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A educação infantil deve ter como foco principal  o desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo da criança | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
A educação infantil deve ter como foco principal o desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo da criança| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Dúvida frequente entre os pais que precisam delegar o cuidado de seus filhos pequenos a terceiros, os itens a serem observados no momento da escolha de uma creche ou pré-escola são diversos e precisam ser analisados com atenção. Afinal, é neste ambiente que a criança irá passar boa parte do tempo e conquistar etapas importantes para seu desenvolvimento global.

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A primeira orientação dos especialistas para os pais que estão iniciando a busca pela creche ideal é visitar pessoalmente as instituições candidatas a receber a matrícula. Este contato, inclusive, pode se dar mais de uma vez para que seja possível entender a dinâmica da escola em diferentes momentos.

“É importante a visita, e não só o contato via telefone. Desta forma, os pais podem conhecer a equipe que trabalha na escola, como funcionam a alimentação e a higiene e até quantas crianças ela atende por sala. Tudo isso influencia no atendimento que a creche dará à criança”, explica Gisele do Rocio Cordeiro, coordenadora do curso de Pedagogia do Centro Universitário Internacional Uninter.

Também é importante levar a criança nestas visitas para que seja possível verificar se ela gosta do espaço, o que, posteriormente, fará com que tenha vontade de ir ao local, como lembra a especialista em psicopedagogia e doutoranda em Educação, Fabiane Lopes de Oliveira, professora do curso de Pedagogia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).

Proposta pedagógica

Conhecer a proposta pedagógica da instituição é outro item indispensável na lista de verificações que antecede a matrícula. As especialistas lembram que os objetivos da educação infantil, que contempla crianças de zero a cinco anos, não devem ter como foco principal a transmissão de conteúdo e/ou a alfabetização, mas sim o desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo da criança.

Assim, as “aulas” devem trabalhar a ludicidade, oralidade, reconhecimento espacial, raciocínio lógico, autonomia, coordenação motora ampla e fina e orientação temporal, que servirão como base para que, no futuro, os pequenos possam ser alfabetizados e dar continuidade à vida escolar e social.

“Não pode ser uma rotina preparatória para o ensino fundamental, com caráter conteudista, ou um local no qual só se cuide da criança, sem oferecer interações de qualidade. O professor não pode ser aquele que detém todo o conhecimento e só fica dando aula e nem o que deixa a criança descobrindo o mundo espontaneamente, sem planejamento”, resume Maria da Glória Galeb, diretora do departamento de Educação Infantil da Secretaria Municipal da Educação (SME).

Ela acrescenta, ainda, que é importante que a escola valorize o protagonismo do aluno e os percursos de aprendizagem, o que pode ser verificado, por exemplo, com a exposição dos trabalhos produzidos pelas crianças nas paredes das salas.

No que se refere à formação dos profissionais, as especialistas apontam que é importante checar com a direção se a escola conta com pedagogos em suas equipes e em sala de aula – o que, segundo elas, deve ser cada vez mais comum. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), no entanto, coloca o magistério como a formação mínima exigida para os profissionais que atuam na educação infantil.

Equipamentos e infraestrutura também devem ser verificados

As questões referentes à infraestrutura e aos equipamentos de que a escola dispõe também contribuem, e muito, para a qualidade do ensino e do cuidado que ela oferecerá para a criança.

Em relação às instalações, vale checar desde como funciona o controle de acesso aos espaços internos da creche – e se há um profissional acompanhando o recebimento e a entrega das crianças – até a presença de muitas escadas no imóvel.

“Conheço várias escolas que funcionam em prédios com mais de um andar. O ideal, nestes casos, é que as salas da educação infantil fiquem no térreo”, explica a coordenadora do curso de Pedagogia da Uninter, Gisele do Rocio Cordeiro. “Banheiros e mobiliários também devem ser adaptados para esta faixa etária”, acrescenta.

Também é importante checar se as salas têm espaço suficiente para as crianças circularem e desenvolverem suas atividades e se contam com tatames e brinquedos que estimulem o raciocínio e a interação, de acordo com cada idade.

“De zero a dois anos, as crianças precisam ter, nas salas, materiais que estimulem a coordenação motora, como bolas grandes, rolos e túneis. [A partir desta idade], o parque permite que ela [desenvolva esta habilidade] e brinque com ‘desafios’”, ilustra Fabiane Lopes de Oliveira, professora do curso de Pedagogia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).

O recomendado é que estes parques sejam de madeira ou de plástico, uma vez que os de ferro esquentam com o sol e podem machucar os pequenos. “Espaços com grama sintética também não são indicados, pois ela queima a pele das crianças”, acrescenta Maria da Glória Galeb, diretora do departamento de Educação Infantil da Secretaria Municipal da Educação (SME).

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