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Donald Trump: restrição a países do Oriente Médio não afetou procura de estudantes | JIM WATSONAFP
Donald Trump: restrição a países do Oriente Médio não afetou procura de estudantes| Foto: JIM WATSONAFP

Depois que o presidente Trump anunciou uma proibição temporária de imigrações em janeiro, líderes acadêmicos rapidamente condenaram a ação, e alertaram que ela poderia impedir alguns dos intelectuais mais talentosos do mundo. 

Mas um estudo nacional com escritórios de admissão de universidades constatou que, até maio, estudantes internacionais continuam interessados em estudar nos Estados Unidos, com a demanda geral se mantendo constante em comparação aos anos anteriores. 

“A situação não é tão terrível quanto havia sido previsto”, disse Rajika Bhandari, do Instituto Internacional de Educação (IIE), que conduziu a pesquisa juntamente com outras associações de educação superior. “O ano inteiro foi marcado por uma grande ansiedade e preocupação, assim como especulação, no setor de educação superior, sobre a possibilidade de tudo que está acontecendo nacionalmente ter um impacto negativo nas matrículas de estudantes internacionais nesse ano letivo”. Alguns esperavam até mesmo uma queda acentuada. 

O risco é alto: Mais de um milhão de estudantes de outros continentes estão tentando uma graduação nos Estados Unidos, e eles contribuem com mais de US$ 36 bilhões para a economia nacional, de acordo com o IIE. 

Os planos de Trump – impedir que pessoas de diversos países de maioria muçulmana entrem nos Estados Unidos em proteção à segurança nacional – ainda estão em andamento. Mês passado, a Suprema Corte dos EUA concordou em permitir que uma versão limitada da proibição entrasse em vigor, estabelecendo exceções que parecem isentar estudantes, professores e palestrantes de universidades. A corte vai avaliar o caso em outubro. 

Muitos funcionários de universidades buscaram tranquilizar candidatos internacionais e ajudá-los a lidar com a mudança de política nacional. 

Escolas relataram uma queda de 2% no número de estudantes internacionais que foram aceitos e se matricularem em programas de graduação iniciando no próximo semestre: de 26% para 24%. Mas isso acompanha a queda no percentual de estudantes americanos que se matricularam. 

Já os estudantes do Oriente Médio relataram grande preocupação em conseguir vistos – Trump prometeu uma “verificação extrema” – e se eles se sentirão acolhidos nos Estados Unidos. 

Funcionários de universidades permanecem preocupados se os estudantes do Oriente Médio conseguirão chegar, e se eles escolherão isso, diz Bhandari. 

Os resultados variaram por região e instituição, de acordo a pesquisa. 

O impacto pode ser maior na pós-graduação: quase metade das universidades relataram uma queda substancial no número de estudantes de mestrado internacionais matriculados, de acordo com outra pesquisa do Conselho de Estudantes Graduados realizada em maio. 

A pesquisa sobre graduação foi feita pelo Instituto Internacional de Educação em parceria com a Associação Americana de Registradores Universitários e Oficiais de Admissão, o Conselho de Escolas de Pós-Graduação, a Associação Nacional para Orientação de Admissão Universitária, e a NAFSA: Associação de educadores internacionais em maio. Um total de 165 universidades respondeu. 

É um retrato instantâneo, diz Bhandari, dando uma visão rápida da evolução da situação nacional como estava em maio. Os números de matrículas para o próximo semestre também serão observados de perto pelos líderes das universidades.

Tradução: Andressa Muniz

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