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Ao iniciar o Ensino Médio, a maioria dos estudantes já tem um certo medo que os assombra e que está cada vez mais próximo: o vestibular. É preciso se preparar com antecedência se quiser estudar nas universidades mais renomadas do país. Mas como isso funciona em outros lugares do mundo? A Gazeta do Povo selecionou 10 países e explica o método exigido em cada um deles. Enquanto a maior parte aplica algum tipo de exame, em outros locais nenhuma prova é exigida. Veja abaixo:

ALEMANHA 

A maneira mais comum de entrar em uma instituição alemã é realizando um teste chamado Abitur, feito pelos alunos durante os dois últimos anos do ensino médio. É preciso escolher entre quatro e cinco matérias, desde que três áreas de estudo sejam obrigatoriamente cumpridas. As opções são Linguagens, Literatura e Artes; Ciências Sociais; Matemática, Ciências Naturais e Tecnologia; ou Esportes. 

São dois os tipos de universidades no país: Universitäten e Fachhochschulen (que correspondem às palavras universidade e faculdade, respectivamente). A primeira funciona como a versão que conhecemos de ensino superior e está relacionada a teorias e pesquisas. Já a segunda tem como foco a ciência aplicada e exige cada vez mais a prática do estudante – em alguns casos ele ainda precisa fazer um estágio para completar o processo de inscrição. 

Entretanto, algumas escolas têm seu próprio exame e não exigem o Abitur, mas pedem que o aluno faça um teste de aptidão. Ainda há uma terceira chance para quem não fez nenhuma dessas provas, o Hochbegabtenstudium, em tradução livre “escola para os talentosos”, em português. O jovem com habilidades intelectuais que tiver, no mínimo, 16 anos pode aplicar para um teste de QI e, assim, conseguir sua vaga na universidade. 

ARÁBIA SAUDITA 

No país, que tem ensino separado entre mulheres e homens, a escola também tem impacto para a entrada em um curso universitário, já que um dos requerimentos são as notas antigas do aluno. Além disso, também é pedido algum dos Qiyas, conjunto de testes no qual avalia as aptidões de cada um. Há uma versão geral do exame, mas homens costumam ser testados mais em matemática e matérias científicas. 

Com duração de duas horas, a prova tem um peso significativo no resultado final. Essa nota e as outras que o estudante teve no ensino médio são calculadas e, assim, é possível saber se ele entrará em determinado curso ou não. 

ARGENTINA 

Na Argentina, não existe vestibular nem outro tipo de exame. Todos os alunos podem entrar no ensino superior, desde que tenham terminado a escola. A diferença é que o primeiro ano na universidade pública se resume em um curso preparatório para a carreira que o estudante pretende seguir. 

Independente da área escolhida, ele terá aulas e provas para cumprir no Ciclo Básico Comum (CBC) – sendo o mesmo para exatas, humanas e biológicas – e, se aprovado, pode continuar estudando e se especializar em determinada profissão. 

AUSTRÁLIA 

Para estudar em uma universidade australiana é necessário ter o Australian Senior Secondary Certificate of Education (Year 12), uma espécie de certificado de finalização do ensino médio. Mais do que isso, a maioria dos estudantes – apenas o estado de Queensland ainda não segue o modelo – precisa realizar no último ano da escola o teste de Ranking de Admissão do Ensino Superior Australiano, da sigla ATAR em inglês, que tem como base tudo o que o aluno aprendeu no ensino secundário. O resultado vai indicar se ele poderá ou não ser aprovado em determinada instituição. Em alguns casos pode haver a necessidade de fazer uma prova específica para cada escola. 

Quem não tiver um ATAR recente precisa fazer um exame de aptidão conhecido como Teste de Admissão do Ensino Superior Especial, da sigla STAT em inglês. A prova exige o pensamento crítico do candidato, além de suas habilidades de raciocínio. 

Contudo, há um exame específico para quem deseja seguir na área de Saúde, o Teste de Admissão em Ciências da Saúde e Medicina de Graduação, da sigla UMAT em inglês. A prova é aplicada durante um dia inteiro e serve como base também para quem quer estudar algum desses cursos na Nova Zelândia. 

CHINA 

Considerado um dos exames mais difíceis do mundo, o Gaokao é uma espécie de “vestibular” na China. É realizado durante três dias e exige dos alunos conhecimentos de matemática, inglês e chinês. Além disso, é preciso escolher entre matérias de ciência (biologia, química ou física) ou humanidades (história, geografia ou educação política) – o estudante seleciona aquela que tem mais a ver com o que ele estudará na universidade. 

Depois de responder as questões, ele ainda deve escolher entre dois temas e escrever uma redação em apenas uma hora. Instituições mais prestigiadas pedem notas maiores, que também variam de acordo com a província do país. Por ser uma das mais competitivas, Jiangsu, por exemplo, exige mais pontos do que outras áreas, como o Tibet. 

ESTADOS UNIDOS 

Entrar em uma universidade norte-americana significa ter um preparo com meses – às vezes até anos – de antecedência. São etapas e mais etapas que necessitam paciência e organização do candidato. O primeiro passo é escolher para quais escolas o aluno deseja se candidatar, e o ideal é ter sempre mais de uma opção. No entanto, fazer diversas aplicações não é indicado, já que os processos são muito difíceis e ainda há chances de você gastar bastante com as taxas exigidas. 

Após a escolha das universidades, será necessário a entrega de documentos (pessoais e referentes à sua vida acadêmica). As instituições exigem todas essas informações sobre o aluno, como, por exemplo, a comprovação de atividades extra-curriculares e cartas de recomendação de professores e diretores. Uma entrevista também pode ser agendada, então é sempre bom estar preparado. 

Vale lembrar ainda que é preciso fazer uma prova. São dois tipos, sendo o mais conhecido o SAT. O exame exige mais habilidade do que conhecimento e é dividido em três seções: redação, matemática e leitura crítica. Porém, algumas escolas podem exigir o SAT II, que testa suas noções nas áreas de inglês, matemática, história, ciência e linguagens. 

A outra opção é o ACT. As perguntas são baseadas em tudo o que você aprendeu na escola e os assuntos exigidos são inglês, leitura, matemática e ciência. 

FRANÇA 

Existem diversos tipos de instituições francesas, entre elas as particulares, as próprias universidades e as “grandes écoles”, que são mais seletivas, prestigiadas e formam alunos que costumam dominar o setor público e privado do país. Por esse motivo, a admissão é mais rigorosa. A maioria dos estudantes precisa realizar um curso preparatório de dois anos – na área de ciências, literatura ou economia – para depois competir nos exames nacionais. 

Após essa etapa, que inclui questões escritas, os candidatos que tiverem sucesso ainda precisam passar por um teste oral, no qual é exigido que um problema seja resolvido. Os alunos devem apresentar a determinada questão a um professor, que será responsável por fazer perguntas sobre o assunto e definir a nota, capaz ou não de aprovar a pessoa em uma “grande école”. 

Já o processo mais comum encarado pelos franceses é o baccalauréat, que determina a entrada ou não em uma universidade. É comum que os jovens façam a prova logo após o término do ensino secundário, apesar de não ser algo obtigatório. Quem não tiver o baccalauréat pode fazer ainda um exame específico da escola. 

JAPÃO 

Os jovens japoneses, às vezes, precisam encarar uma rodada de exames antes de serem admitidos em uma universidade. Em alguns casos, as escolas chegam a aumentar a quantidade de provas justamente para eliminar candidatos considerados mais “fracos” e restarem apenas os mais competitivos. 

No entanto, normalmente, quem quer entrar em uma instituição pública precisa fazer um teste de nível nacional e depois um outro específico do local onde deseja estudar. Já aqueles que desejam ir para uma escola particular só precisam fazer um único exame. A diferença entre essas provas é o assunto exigido. Enquanto no teste nacional há diversas questões de inúmeras matérias, nas universidades privadas normalmente o foco se dá nas áreas de arte e humanidades ou ciências. 

NIGÉRIA 

As provas na Nigéria costumam ser controladas pelo Conselho de Matrículas e Admissões, da sigla JAMB em inglês. Para entrar na maioria das universidades é preciso tirar o mínimo dos 180 de 400 pontos no exame de nome UTME, realizado pelo computador. Ele serve para avaliar como os alunos resolvem problemas, trabalham o pensamento crítico e como são seus conhecimentos científicos. O inglês é matéria obrigatória, enquanto o estudante pode escolher outras três de acordo com o que deseja cursar. 

Porém, antes disso, é necessário realizar ao final do ensino secundário um teste organizado pelo Conselho de Exames da África Ocidental (WAEC). Podem ser escolhidos tanto o General Certificate Examinations (GCE), um certificado mais abrangente, ou o Senior School Certificate Examinations (SSCE). Tanto alunos de escolas particulares quanto das públicas podem realizam ambas as provas. 

PORTUGAL 

Alunos portugueses que desejam fazer a primeira graduação precisam comprovar o término do ensino médio e podem prestar para um ou mais exames. Assim como no Brasil, o país também tem uma prova nacional para universidades públicas (mas que são pagas), chamada de Concurso Nacional, enquanto o Concurso Local é para as instituições privadas. 

No entanto, antes de se candidatar para esses testes, o estudante precisa ter se especializado em alguma área durante a escola secundária, preferencialmente que esteja relacionada com a carreira que deseja seguir – são elas: Ciência e Tecnologia, Economia, Linguagens e Artes.

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