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O mais difícil já passou. Após o exame de qualificação, chegou o momento de apresentar o seu trabalho para a banca de mestrado ou doutorado: agora é preciso “vender” sua dissertação ou tese na apresentação oral. Para não comprometer anos de estudo, cheque algumas dicas básicas de oratória para falar bem em público dadas por Cristiane Romano, fonoaudióloga, doutora em oratória pela Universidade de São Paulo (USP) e coach pela Universidade de Ohio.

VÍDEO: Falar em público: a linguagem corporal

*** Escolha um tópico

Transpiração: nada de sorte ou inspiração

O que colocar no “power point”, “prezi”, etc

Roupas: comodidade e elegância

Autoestima e perguntas incômodas

Exercício para acalmar

“Check-list” da apresentação de sucesso

Gestos e linguagem

Transpiração: nada de sorte ou inspiração

1) Preparação é tudo: é preciso pensar estrategicamente no conteúdo da apresentação. Cada um tem uma forma de montar o roteiro, mas como a maior parte das pessoas possui o canal visual mais aprimorado, fazer um mapa mental pode ser a melhor saída para não se esquecer de abordar as principais ideias.

2) Treine sua apresentação muitas vezes , faça gravações e assista. Ao avaliar seu desempenho, faça as seguintes perguntas: como está a entonação da minha voz? E a minha dicção? As pessoas conseguem me entender bem? Estou vendo algo que gostaria de ver nas outras pessoas? Sigo uma linha lógica nas explicações?

3) Apresente antes o seu trabalho para alguém que possa ajudar – isso ajuda a enfrentar o medo de falar em público. Pergunte para quem assistiu se entendeu bem a ideia da pesquisa, se a apresentação transmite credibilidade, se foi cansativa e se algo chamou à atenção de forma negativa.

4) Lute contra as muletas de linguagem: repetição de “né”, “tá”, “tipo”, “ok”, “aham”, etc. Treine falar várias frases seguidas sem utilizá-las.

5) Caso esqueça de detalhes importantes, volte a treinar.

Roupas: comodidade e elegância

1) O clássico sempre é bem-vindo, mas, dependendo do curso, é possível adotar outros estilos. Troque ideias com os professores. O que importa é usar algo que não distraia os outros e o próprio mestrando ou doutorando da apresentação.

2) Evite qualquer coisa que tire o foco do público na apresentação: decotes, blusas, camisas ou calças apertadas ou transparentes, saias curtas, acessórios muito grandes ou que façam barulho.

3) Para as mulheres, um pouco de salto sempre ajuda na postura. Mas é importante usar sapatos confortáveis.

4) Para os homens, cuidado com as cores. As meias devem combinar com a cor da calça – por exemplo, usar calça preta com meia branca não favorece a aparência. Mostrar para alguém a roupa com antecedência pode ser uma boa estratégia.

5) Cabelos presos ajudam quem está apresentando a se concentrar. Caso estejam soltos, cuidar para não mexer muito neles.

Autoestima e perguntas incômodas

a) Faça esforço para não se importar com a opinião dos outros sobre você, se não consegue sozinho, procure ajuda. Esse é um dos pontos mais difíceis de uma apresentação. É preciso tentar alcançar o que Cristiane Romano chama de “liberdade na oratória”, ou seja, uma “paz interior sem ‘auto-julgamento’ ou julgamento dos outros”. Isso se conquista quando uma pessoa está centrada no tema e segura de si mesma. Caso não consiga dominar suas emoções, a recomendação é buscar ajuda profissional para vencer essa barreira.

b) Considere como normal o fato de alguém contestar o conteúdo ou querer o esclarecimento de algum dado. Escute atentamente, anote e responda com paz: você está preparado. Caso não saiba algo, é possível prometer investigar o aspecto levantado no futuro. “A maioria dos orientadores não deixa ir para uma banca uma pessoa que não está preparada, é o nome dele que também está em jogo. Por isso, a recomendação é manter a tranquilidade”, afirma Cristiane Romano.

LEIA TAMBÉM: Orientador que não orienta: você não é o único a sofrer desse mal

Exercício para acalmar

Caso esteja muito nervoso, um exercício de respiração que pode ajudar a reduzir a frequência cardíaca é colocar a mão no abdômen, puxar o ar pelo nariz e soltar pela boca 10 vezes.

O que colocar no “power point”, “prezi”, etc

a) Não há formas engessadas para fazer uma apresentação, mas, em geral, é melhor não usar mais de um slide a cada dois minutos (ou seja, dividir o tempo de apresentação por dois: se são 30 minutos, não mais de 15 slides).

b) Use o “Prezi” ou outros programas do estilo apenas se souber usá-los corretamente.

c) A letra dos slides deve ser visível. Dependendo da sala, nem sempre será possível ir até o computador para checar alguma informação.

d) Não coloque muitas informações em cada slide: ter como limite padrão 5 itens no máximo.

e) Não abuse das tabelas científicas: coloque apenas as mais importantes.

f) Terminar com uma frase de reflexão sobre o tema ou com um vídeo pode ajudar a criar sintonia com a banca.

“Check-list” da apresentação de sucesso

a) Prepare a apresentação no tempo previsto, nem mais, nem menos.

b) Visite o local da apresentação antes da data marcada e verifique os equipamentos que serão utilizados.

c) No dia da apresentação, chegue cedo. Cristiane Romano sugere até três horas de antecedência para dar tempo de resolver algum problema que possa aparecer (avaria no computador, pen drive que não abre, etc).

d) Se for usar o computador pessoal, teste os cabos e interruptores. Por precaução, vá com a bateria cheia.

e) Pode facilitar trazer de casa ou requisitar à instituição de ensino um “Flipchart” para deixar alguns dados anotados ou fazer uma explicação rápida.

Gestos e linguagem

a) O corpo deve andar de acordo com a fala. Evitar movimentar-se demais ou ficar parado demais.

b) Gestos acompanham o conteúdo. Por exemplo, pode-se mostrar com os dedos que serão abordados três aspectos de um determinado tema.

c) Evitar pernas cruzadas ou entrelaçadas “à la” Gisele Bündchen. É melhor deixá-las em paralelo.

d) Ao caminhar, apoiar bem as plantas dos pés.

e) Uma breve pausa durante a apresentação, um recurso muito usado por políticos, como Barack Obama, pode ajudar a dar ênfase para alguma ideia.

f) Perguntas retóricas – “o que vocês pensam sobre a crise financeira?”, por exemplo –, seguidas de um breve silêncio e explicação, tornam a apresentação amena e evitam o “branco” na hora de falar.

Falar em público: a linguagem corporal

Confira algumas dicas sobre os gestos do corpo, em relação à fala, durante a apresentação oral de trabalhos acadêmicos.

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