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Estudantes no dia da prova do Enem: prova custou R$ 450 milhões ao governo em 2014. | Marcelo Elias/Marcelo Elias
Estudantes no dia da prova do Enem: prova custou R$ 450 milhões ao governo em 2014.| Foto: Marcelo Elias/Marcelo Elias

A quantidade de alunos que fará o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) entre 24 e 25 de outubro registrou queda pela primeira vez desde 2007. Ao todo, 7.746.057 candidatos farão as provas da edição 2015, número 11,2% menor do que o registrado no exame do ano anterior, quando 8.722.356 se inscreveram. Para analistas, a retração da economia somada à taxa mais cara ajudam a explicar o declínio.

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inscritos na edição do ano passado do Enem faltaram aos dois dias de provas. Um índice de abstenção de 28,6%. Em nenhuma outra edição tanta gente deixou de fazer a prova.

Uma das principais novidades do Inep para essa edição atingiu diretamente o bolso dos candidatos. A taxa de inscrição passou de R$ 35 para R$ 63, um aumento de 80%. O exame permanece gratuito, contudo, para concluintes do ensino médio em escola pública e para candidatos que comprovam carência financeira.

A mudança fez diferença nos cofres públicos: 1.983.995 pagaram a nova taxa, o que significou a arrecadação bruta de R$ 124,9 milhões. O valor não é nenhum assombro financeiro. No ano passado, o governo federal gastou R$ 450 milhões com o Enem. Considerando o cenário econômico, era quase inevitável que essa conta precisasse ser revista – o valor de inscrição não sofria reajuste há mais de dez anos. O Ministério de Educação avaliou que em 2014 gastou R$ 52 por candidato. Em 2013, o custo por participante foi de R$ 49,86.

Desperdício

O discurso oficial, no entanto, evita falar em crise ou em poupar a qualquer custo. O que o Inep tenta implantar, a partir do edital de 2015, é uma série de medidas para, em linhas gerais, diminuir o desperdício de recursos.

O cartão de participante, por exemplo, agora é de responsabilidade do candidato, que terá de baixar o documento diretamente no site do Enem e apresentar no local de provas. Somente essa medida reduziu em R$ 20 milhões os custos com envio pelos Correios.

Também houve uma importante reavaliação no critério de isenção, o que teria afastado os inscritos mais descomprometidos. “Realmente, os critérios mais rígidos fazem os estudantes pensarem duas vezes antes de se inscrever e faltar”, diz o consultor educacional Renato Casagrande.

Tirando a mudança no valor da taxa e a maior rigidez para conceder isenção, a estrutura do exame permanece a mesma. No sábado, são realizadas as provas de Ciências Humanas e suas Tecnologias e de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, com duração de 4h30. No domingo, são aplicados os testes de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Redação e Matemática e suas Tecnologias, com duração de 5h30.

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