• Carregando...
Pais ainda se surpreendem com casos de drogadição na família, de difícil solução | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Pais ainda se surpreendem com casos de drogadição na família, de difícil solução| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O tráfico de drogas há muito tempo saiu do entorno das escolas e está dentro da sala de aula. Tanto das instituições públicas quanto das privadas. Mas há alguns pais e professores que ainda não reconhecem o problema e, por vezes, acabam sendo surpreendidos com um caso de difícil solução. O caminho é reconhecer o perigo e não ficar de braços cruzados. Confira algumas dicas de como atuar nessas situações dadas pelo doutor em Educação Luciano Blasius, ex-capitão da Polícia Militar e professor da Universidade Positivo.

LEIA TAMBÉM: Diálogos para ‘chocar’ e ajudar na segurança de crianças e jovens na web

1) É preciso falar do tema, mas com esperteza.

“Nunca aceite nada de estranhos”. A advertência pode parecer ultrapassada, mas não é. Pais e professores devem abordar o tema, com argumentos, mostrando que o prazer momentâneo dos entorpecentes é muito pequeno em relação às consequências negativas imediatas – não daqui a 20 anos, mas em 24 horas, com o torpor na inteligência, lentidão nos pensamentos, problemas de relacionamento, notas ruins na escola, tristeza, etc. Dizer apenas ‘não use drogas’ não funciona, seria como afirmar ‘não pense em uma casa amarela’ – a reação, explicada pela neurolinguística, é a de não tirar a imagem da cabeça. É preciso articular mais, convencer a inteligência.

2) Álcool e cigarro podem ser a porta de entrada.

Se os estudantes não conseguem beber socialmente sem se embebedarem, serão presas fáceis para as drogas. O problema não é de inteligência, mas de incapacidade de dominar-se – queriam fazer diferente, mas não conseguem, perderam o livre arbítrio. O mesmo acontecerá com as drogas, caso entrem em contato com elas. Ajudar o jovem a ser capaz de dizer “não” – ao álcool, às pressões do grupo para ações que ele não quer fazer – aumenta a sua autoestima e a sua resistência às drogas.

3) Facilitar a “autoafirmação” e o protagonismo em atividades saudáveis.

A necessidade de autoafirmação é forte na adolescência e precisa ter vazão. Se o jovem participa de iniciativas nos esportes, na música, nas artes, entre outras, com valorização dos amigos e das pessoas que ama, não precisará buscar em outros grupos – por exemplo, entre os colegas que se drogam – alguma forma ‘fácil’ de reconhecimento.

4) “Bons exemplos” nem sempre ajudam.

Palestras com pessoas que já foram drogadas nem sempre são as mais indicadas para determinados grupos. Na mente dos jovens pode parecer fácil deixar o vício e os brios, por vezes, parecem ter sido desafiados “sou melhor que esse aí, capaz de me drogar sem grandes problemas”. O melhor é dar bons testemunhos: mostrar tudo o que é possível de alcançar sem o vício, histórias de sucesso, de pessoas que se esforçaram para conquistar vitórias em áreas que eles admiram e o prazer e a liberdade que têm ao atingir a meta.

5) Preencha o espaço que está vazio no seu filho.

Alguns pais não prestam atenção em alguns detalhes importantes do comportamento dos filhos e se dão conta apenas quando é tarde demais. A rebeldia é uma forma de chamar atenção para a sensação de ausência de cuidado. Pais precisam suprir essa lacuna e, caso não saibam qual caminho seguir, é indicado buscar ajuda. O quanto antes, melhor.

6) Não se deve (mesmo!) tolerar o tráfico em sala de aula.

Um aluno usuário e traficante de drogas precisa ser tratado pelo professor com carinho e respeito, mas este não pode ser omisso com um vício que tende a crescer. Por isso, é preciso avisar os pais e buscar orientação com as autoridades competentes para saber como agir em cada situação. Um canal importante é o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência da Polícia Militar, preparada para atuar de forma oportuna nessas circunstâncias.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]