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Roberty decidiu vender salgados na faculdade, parte da renda custeia a produção, parte fica com a mãe e o restante ajuda no pagamento do curso | Pedro Serapio/Gazeta do Povo
Roberty decidiu vender salgados na faculdade, parte da renda custeia a produção, parte fica com a mãe e o restante ajuda no pagamento do curso| Foto: Pedro Serapio/Gazeta do Povo

Quando bate o susto diante das contas a pagar, um estudante pode ficar tentado a eliminar boletos e abandonar a faculdade. O momento de “vacas magras” com queda na renda, desemprego e inflação, tem se mostrado sombrio especialmente para os universitários. Hoje, 7 em cada 10 estão em instituições privadas, suscetíveis a amargar o atraso, a inadimplência ou até o abandono do curso por não conseguir manter a mensalidade.

Veja quatro sugestões para quem está com dificuldades para pagar as mensalidades

Mesmo com o apoio do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), programa do governo federal que financia cursos de ensino superior para estudantes com menor renda, o estudante de 24 anos Roberty Souza, estudante de Jornalismo em uma instituição de ensino superior particular, buscou soluções para garantir a faculdade. Ele conta com o reforço do estágio remunerado em uma emissora de tevê, mas com a aproximação dos gastos com formatura teve de usar a criatividade e se desdobrar em mais uma atividade.

“Um empréstimo pessoal para pagar faculdade se mostra inviável pelos juros cobrados. Às vezes é melhor trancar por um tempo a faculdade e trabalhar para poder voltar depois de forma mais sustentável. Quem fica pegando empréstimo para passar pelos 4 anos de curso não vai quitar nunca a faculdade”

“A situação apertou e com a ajuda da minha mãe voltei a vender coxinhas e rissoles nos intervalos de aula. Vendo cerca de 80 por noite e isso deu uma ajuda no orçamento”, conta. O estudante conta que nos primeiros anos já havia experimentado a rotina de preparar os alimentos à noite, depois de chegar da aula, mas que com a correria das atividades universitárias tinha interrompido a produção. “Agora estou vendendo mais, decidi incluir uma coxinha vegetariana e mais gente acaba comprando. Fico só nas turmas de jornalismo porque zero tudo por ali mesmo”, diz.

A experiência de Roberty é animadora e mostra que, quem quer o diploma, consegue encontrar alternativas para enfrentar períodos desfavoráveis, confirma Fatima Orsi, psicóloga e master coach da Sociedade Latino Americana de Coach. “Se o propósito com a carreira é firme, não há obstáculo que o tire desse trilho”, afirma.

Rever as prioridades faz parte desse processo de enfrentamento de crise. Para Eduardo Tambellini, sócio consultor da empresa especialista em gestão de riscos GoOn, conhecer para onde estão indo seus gastos e reavaliar tanto escolhas de consumo quanto a organização financeira são fundamentais para passar por um momento de crise sem ter de adiar o sonho da formatura. “Muitas vezes a prioridade da pessoa não é o estudo. É preciso entender o que é hoje o investimento importante para a vida dela, entre pagar o carro, manter o cartão de credito e seguir na faculdade, o que faz mais sentido? E a partir daí respeitar a prioridade e fazer seu controle financeiro”, diz.

Quando a renda já não está sendo suficiente para arcar com as despesas com os estudos, a planejadora financeira certificada pelo IBCPF Emanuelle Keller faz um alerta. “Um empréstimo pessoal para pagar faculdade se mostra inviável pelos juros cobrados. Às vezes é melhor trancar por um tempo a faculdade e trabalhar para poder voltar depois de forma mais sustentável. Quem fica pegando empréstimo para passar pelos 4 anos de curso não vai quitar nunca a faculdade”, alerta. Confira outras dicas de finanças para conseguir passar pelo ensino superior, com ou sem crise.

Auto-avaliação

Não dá pra fugir da dica de ouro dos economistas, que também é a mais básica de todas: saiba onde gasta seu dinheiro. Seja em bloquinho, planilha do excel ou em aplicativos, adquira o hábito de registrar os gastos para poder avaliar onde podem ser feitos cortes. “Se tiver gordura, despesa alta com coisas supérfluas ou variáveis como balada, restaurante, roupas, é possível cortar, diminuir. Se é um carro que está gastando muito, por exemplo, muitas vezes vale a pena trocar por um modelo mais barato, ou até ficar sem”, aconselha Emanuelle Keller.

Alternativas

Para aumentar a renda foque em suas habilidades. Que tal oferecer aulas de inglês? Serviços de informática? Revisão de trabalhos? Venda de produtos nos corredores da faculdade também podem dar uma aliviada no bolso. Seja algum tipo de artesanato, que muitos garantem que ainda funciona como terapia, ou produtos alimentícios. Com os preços altos nas cantinas universitárias, opções mais em conta e que ajudam um colega costumam ser bem-vindas.

A resposta pode estar na facul

As instituições de ensino costumam oferecer opções de bolsas de estudos que cobrem até 100% do valor da mensalidade. Verifique as opções e também os pré-requisitos para concorrer às bolsas. Outra alternativa é buscar uma vaga para trabalhar na própria faculdade. Além de garantir um salário ou auxílio, quem consegue esse tipo de trabalho costuma ser contemplado com descontos parciais ou integrais na mensalidade.

Busque ajuda

Será que não há um familiar que possa emprestar aquela parte que falta para colocar as finanças em ordem? Caso não consiga o Fies, há outras alternativas que garantem crédito especial para universitários. Outra opção é buscar em bancos conhecidos planos especiais de empréstimo ou financiamento para estudantes. Para quem já está endividado e com o nome comprometido, há financeiras que podem ceder um empréstimo, mas é preciso muito cuidado para não se complicar ainda mais. O ideal, segundo os especialistas consultados, é a pessoa endividada procurar o próprio banco, e renegociar tudo o que está pendente.

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