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A nova responsável pelo vestibular da UFU (Universidade Federal de Uberlândia) já foi condenada na Justiça por irregularidades em um concurso para técnico administrativo. 

O nome de Maura Alves de Freitas Rocha foi anunciado nesta quarta-feira em substituição a Dennys Xavier, que ocupava o cargo de diretor de processos seletivos desde o início do ano. Maura é servidora da UFU desde 1982 e coordenava a elaboração de provas dos processos seletivos da universidade desde 2009.

Em outubro do ano passado, ela foi condenada em primeira instância e agora aguarda julgamento de um recurso. A decisão do juiz José Humberto Ferreira, do Tribunal Regional Federal da Primeira Região, condenou Maura a “perda da função pública, qual seja a de Coordenadora de Elaboração, bem como no pagamento de multa civil, que fixo em três vezes o valor da remuneração total de seu cargo”.

O Ministério Público Federal alega que ela foi conivente com o vazamento de questões de um concurso, o que beneficiou  o sobrinho da coordenadora do curso de Fisioterapia, Eliane Maria de Carvalho. Segundo os investigadores, Marcos Christian Barbosa Laranjeira “acertou todas as 30 questões de conhecimentos específicos às quais sua tia teve acesso”. Maura teria incluído em uma prova questões que já haviam sido compartilhadas com pessoas fora da equipe responsável, impedindo a lisura do processo.

“Maura, de forma livre e consciente, utilizou as questões na prova de Fisioterapia, assumindo o risco de dar seguimento a um certame cuja licitude poderia estar maculada, o que de fato ocorreu”, afirma o juiz.

O magistrado também afirma na sentença que Maura “ignorou deliberadamente as normas que impõem o sigilo das questões, o que configura ato de improbidade administrativa por violação ao dever de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade à instituição de ensino superior federal”.

A UFU informa apenas que a nomeação de Maura “foi uma decisão administrativa”.

Histórico 

Após o novo processo de seleção por cotas raciais rejeitar quase 70% dos candidatos inicialmente selecionados, a UFU (Universidade Federal de Uberlândia) exonerou o então responsável pelo processo de admissão, Dennys Xavier.  

A demissão ocorreu na última terça-feira (25), logo após o anúncio do resultado do vestibular. Oficialmente, a reitoria da UFU alega apenas que a mudança se deu devido a um “arranjo institucional”. 

Dennys, entretanto, acredita que o novo sistema de ingresso por cotas – que exige uma entrevista presencial para coibir fraudes – pode ter relação com a mudança. “A alegação do reitor foi que havia uma pressão da equipe mais próxima a ele contra mim. Não me foi dada nenhuma outra explicação”, disse à Gazeta do Povo

Após a adoção do novo sistema, quase 70% dos primeiros candidatos selecionados por cotas raciais acabaram eliminados. Mesmo após uma segunda rodada de entrevistas com novos candidatos, sobraram 110 vagas das quase 500 reservadas a alunos das categorias preto, pardo e indígena.

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