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Partida entre Villanova e Columbia pela temporada 2017/2018 do basquete universitário americano | Eric Hartline-USA TODAY Sports
Partida entre Villanova e Columbia pela temporada 2017/2018 do basquete universitário americano| Foto: Eric Hartline-USA TODAY Sports

Um aspecto comum da nossa época é o quanto muitas pessoas nos Estados Unidos passaram a se preocupar com diversidade. Mas uma verdadeira obsessão com a diversidade, quase uma mania, é encontrada nas nossas instituições de ensino superior. 

Em vez de ter uma resposta imediata a favor ou contra diversidade, acredito que deveríamos questionar o que é diversidade e se isso é algo bom. Como podemos afirmar que uma universidade, um departamento ou outra unidade dentro de uma universidade é diversa ou não? Quais exceções à diversidade são permitidas? 

Já que os presidentes e reitores das universidades são os maiores incentivadores da diversidade, podemos começar pela sua visão de diversidade. Pergunte ao presidente ou reitor universitário médio se ele sequer se importa em promover a diversidade política entre os docentes. Garanto que se ele for sincero – e se ele sequer se importar em responder a questão – dirá que não. 

De acordo com um estudo recente, professores afiliados ao Partido Democrata superam os seus colegas afiliados ao Partido Republicano em uma proporção de 12 para 1. Em alguns departamentos, como História, professores democratas superam os republicanos em uma proporção de 33 para 1. 

O fato é que quando os reitores e seu círculo de diversidade falam sobre diversidade, eles falam principalmente sobre uma mistura agradável de raças. 

Anos atrás, eles chamavam a sua agenda política de ações afirmativas, preferências raciais ou cotas raciais. Esses termos não apenas caíram em desuso, mas votações também aprovaram iniciativas banindo a escolha por raça. 

Os tribunais consideraram algumas das escolhas por raça inconstitucionais. Isso significou que as pessoas tiveram que reformular a sua agenda política. A reformulação ficou conhecida como diversidade. 

Algumas pessoas foram corajosas o suficiente para argumentar que “diversidade” traz benefícios educacionais para todos os estudantes, inclusive os estudantes brancos. Ninguém se importou em esclarecer cientificamente quais são esses benefícios. Por exemplo, um corpo discente racialmente diverso leva a pontuações mais altas em exames de seleção para pós-graduações, como GRE, LSTA e MCAT? 

Aliás, Israel, Japão e Coreia do Sul estão entre os países com menor diversidade racial do mundo. Em se tratando de desempenho acadêmico, os seus estudantes superam facilmente os americanos obcecados por diversidade. 

Há uma área da vida universitária em que os gestores parecem estar totalmente satisfeitos com diversidade, que é nos esportes. 

Não é nada incomum assistir a um jogo de basquete universitário em uma tarde de sábado e ver que os cinco titulares de ambos os times são negros. Jogadores brancos, e sobretudo asiáticos, não têm representatividade. 

Uma falta de representatividade similar é praticada no futebol americano universitário. Onde é possível ver brancos com muita representatividade, em ambos os esportes, é nas equipes de líderes de torcida, que são compostas principalmente por mulheres brancas. 

Se questionarmos essa falta de diversidade racial nos esportes com um presidente de universidade, ele pode responder: “Nós procuramos pelos melhores jogadores, e por acaso os negros dominam”. 

Eu concordaria totalmente, mas pergunte-o se a mesma política de escolher os melhores se aplica às políticas de admissão da universidade. Obviamente, a resposta sincera seria um “não” direto. 

A questão mais importante relacionada à obsessão por diversidade nas universidades é o que acontece com os estudantes negros. Pais negros não deveriam permitir que os seus filhos e filhas fossem vítimas do golpe da diversidade, mesmo se o golpista da diversidade for um funcionário negro da universidade. 

Pais negros não deveriam permitir que os seus filhos e filhas frequentassem uma universidade em que eles não seriam aceitos se fossem brancos. Um bom parâmetro é não permitir que os seus filhos frequentem uma universidade em que a sua pontuação no SAT seja 200 ou mais pontos abaixo da média da instituição. 

Mantenha em mente que os estudantes não são qualificados ou subqualificados em nenhum aspecto. Há mais de 4,8 mil universidades – uma universidade para quase todo mundo. 

A questão final para pais negros e pessoas negras em geral é: o que é melhor, um estudante negro ser aceito em uma universidade de elite e ficar para trás na sua turma e ser reprovado ou ser aceito em uma universidade com menor prestígio e se sair tão bem quanto os seus colegas brancos e se formar? Eu escolheria a segunda opção. 

Você pode perguntar: “Williams, mas como as universidades de elite do país atenderão às suas necessidades de diversidade?”. A minha resposta é que isso é problema delas. 

*Walter E. Williams é professor de economia na Universidade George Mason.

Artigo publicado originalmente no Daily Signal.

Tradução: Andressa Muniz.

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