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Cursos Online Abertos e Massivos (MOOCs - Massive Open Online Course) deveriam trazer uma revolução para a educação. Mas eles não atendem às expectativas. Temos colocado educadores na frente das câmeras e gravados vídeos – assim como os primeiros programas de TV fizeram com as estrelas do rádio, com um microfone na mão. Isso não significa que as milhões de horas de conteúdo online não são valiosas; os limites estão na capacidade da tecnologia adjacente de customizar o material ao indivíduo e ao instrutor.

Isso está prestes a mudar, entretanto, por meio do uso de realidade virtual, inteligência artificial e sensores. Deixe-me ilustrar isso com uma escola imaginária do futuro em que Clifford é uma inteligência artificial, um tutor digital, e Rachel é a orientadora educacional humana. 

Clifford tem acompanhado os alunos por anos e entende seus pontos fortes e fracos. Ele customiza cada aula para eles. Para uma criança que gosta de ler livros, ele ensina matemática e ciências do jeito tradicional, nos seus tablets. Se elas tiverem dificuldades com isso porque aprendem de modo mais visual, ele pede que elas coloquem capacetes de realidade virtual para uma excursão, digamos, ao Egito antigo. 

Assistindo a concepção e construção das pirâmides, as crianças aprendem a geometria de diferentes tipos de triângulos e a matemática por trás desses grandes monumentos atemporais. Elas também ganham conhecimentos sobre história e cultura egípcia ao acompanhar as mentes dos gênios que planejaram a construíram as pirâmides. 

Clifford também ensina arte, música e biologia por meio de simulações holográficas. 

Utilizando sensores avançados para observar o tamanho das pupilas das crianças, os movimentos dos olhos e mudança sutis no tom de voz, Clifford registra estados emocionais e níveis de compreensão dos assuntos. Não há a pressão do prazo para completar uma lição, e não há notas ou provas. Ainda assim, Clifford consegue dizer aos pais como a criança está se saindo sempre que eles quiserem saber e pode orientar a humana, Rachel, sobre o que ensinar. 

Rachel não faz aulas expositivas nem rabisca fatos e equações em um quadro-negro. Ela está lá para escutar e ajudar. Ela faz perguntas que ajudam a desenvolver os valores e o raciocínio das crianças e as ensina a colaborar umas com as outras. Ela tem a responsabilidade de garantir que os estudantes aprendem o que eles precisam aprender, e orienta-os de modos que Clifford não consegue. Ela também ajuda com a parte física dos projetos, coisas feitas de materiais reais ao invés de pensamentos e computadores. 

Com Clifford como professor e Rachel como orientadora, as crianças nem percebem que o que elas estão fazendo é estudar. Parece que estão construindo coisas legais, jogando videogames e vivendo através da história. Clifford, sendo um software e surgindo do mesmo modo que aplicativos gratuitos em smartphones, não tem custos. A orientação de Rachel é parte do pacote da nossa educação pública, financiada do mesmo modo que os professores de hoje. 

Já temos professores ótimos que incentivam e ensinam valores e trabalho em equipe. Acredite ou não, temos a capacidade de construir Clifford hoje. As ferramentas de inteligência artificial e assistentes digitais e os capacetes de realidade virtual em breve serão poderosos e baratos o suficiente para a aprendizagem holográfica. 

Considere o capacete de realidade virtual do Facebook, Oculus Rift. Quando o Facebook lançou o Oculus Rift em março de 2016, ele custava US$ 599 e era preciso de um controle de US$ 199 e um PC gamer de US$ 1.000. O capacete e controle agora custam US$ 399 juntos e fazem o trabalho do PC gamer. 

O Facebook diz que uma nova versão, o Oculus Go, será lançada até o final do ano e custará US$ 199. Em uma exposição recente, Consumer Electronics Show, em Las Vegas, a HTC anunciou o Vive Pro, um capacete com muito mais resolução e melhores funções do que o Oculus Rift; e o seu preço certamente será menor, pois dezenas de outras empresas, incluindo Google, Lenovo e Magic Leap, também estão na corrida. 

Podemos esperar que dentro de dois ou três anos, capacetes de realidade virtual custarão menos de US$ 100 e terão chips de inteligência artificial, permitindo que bilhões de pessoas se beneficiem da revolução educacional que finalmente será possível. 

*Vivek Wadhwa é Associado Notório e professor de engenharia na Universidade Carnegie Mellon no Vale do Silício e diretor de pesquisa no Center for Entrepreneurship and Research Commercialization na Universidade Duke. Seus cargos passados incluem Stanford Law School, Universidade da Califórnia em Berkeley, Harvard Law School, e Universidade Emory.

Tradução: Andressa Muniz

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