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Segundo estudo da IDC, 82,8% dos celulares no mundo têm sistema Android. | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Segundo estudo da IDC, 82,8% dos celulares no mundo têm sistema Android.| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

A cada novo lançamento, funções diferentes deixam os smartphones mais inteligentes. O que se carrega no bolso não é mais um celular – é um pequeno computador que abriga informações pessoais, permite acesso à conta bancária e a e-mails e guarda as fotos da família. Mas, além do proprietário, quem vê valor em todos esses dados são os crackers – usuários que quebram um sistema de segurança de forma ilegal ou sem ética –, que acessam todas essas informações por meio de softwares de espionagem. O ataque começa no clique de um link contaminado, no download de um aplicativo pirata ou na conexão a uma rede de internet sem fio.

Em 2015, o número de smartphones ultrapassou o de computadores em uso no Brasil, de acordo com pesquisa da universidade Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgada em abril deste ano. Já são 152 milhões de computadores e 154 milhões de smartphones com conexão à internet. Do total de transações bancárias feitas em 2014, 24% foram realizadas em dispositivos móveis, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

O melhor remédio

Prevenir ainda é a melhor maneira de evitar invasões e mau uso dos dados pessoais. Confira dicas essenciais:

  • Tome cuidado com redes Wi-Fi públicas ou gratuitas. Analistas de segurança são bem enfáticos sobre esse assunto: não use nunca! Se for inevitável, evite fazer operações mais críticas como transações bancárias, troca de e-mails sigilosos ou login em contas pessoais. Por meio da rede, criminosos podem acessar o dispositivo.
  • Evite baixar aplicativos
    piratas.
  • Os criminosos lançam jogos e outros apps gratuitos exatamente para quem busca alternativas para os programas pagos. Desconfie se o mesmo aplicativo na loja oficial for pago e estiver disponível de graça.
  • Preste atenção aos acessos solicitados por cada aplicativo ao fazer o download.
  • O governo e os bancos nunca irão enviar links – faz parte da política de segurança dessas instituições.
  • Se um app de calculadora, por exemplo, pedir permissão para enviar SMS, não habilite. Nas configurações do celular, é possível verificar os recursos em que cada aplicativo tem permissão.
  • Ataques por redes sociais são muito comuns e podem ser feitos através de links maliciosos ou arquivos.
  • Fique atento ao clicar em URLs (endereços) desconhecidas que chegam pelo Facebook ou WhatsApp, entre outros.
  • QRCodes também podem direcionar para URLs maliciosas, portanto, não aponte a câmera para ler códigos sem origem conhecida.
  • Não guarde arquivos com todas as senhas, que podem ser facilmente encontrados por crackers. Aplicativos como 1Password (Android e iOS) e LastPass (para Android, iOS e outros sistemas operacionais) são alternativas para manter todas as senhas seguras e no mesmo lugar.
  • Crie senhas difíceis e diferentes para cada conta, especialmente para serviços de armazenamento em nuvem.
  • Mantenha o sistema operacional atualizado. Se há falhas de segurança, as próximas versões devem ter o problema solucionado.

“O Brasil, pela sua importância, é um alvo enorme. Certamente os ataques crescem, pelo menos, na mesma proporção em que essa tecnologia se torna mais acessível”, afirma Leonardo Lemes Fagundes, coordenador do curso em Segurança da Informação da Unisinos.

Na última pesquisa conduzida pela Kaspersky Lab no ano passado, multinacional de soluções em segurança digital, com mais de 11 mil pessoas, incluindo brasileiros, 92% dos usuários de Windows afirmaram ter um software de proteção instalado no computador. Dos entrevistados que utilizam Android, o sistema operacional mais visado pelos crackers, 58% estão protegidos.

Os donos de aparelhos e computadores da Apple têm menos recursos à disposição, já que a empresa norte-americana não permite o desenvolvimento de aplicativos antivírus. Mas isso não quer dizer que o iPhone seja inviolável. Em setembro, a Apple admitiu que aplicativos disponíveis na loja oficial chinesa estavam infectados com softwares maliciosos. Entre eles, estava o aplicativo de mensagens WeChat, similar ao WhatsApp e popular na Ásia.

Mais visados

Com amplo domínio de mercado, o Android acaba sendo o foco principal de golpes. Segundo levantamento feito em agosto deste ano pela consultoria IDC, 82,8% dos smartphones no mundo têm sistema operacional Android,13,9%, iOS, e 2,6%, Windows Phone. “O cibercriminoso vai atacar sempre o mais popular, que tem mais vítimas”, diz Fabio Assolini, analista de segurança da Kaspersky Lab.

De acordo com Assolini, em 2014, 98% dos vírus detectados pelo sistema da empresa eram de Android e 2% de outros dispositivos. Um dos principais motivos que tornam o Android tão almejado é a liberdade para instalar aplicativos fora da loja oficial, a Google Play Store. O sistema, ao contrário da Apple, por exemplo, permite o download de apps não oficiais e piratas, que podem conter vírus e spyware – software que espiona o usuário. Baixando aplicativos infectados, o usuário instala automaticamente um programa que pode furtar dados e, até mesmo, inutilizar o aparelho. Além disso, faltaria ao Google maior rigor para analisar todos os aplicativos disponíveis na loja oficial.

Antivírus

Se houver suspeita, a saída é instalar um antivírus de empresas já consolidadas no mercado. Os aplicativos da Kaspersky, PSafe e Norton, McAfee e AVG são gratuitos. Após instalado, o próprio app irá buscar e remover qualquer tipo de malware.

A indicação , porém, é fazer o download esses programas antes mesmo de qualquer ataque. Para usuários de iOS, navegadores seguros como o Kaspersky Safe Browser, que é gratuito, podem ajudar na proteção ao smartphone.

Dependendo da situação, a solução é resetar todas as informações do gadget (o que pode dar muita dor de cabeça, já que o usuário perderá todos os dados) ou enviar para uma empresa de assistência da sua confiança. É sempre importante lembrar que os técnicos terão acesso a todos os arquivos do celular.

Brunno Covello/Gazeta do Povo

Dor de cabeça

Entenda como funcionam os golpes virtuais e vírus que podem comprometer seus dados pessoais e até a “saúde” do smartphone

Dor no bolso

Débitos indevidos na conta ou créditos que “somem” são fortes indícios. Esse é um dos golpes mais comuns no Brasil, que chega através do chamado “presente de grego”. São jogos piratas e aplicativos maliciosos baixados pelo próprio usuário. O vírus cadastra o número do dispositivo em um serviço de SMS premium, normalmente usado para promoções, e desconta um valor periodicamente. No site ReclameAqui constam inúmeras reclamações do tipo, mas quem é infectado não desconfia que pode ter sido um download malicioso feito pela própria pessoa.

Exagero de anúncios e pop-ups

Adwares são programas que exibem anúncios de modo exagerado para o usuário. Além de irritante, esses softwares muitas vezes vêm acompanhados de spyware. Por isso, ao notar que a página principal do navegador foi trocada sem autorização ou há um número maior de propagandas e pop-ups aparecendo na tela, pode ser vírus.

Superaquecimento e uso da bateria

Apesar de incomum, esse sintoma pode estar relacionado ao uso do processador do gadget para operações criminosas. Por meio de malware, é possível que os crackers utilizem a “força” do dispositivo ao seu dispor quando necessitam de um poder de processamento maior para realizar atividades em massa. Se o dispositivo aquecer enquanto não estiver em uso ou diminuir drasticamente a duração da bateria, desconfie.

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