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Iniciativa partiu do crescente número de alunos que questionavam sua própria identidade de gênero | Reprodução Facebook
Iniciativa partiu do crescente número de alunos que questionavam sua própria identidade de gênero| Foto: Reprodução Facebook

A Highgate School, um dos colégios particulares mais conceituadas do Reino Unido, quer passar a oferecer opções de uniforme, banheiro e esportes iguais para meninos e meninas. De acordo com a instituição, o objetivo é proporcionar um ambiente sem divisão de gênero para seus alunos, e a iniciativa teria surgido a partir do crescente número de alunos que questiona sua identidade de gênero.

Mas a iniciativa, que permitirá, por exemplo, que meninos optem por usar a saia do uniforme, também gera críticas. Ex-alunos escreveram ao diretor da Highgate reclamando da ideia. “Entraram em contato para dizer que estaríamos promovendo conceitos equivocados”, disse o diretor Adam Pettitt ao The Sunday Times. Segundo ele, as mudanças não serão aplicadas antes de uma ampla consulta a pais e alunos.

Com as novas propostas, os banheiros serão neutros e o vocabulário utilizado nas instalações da escola também sofrerá adaptações. Os pronomes pessoais “he” (ele) ou “she” (ela) serão substituídos por “they” (pronome neutro). Termos como “ladylike” (algo como mocinha ou mulherzinha) ou “man up” ("tenha coragem”), também serão abolidos. 

Sobre a saia, Pettitt diz: “Se os meninos se sentirem mais felizes e mais seguros sobre si mesmos, isso pode ser algo bom”. De acordo com o diretor, as escolas têm assumido o papel de mediador entre pais e filhos para a discussão de identidade de gênero. Alguns pais não sabiam, por exemplo, que seus filhos tinham esses questionamentos e procuravam aconselhamento no colégio. 

A Highgate School é um dos colégios particulares mais exclusivos de Londres, cuja anuidade cobrada gira em torno de 20 mil libras -- o equivalente a uma mensalidade de R$ 6.600.

Outros casos 

A escola St Paul, apenas de meninas, adotou desde o início de 2017 um novo código que permite que as alunas sejam chamadas por nomes masculinos e usar roupas consideradas “para meninos”. A Associação de Escolas para Meninas aconselhava, desde o ano passado, que as instituições parassem de se referir às estudantes como “meninas” e adotassem “estudantes” para evitar constrangimento. 

Também em entrevista ao The Sunday Times, o professor Alan Smithers, da Buckingham University, disse que é preciso ter cuidado com os riscos de que os jovens imitem uns aos outros. “As escolas precisam ajudar os jovens a se tornarem confortáveis com suas identidades, não reforçar a ansiedade com medidas como uniformes neutros”, afirmou.

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