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Sala de aula em Singapura: o país foi o melhor colocado em ranking internacional | Fabian Leow/Nafa / Divulgação
Sala de aula em Singapura: o país foi o melhor colocado em ranking internacional| Foto: Fabian Leow/Nafa / Divulgação

Colocados para responder às mesmas questões de ciências, matemática e leitura, 540 mil estudantes de 15 anos de 72 países e economias obtiveram resultados bem diferentes. Os alunos de Singapura, Hong Kong, Japão, Macau, Estônia, Canadá e Finlândia, por exemplo, alcançaram notas equivalentes a um ano a mais de estudo se comparados à média dos seus colegas de outros países. Se comparados à média conquistada por estudantes de escolas privadas no Brasil, a superação seria de mais de dois anos de estudo no caso de Singapura. Mas qual é o segredo desse sucesso?

De acordo com os responsáveis pelo Pisa 2015, avaliação internacional responsável por esse levantamento, os sistemas de educação dos melhores observam as mesmas práticas. Os investimentos costumam ser elevados, mas esse fator não é decisivo: alguns deles têm resultados excelentes apesar de investir menos que outros. Por outro lado, mesmo que a pobreza tenda a aumentar em três vezes a probabilidade de notas baixas, há países em que essa realidade não se concretiza: em Singapura, Japão e Estônia quase metade dos alunos mais pobres estão entre os melhores estudantes, apontou a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico ou Econômico (OCDE), responsável pelo estudo. São outros os fatores responsáveis pelo bom desempenho: a preocupação pela infância, a seleção de bons professores e o uso criativo de recursos. Confira abaixo.

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Foco na pré-escola

O acompanhamento dos primeiros anos de vida, de 0 a 6 anos, é prioridade nos países com as melhores notas no Pisa 2015. Isso porque essas nações estão convencidas de que os estímulos nessa faixa etária são fundamentais para a aprendizagem eficiente nos anos posteriores. E essa preocupação é compartilhada pelos pais, escolas e autoridades governamentais. Países que implementaram políticas públicas de sucesso nesse sentido, como Portugal e Estônia, avançaram significativamente no ranking.

Professores têm de ser excelentes

Outra peça-chave de todos os países bem-sucedidos em aprendizagem é a forma como recrutam, formam seus professores e cobram seu desempenho. A Finlândia talvez seja o caso mais emblemático, ainda que Singapura tenha a mesma história. Com péssimos resultados educacionais há 40 anos, os finlandeses decidiram mudar completamente as suas universidades de pedagogia, tanto na seleção dos alunos – só os melhores podem almejar a ser professores – quanto na formação, mais rigorosa e prática. Além disso, o salário dos professores tornou-se mais atraente, como é em outros países de sucesso, como a Coreia do Sul, e são afastados os maus profissionais. O resultado foi alcançar o topo do Pisa em 2012 e manter-se entre os melhores em 2015.

Uso criativo do conhecimento

Outro trunfo utilizado pelos países com boas notas é ensinar os estudantes a aplicar os conhecimentos adquiridos. “Uma das ideias claras para Singapura e outros países asiáticos é que a economia mundial já não recompensa as pessoas pelo que sabem. O Google sabe tudo. A economia mundial recompensa as pessoas pelo que podem fazer com o que sabem. E a ênfase no estímulo da aplicação do conhecimento, do seu uso criativo, é muito forte em Singapura e outros países asiáticos, o que reflete nos resultados educacionais”, explicou Andreas Schleicher, diretor de educação da (OCDE) à rede americana de televisão CNN.

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