• Carregando...
Grupo de mentores do Projeto Gauss | Reprodução  / Facebook
Grupo de mentores do Projeto Gauss| Foto: Reprodução  / Facebook

Eles são jovens, todos na faixa dos 30 anos, relativamente bem-sucedidos em suas profissões e formados em grandes universidades brasileiras. Agora, dedicam-se a ajudar jovens carentes a passar no vestibular.

Criado em 2013 por quatro engenheiros recém-formados, o Projeto Gauss já colocou quatro alunos em universidades públicas - espera conseguir pelo menos mais oito aprovados este ano -, tem dez associados e outros 20 colaboradores fixos.

Os engenheiros Samuel Guimarães Filho, hoje com 32 anos, Arthur Teixeira Mendes, de 30, André Hime Funari, de 30, e Renato Franco, de 29, tinham acabado de sair da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e tiveram a sacada: se conseguissem bancar um esforçado aluno de escola pública "na cara do gol", ou seja, no cursinho pré-vestibular, esse estudante poderia entrar numa universidade de ponta e mudar de vida. "Era um grupo de WhatsApp", lembra Guimarães.

No fim do ano, conheceram a história de uma família e decidiram bancar os dois filhos, vindos de escola pública. "O custo mensal de um aluno, entre mensalidade e despesa com transporte, é na casa de R$ 1 mil", exemplifica. Mas na filosofia do projeto não basta ajudar financeiramente. Para cada aluno, há dois mentores, que acompanham suas evoluções.

Em 2015, o Gauss já ajudava três alunos e o grupo original de benfeitores tinha se expandido para dez associados - não só originários da Politécnica, mas também advogados formados pelo Largo São Francisco. "Foi quando decidimos criar o projeto no papel, com estatuto", afirma.

Então expandiram para Sergipe - Guimarães nasceu lá. "Em 2016, tínhamos seis bolsistas em São Paulo, três em Sergipe, e nenhum ex-aluno ainda", conta ele. O esquema patrocinador seguia sendo a vaquinha entre os amigos - e alguns amigos dos amigos.

Resultados. Mais um ano e vieram os primeiros sucessos. Dois aprovados na USP - em Administração e Direito - e dois aprovados na Universidade Federal do Sergipe - em Engenharia Civil e Medicina. Atualmente, o Gauss paga as despesas de 15 alunos no pré-vestibular - um colégio de Sergipe dá bolsas aos de lá, mas o projeto banca o material e outros custos. Os associados e amigos devem desembolsar, ao longo deste ano, um total de R$ 120 mil.

"Se não fosse o projeto, não teria feito cursinho, não tinha como bancar. E hoje não estaria estudando", diz Willians Cardoso dos Santos, de 20 anos, aluno de Direito da USP. "Com a USP no currículo, minhas oportunidades serão maiores", acredita Eduardo Nascimento, de 23 anos, aluno de Administração.

Para 2018, o processo seletivo está aberto - foram mais de 450 inscritos só em São Paulo. A primeira fase consiste em um teste de lógica, interpretação de texto e redação. A segunda, e mais importante, é uma entrevista presencial com participação da família do candidato. "No ano que vem, queremos bancar 30 bolsistas", planeja Guimarães. "Precisaremos captar patrocínios." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]