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Presidente da USC, C.L. Max Nikias, reprovou as ações de Puliafito. | Chris Shinn
Presidente da USC, C.L. Max Nikias, reprovou as ações de Puliafito.| Foto: Chris Shinn

O ex-reitor de Medicina da University of Southern California (USC), Carmen Puliafito, está sob investigação após revelações de que ele manteria uma rotina secreta de uso de drogas, álcool e prostituição. As informações foram divulgadas por uma reportagem do Los Angeles Times, que revelou a existência de vídeos que comprovariam as atividades ilícitas do reitor.

Puliafito foi reitor da escola de medicina da USC durante nove anos, até sua renúncia em 2016. Durante seu período no cargo, arrecadou mais de US$ 200 milhões em investimentos para pesquisa, supervisionou milhares de estudantes e professores e melhorou a posição da instituição em rankings de qualidade. 

Segundo a reportagem, a renúncia ocorreu algumas semanas após Sarah Warren sofrer overdose enquanto dividia um quarto de hotel com Puliafito. Na ocasião, Warren tinha 21 anos e trabalhava como garota de programa. 

De acordo com ela, o ex-reitor costumava levá-la, juntamente com outros companheiros, para o campus da USC durante a noite para festas e drogas. “Ele dizia ‘Eles me amam aqui, os alunos de Medicina pensam que eu sou Deus’”, disse Warren. 

Provas 

Vídeos e fotos analisados pelo LA Times mostram o Puliafito em festas realizadas em quartos de hotel, carros e no seu escritório na USC, em que o ex-reitor aparece usando drogas como ecstasy e metanfetamina. 

Durante seu tempo como reitor de medicina, Puliafito ganhou prestígio na USC e no meio acadêmico por estabelecer conexões entre a instituição e figuras públicas de Hollywood, como Pierce Brosnan, Martin Short e Jay Leno, em eventos que arrecadava milhões de dólares por noite para pesquisas na instituição. 

O prestígio de Puliafito dentro da USC é parte de uma cultura interna de lealdade e proximidade entre docentes, alunos e ex-alunos, com o apoio de personalidades de Hollywood e de elites dos negócios e da tecnologia. De acordo com o New York o Times, a comunidade interna da USC não culpa a instituição e, em sua maioria, se recusou a comentar sobre o caso. 

“Toda a comunidade sente esse senso de choque e ultraje”, disse ao New York Times Steve Morrison, ex-aluno e professor de medicina da USC. “O que é mais perturbador é a noção de que isso foi encoberto durante muito tempo, que as pessoas sabiam disso e ninguém fez nada.” 

Depois de permitir que Puliafito permanecesse no cargo após a reportagem do LA Times ter sido publicada, representantes da USC anunciaram na última semana que pretendem cancelar a sua estabilidade e demiti-lo da instituição. Agora, a universidade conta com uma equipe de advogados e gerenciadores de crises para guiá-la durante o escândalo. 

Em carta aberta, a o presidente da USC, C.L. Max Nikias, reprovou as ações de Puliafito. “Nossa universidade condena categoricamente a posse ilegal, uso ou distribuição de drogas. Nós estamos preocupados com Dr. Puliafito e sua família e esperamos que, se as alegações da reportagem forem verdadeiras, ele receba a ajuda e o tratamento necessário para sua recuperação.”

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