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Os cursos de pós-graduação estão em expansão no país. Só no período de 2010 a 2013, segundo dados do governo federal, houve aumento de 23% no número de cursos lato e stricto sensu, número significativo para o desenvolvimento do país, mas que impõe um desafio aos recém-formados que pretendem dar o próximo passo em sua formação. Diante da grande variedade de opções a escolha certa depende de uma reflexão aprofundada o momento profissional que se vive e às futuras ambições.

Para Antonio Raimundo dos Santos, diretor de educação do Instituto Superior de Administração e Economia da Fundação Getúlio Vargas (ISAE-FGV), a pergunta que o candidato a um programa de pós-graduação deve se fazer é: quero aprender algo ou ter um diploma?

“Infelizmente, no Brasil, ainda é grande o peso que o diploma possui. A verdade é que um diploma pode abrir portas, mas não as mantêm abertas”, diz. De acordo com ele, uma boa pós-graduação oferece a possibilidade de atualizar conhecimentos, ampliar a rede de contatos e adquirir competências não desenvolvidas durante a graduação.

Pressão

No entanto, a pressão pela educação continuada, comum em praticamente qualquer ramo de atividade econômica, acabou levando uma grande parcela de estudantes a fazer uma pós-graduação apenas para obter um título no currículo. Essa é a avaliação de Renato Casagrande, consultor em gestão educacional da Allianza Brasil. Para ele, estão nesse grupo muitos dos estudantes que se matriculam numa pós-graduação logo após o término da graduação, sem a experiência profissional necessárias para aproveitar melhor essa nova etapa. “Com isso, é enorme o número de estudantes que acabam largando os seus cursos”, diz.

A arquiteta Tatiane Nunes, por exemplo, formada em 2004 pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo interrompeu três cursos de pós-graduação antes de achar aquela que realmente a satisfazia. Os motivos foram os mais variados. “Na primeira vez, quando estava estudando Sustentabilidade e Gestão Urbana, não gostei do curso. Nas outras duas vezes, o trabalho me atrapalhou e desisti”, afirma.

Após se mudar para Curitiba, em 2012, a arquiteta se tornou sócia de uma construtora e no ano passado começou uma especialização em Planejamento e Gestão de Negócios da Universidade Positivo (UP). Hoje, Tatiane atua mais na função de gestora e diz conseguir aplicar ao trabalho as noções de liderança e também de como lidar com impostos. “Todo esse corpo de conhecimentos está me ajudando muito. Desta vez vou até o fim”, afirma.

Mudança

Segundo Leandro Henrique, coordenador de pós-graduação da UP, também é significativo o número de estudantes que têm iniciado uma pós-graduação para mudar o rumo profissional ou por curiosidade intelectual. “É o caso do advogado que vai fazer um curso de gastronomia ou de cinema. Ou seja, aquele pessoal que está atrás de um sonho antigo, como montar uma empresa, e pode usar esses conhecimentos eventualmente. Hoje, eles já representam 30% dos nossos alunos”, afirma.

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