. Uma conta bem salgada para a maior parte dos brasileiros, cuja renda média é de R$ 2.182,10 mensais, segundo a mais recente edição da Pesquisa Mensal do Emprego do IBGE. Mas se comparado ao custo anual que um “endinheirado” teria ao ser o único dono do jato, o esquema de compartilhamento vale a pena. A estimativa da Avantto é de um gasto de R$ 3 milhões por ano para manter o Phenom 100 sozinho.

“Manter um jato é caro e dá trabalho. Por isso, muitas pessoas têm nos procurado para dividir esses custos. É gente que precisa se deslocar com rapidez e não precisa voar necessariamente todos os dias da semana”, diz Rogério Andrade, presidente executivo da Avantto.

A empresa oferece o serviço desde 2010 a partir de quatro bases (São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Minas Gerais). Este ano, a procura cresceu 15% segundo Andrade, que gerencia 60 aeronaves.

A Líder oferece o serviço de compartilhamento apenas para jatos. A diferença é que a empresa é dona das aeronaves. O cliente que contrata o serviço paga uma taxa de adesão, mas não tem a propriedade do avião. São três unidades do modelo Premier 1A, que comporta oito pessoas.

Segundo o diretor de fretamento e gerenciamento de aeronaves da Líder, Heron Nobre, a adesão fica entre US$ 500 mil e US$ 600 mil, que são recuperados depois. A taxa fixa mensal é de R$ 60 mil e o custo por hora voada é de R$ 5 mil.

“O jato executivo é uma ferramenta de negócios. Oferecemos o serviço de compartilhamento há um ano e meio e notamos um aumento na procura mais recentemente”, diz Nobre.

No momento em que buscam as empresas, muitos empresários querem se desfazer de seus jatos. Isso levou a Avantto a inaugurar uma divisão de vendas. Segundo Andrade, como o mercado de aviação executiva está meio de lado no país, a empresa tem vendido os aviões no exterior.

Há cerca de 20 mil jatos executivos em todo o mundo. O auge desse mercado ocorreu em 2008, quando mais de 1.300 foram entregues. Em 2014, a indústria entregou 715. No Brasil, a Anac emitiu 71 registros de aeronaves para aviação executiva. Neste ano, até setembro, foram apenas 30.

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