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A Gazeta do Povo visitou nesta última semana dois colégios que foram ocupados: o Pedro Macedo, no Portão, e o Júlia Wanderley, no Batel. | Henry Milleo/Gazeta do Povo
A Gazeta do Povo visitou nesta última semana dois colégios que foram ocupados: o Pedro Macedo, no Portão, e o Júlia Wanderley, no Batel.| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Com o fim da ocupação das escolas estaduais no Paraná, a atenção de alunos, professores e de toda a comunidade escolar se volta para a retomada das aulas. Isso porque, além da reposição do conteúdo em atraso, existe a preocupação em relação à convivência entre os estudantes e ao desafio de evitar ou minimizar possíveis conflitos.

Para acompanhar como tem se dado esta volta à rotina escolar, a Gazeta do Povo visitou nesta última semana dois colégios que foram ocupados: o Pedro Macedo, no Portão, e o Júlia Wanderley, no Batel.

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Em conversas com estudantes e diretores, o que a reportagem encontrou foi um clima de respeito e tranquilidade e um direcionamento do foco às aulas para que seja possível encerrar o ano letivo sem maiores prejuízos aos alunos, em especial aqueles que irão terminar o ensino médio neste ano.

“Temos de dar prioridade para repor o conteúdo perdido. Agora, o momento é de nos abraçarmos, ajudarmos e focarmos nas aulas. Não podemos perder tempo com discussões desnecessárias”, resume Valéria Meler Pereira da Silva, diretora auxiliar do Colégio Estadual Júlia Wanderley, que retomou as aulas no último dia 7 de novembro.

Conflitos

Outro ponto de atenção das escolas está em identificar e atuar em possíveis casos de hostilidade entre pessoas favoráveis e contrárias ao movimento realizado pelos secundaristas, o que envolve dos estudantes à direção das instituições de ensino.

“Os alunos que participaram das ocupações têm medo de sofrer alguma exclusão ou agressão, tanto por parte dos professores (sendo prejudicados em conselho de classe, por exemplo) quanto dos outros alunos”, conta a estudante Juliana, aluna do terceiro ano e que participou de algumas atividades das ocupações. Segundo ela, isso ainda não ocorreu e o clima na escola onde estuda está “bem estável”.

É importante fazer a gestão dos conflitos a partir do corpo docente, sem tomar atitudes ressentidas

Ângela Soligo professora da Faculdade de Educação da Unicamp

A Secretaria de Estado da Educação (Seed) também tem acompanhado de perto estas questões. A secretária Ana Seres conta que a ouvidoria da pasta tem recebido denúncias que relatam conflitos , inclusive envolvendo diretores que estariam hostilizando alunos contrários às ocupações.

“Vamos apurar as denúncias, dar o direito de defesa e, se realmente algum caso passar dos limites, vamos tomar outras providências”, afirma a secretária.

A professora Ângela Soligo, do departamento de Psicologia Educacional da Faculdade de Educação da Unicamp, lembra que é importante que as escolas façam a gestão destes conflitos a partir do corpo docente, preparando-o para discutir e problematizar a questão junto aos alunos sem tomar atitudes ressentidas ou acirrar a discussão, mas encaminhando o diálogo com respeito às diferentes opiniões.

Outras fontes: Ocimar Alavarse, doutor em educação e professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), Edilaine Triani, diretora do Colégio Estadual Pedro Macedo, e os estudantes secundaristas Vanessa, Carlos e Lanah.
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