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A vontade da opinião pública da Grécia será ouvida neste domingo (5), quando os cidadãos irão votar em um plebiscito para dizer se são a favor ou contra as medidas de austeridade propostas pelos credores internacionais em troca de uma nova ajuda financeira ao país. A ânsia por um futuro melhor divide a população entre aqueles que irão votar “sim” e aceitar as exigências e os que seguirão a vontade do governo do primeiro-ministro, Alexis Tsipras, e votar “não”.

Pesquisa divulgada nesta sexta-feira (3) pelo instituto Public Issue mostra um eleitorado dividido, com 43,0% dos gregos rejeitando os termos de resgate impostos pelos credores e 42,5% dizendo apoiar as medidas.

Se a população optar pelo “não”, as posições de ambos os lados tendem a endurecer e a crise pode se agravar rapidamente. Isto levanta riscos de consequências políticas e econômicas mais extremas, incluindo, é claro, uma possível saída da Grécia da zona do euro, avalia Malcolm Barr, analista do JPMorgan Chase.

Protestos

Divididos, os gregos fizeram manifestações em pelo menos 11 cidades nesta sexta (3). Em Atenas, 40 mil pessoas participaram de atos a favor do “sim” e do “não” no referendo de domingo.“Este não é um protesto. É uma celebração para superar o medo e a chantagem”, discursou o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, para 25 mil pessoas diante do Parlamento grego. A 800 metros de distância, 17 mil pessoas se reuniram perto do estádio Panathenian para defender o “sim” no plebiscito.

Neste caso, dois cenários podem ser esperados. O primeiro é que Tsipras deve retornar a Bruxelas, mas não chegar a nenhum acordo. O caos pode se instalar e os mercados precificarem uma saída da Grécia da zona do euro. O primeiro-ministro, apoiado pela população, pode manter a sua posição inicial, de que a redução da dívida deve ser uma parte fundamental de qualquer novo negócio.

O segundo cenário é a volta de Tsipras às negociações para tentar chegar a um acordo melhor, mas sem o alívio da dívida. Apesar do apoio no plebiscito, o caos causado pelo fechamento recente dos bancos poderá levar o premiê a ter de chegar a um acordo o mais rápido possível.

Por outro lado, Tsipras pode enfrentar uma dura derrota caso o “sim” vença, já que o partido Syriza foi eleito com o intuito de acabar com as medidas de austeridade. Nesse caso, o primeiro-ministro poderá ser forçado a deixar o posto. O ministro de Finanças, Yanis Varoufakis, declarou nesta semana que irá renunciar ao cargo se a população do país concordar com as medidas.

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