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Empresas como Spotify, Deezer, Google Play e Rdio (foto) disputam a atenção dos consumidores brasileiros: para ouvir sem culpa. | Reprodução
Empresas como Spotify, Deezer, Google Play e Rdio (foto) disputam a atenção dos consumidores brasileiros: para ouvir sem culpa.| Foto: Reprodução

Cada vez mais, o cerco se fecha em torno da distribuição ilegal de músicas. O último golpe sofrido pela pirataria se deu com o fim do Grooveshark, que por quase 10 anos ofereceu músicas de graça. Em vez do laranja vivo, o site de downloads passou a exibir uma tela cinza com a confissão de que foram cometidos erros, como não obter licenças para reproduzir músicas: “Isso foi errado. Nós pedimos desculpas. Sem reservas.”

O Grooveshark fechou um acordo com grandes selos e abriu mão da marca, do endereço online e também de aplicativos. Inclusive recomendou aos seus usuários os serviços de streaming (compartilhamento na nuvem) Spotify, Deezer, Google Play, Rdio, Beats Music (indisponível no Brasil) e Rhapsody (disponível por aqui como Napster). Para quem ficou órfão, resta encarar a queda do Grooveshark como uma boa oportunidade para começar a consumir música sem culpa. E o caminho escolhido por cada vez mais brasileiros é o streaming, especialmente os serviços de assinatura que oferecem catálogos para você ouvir o que quiser, quando quiser.

Em 2014, pela primeira vez no Brasil, o streaming ultrapassou lojas de download de músicas como a iTunes Store, mostrando que os arquivos MP3 estão a caminho de se tornarem obsoletos. Os serviços de streaming já representam 51% das vendas digitais no país – contra 19% via telefonia móvel e 30% de downloads, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD).

Concorrência feroz

Funciona assim: paga-se uma taxa para se ter acesso ilimitado a um catálogo de músicas que, nos principais serviços, está na casa dos 30 milhões. Em muitos aspectos, incluindo as canções que oferecem, esses catálogos são semelhantes. Mas a concorrência feroz faz com que a paisagem do streaming mude de um dia para o outro, com novas promoções e parcerias exclusivas.

No último dia 19, o Deezer anunciou a incorporação de podcasts no seu serviço, oferecendo mais de 20 mil programas de notícias, entretenimento e esportes – por enquanto, apenas para Grã-Bretanha, França e Suécia. Um dia depois, o Spotify divulgou um pacote de novidades, entre elas a expansão do seu negócio para a criação de vídeos exclusivos e a sugestão não apenas de músicas, mas também de shows e videoclipes – só para EUA, Reino Unido, Alemanha e Suécia.

Nos Estados Unidos, os serviços de streaming disputam os carros dos clientes. Há parcerias como a estabelecida pela Rhapsody com a Audi e a Ford, ou então a rádio online Pandora, disponível em mais de 20 marcas de automóveis. Cedo ou tarde, essas novidades devem chegar ao Brasil, onde a concorrência pode aumentar ainda mais, inclusive com a chegada de outros serviços além dos citados, como o YouTube Music Key (ainda restrito a convidados) e o Apple Music. Este último, com previsão de lançamento no exterior em 8 de junho, deve substituir o Beats Music. Sua estratégia inclui convidar os artistas a criarem perfis e publicarem conteúdos próprios, que poderão receber curtidas e comentários dos fãs.

Artistas revelam insatisfação com remuneração paga pelas empresas

As parcerias com os artistas são os principais entraves para o crescimento dos serviços de streaming de música. Alguns grandes nomes da cultura pop revelam insatisfação com a remuneração oferecida em troca de cada música tocada. Por isso, Jay-Z, Madonna, Rihanna, Beyoncé, Kanye West e Arcade Fire, entre outros, lançaram, no final de março, o Tidal, plataforma que daria remuneração mais adequada aos artistas. Ainda que timidamente, esse grupo tem lançado alguns conteúdos exclusivamente no Tidal.

Outros astros recentemente renderam-se e autorizaram a entrada de suas músicas em Spotify e companhia. Entre eles, estão Roberto Carlos, Pink Floyd, Led Zeppelin e John Lennon – este último via detentores dos direitos autorais de sua obra. Há outros ainda que disponibilizam parte de seus catálogos, como Radiohead (os discos cujos direitos Thom Yorke não controla), Björk (que está segurando novos trabalhos) e Taylor Swift (que proclamou ódio apenas ao Spotify, mas manteve sua discografia nos concorrentes). Ainda assim, alguns detentores dos direitos de nomes importantes fazem questão de que você compre CDs. Entre esses, estão Beatles, King Crimson, Tool, Garth Brooks e Bob Seger.

Certo apenas é que se trata de um universo em transformação. E o streaming é um dos caminhos da hora para se ouvir música.

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